Alunos da Faculdade de Letras marcam presença no evento da Faculdade, que teve início segunda-feira, dia 13 e vai até sexta-feira, dia 17. Antes mesmo das 8h30, horário de início da programação do segundo dia, a movimentação nas proximidades do anfiteatro do ICH já era intensa. O evento contou com a participação de alunos externos ao curso de Letras, como estudantes de Filosofia e até mesmo de outras cidades da região, como Ouro Preto. O professor Mário Roberto, homenageado na abertura de segunda-feira, também compareceu ao evento novamente.
O destaque da programação de terça foi a mesa-redonda que aconteceu por iniciativa dos alunos do Centro Acadêmico de Letras (CA de Letras). Inicialmente, a mesa havia sido planejada como atração de abertura, o que acabou sendo modificado com o surgimento de novas possibilidades. O tema “Formação Acadêmica e Profissional do estudante de Letras”, apresentado pelas professoras Fátima Barcellos e Neusa Salim Miranda, abordou também a situação do professor de Letras atualmente. A questão ainda será retomada ao longo da semana.
A abertura do segundo dia de evento teve início às 8h30 com a mesa-redonda sobre “A questão afrodescendente nos estudos literários”. Ana Beatriz Rodrigues Gonçalves, uma das professoras que ministraram o evento, dá aulas de língua espanhola e literaturas hispânicas na UFJF e desenvolve trabalhos relacionados à identidade cultural e literatura na diáspora. “A discussão foi ótima, os trabalhos se complementaram com conteúdo e exemplos. A Semana também é uma grande conquista para a Fale, pois a aprendizagem é muito grande e completa o que é dito em sala de aula. Universidade é isso: é universo, temos que aumentar e crescer”. A professora iniciou o evento parabenizando a organização. Também compuseram a mesa-redonda os professores Ulisses Ferreira de Araújo e Enilce Albergaria.
Programação variada
Outra mesa-redonda seguiu-se na programação, dessa vez com o tema “O ensino de língua mediado pelo computador”, ministrada pelas professoras Denise Bertóli Braga (Unicamp), Kátia Tavares (UFRJ) e Patrícia Nora (UFJF). A terceira atração foi um minicurso com o tema “A mulher na literatura ocidental”, com a professora Márcia de Almeida.
Às 16h30, teve início a Sessão de Comunicações, um espaço para apresentação de trabalhos produzidos pelos próprios alunos. São disponibilizados quinze minutos para cada apresentação, além de meia-hora para debates. Os trabalhos são organizados em linhas de pesquisa: Literatura, Lingüística, Estudos de Língua, Tradução e Estudos Clássicos. De acordo com a professora e organizadora da Semana de Letras, Silvina Liliana Carizzo, a expectativa para a sessão não era muito grande. No entanto, em menos de duas semanas de inscrições, o número de trabalhos já ultrapassava 95. “E os inscritos não são necessariamente alunos com bolsas de iniciação científica. O interesse tem sido maior que o esperado. O mais interessante é que, diferente da sala de aula, onde eles discutem contra ou a favor do professor, aqui os debates acontecem entre eles mesmos, conhecendo aquilo com que estão trabalhando”, diz a organizadora.
A programação seguiu com o minicurso “Gêneros textuais e ensino de língua” (professoras Marta Cristina da Silva e Terezinha Barroso – UFJF). A mesa-redonda promovida pelo CA de Letras encerrou os trabalhos do segundo dia de evento. Ontem, segunda-feira, o fechamento aconteceu com lançamentos de livros. “O pacto biográfico – de Rousseau à Internet”, traduzido para o português e organizado pela professora Jovita Noronha, da UFJF, e inédito no Brasil. Hoje, o destaque da programação é a conferência “Cartografia do Ensaio Latino-Americano” com a professora Lívia Reis, da UFF.
A organizadora do evento aposta na iniciativa. “O aluno, em geral, fica muito preso à grade e esquece de viver a vida de estudante. Isto também inclui participar de grupos de estudos, conferências e debates. Com o tempo, eles acabam entendendo que a construção do conhecimento é uma coisa demorada”, completa.