Equipes do Jardim Botânico da UFJF darão orientações pessoalmente a moradores que residem próximo à entrada de visitantes e à de funcionários, no Bairro Santa Terezinha, sobre a presença de onça-pintada no Jardim e nas imediações da Mata do Krambeck.
Cerca de 30 bolsistas que estavam atuando como monitores de educação ambiental serão treinados, na manhã da próxima quinta-feira, 2, para conversar com os residentes. Já a partir das 13h, as visitas serão iniciadas, conforme o vice-diretor do Jardim, Breno Moreira.
Na conversa, a equipe dará orientações de prevenção de acidentes, informará o andamento das ações e os riscos de segurança para moradores e para a espécie. Na última segunda, 29, representantes de associações de bairros do entorno já haviam recebido recomendações e se prontificaram a repassá-las para as comunidades.
A decisão de estudantes darem orientações de casa em casa foi tomada, nesta terça-feira, 30, em reunião da comissão interinstitucional que avalia as ações em relação ao caso. “Estão sendo considerados os riscos à segurança da população, principalmente a que reside nas imediações da Mata, e em especial crianças, como também as melhores soluções técnicas para a sobrevivência da onça”, explica a pró-reitora de Extensão da UFJF, Ana Lívia Coimbra.
Alternativa
Entre as possibilidades estão a translocação do animal para uma área florestal apropriada para a espécie, conforme recomendações técnicas do Plano de Ação Nacional de Conservação da Onça-Pintada e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio).
A finalidade é garantir a sobrevivência do animal e, consequentemente, a desta espécie rara e ameaçada de extinção. “Há registro de apenas 280 exemplares na Mata Altântica, que vai desde Santa Catarina a Rio Grande do Norte”, explicou o pesquisador Artur Andriolo, do Departamento de Zoologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFJF .
Há riscos de caça, ferimento na reação de moradores em possíveis acidentes, atropelamento e outras possibilidades, uma vez que o animal tem transitado na borda de uma área urbana. Ao mesmo tempo, o objetivo é prevenir acidentes, principalmente com crianças, as quais podem reagir de forma inapropriada, caso avistem ou se deparem com o animal.
Para que a alternativa de translocação seja, de fato, selecionada, estão sendo acionados setores ambientais, de segurança e jurídicos que respaldem a decisão da comissão. Ao mesmo tempo, está sendo verificada, para quando for preciso, a disponibilidade imediata de equipamentos e de profissionais especializados, para, em caso de captura, o animal passe o menor tempo possível no processo de coleta e transporte.
No encontro, o professor relatou os trabalhos desenvolvidos pela equipe de pesquisadores no Jardim no último fim de semana. O monitoramento contínuo da área permanece com sete câmeras, conhecidas como armadilhas fotográficas. A visitação e outras atividades no local seguem interrompidas.
Emergências
No encontro, também foi formado um grupo de ações emergenciais, com integrantes do Corpo de Bombeiros e da Polícia de Meio Ambiente, para casos de incidentes com o animal.
Caso se encontrem em situações de risco com a onça, moradores podem entrar em contato com as corporações pelo telefone 193 (Corpo de Bombeiros), 190 ou 3228-9050 (Polícia de Meio Ambiente).
Outra frente de atuação também foi formada com equipes de comunicação da UFJF, da Prefeitura de Juiz de Fora e do Instituto Estadual de Florestas (IEF) para atuar em conjunto na divulgação de informações.
A comissão é composta por representantes da UFJF, por meio da Pró-reitoria de Extensão, do Jardim Botânico e da Diretoria de Imagem Institucional; da Prefeitura de Juiz de Fora, com a Secretaria de Meio Ambiente e Ordenamento Urbano e a Secretaria de Comunicação Social; do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama); do Instituto Estadual de Florestas (IEF); do Corpo de Bombeiros e do Campo de Instrução do Exército em Juiz de Fora.
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