Equipe da COSSBE conduziu discussão sobre o filme Anomalisa

Anomalisa foi exibido nesta terça-feira no Planetário do Centro de Ciências (Foto: Comunicação PROGEPE)
Na penumbra do Planetário do Centro de Ciências da UFJF, as imagens de Anomalisa (2015) convidaram o público a mergulhar em um universo onde todos são peças iguais, com vozes semelhantes e faces desinteressantes na perspectiva do protagonista Michael Stone; até que ele conhece Lisa, a mulher que pode lhe devolver o sentido da vida.
A exibição fez parte do ciclo do Cine Debate, promovido pelo Grupo de Trabalho em Saúde Mental. Nesta terça-feira (30), a roda de conversa foi conduzida pela equipe da Coordenação de Saúde, Segurança e Bem-Estar (COSSBE), que propôs aos participantes refletir sobre a saúde mental a partir de suas próprias vivências cotidianas.
A assistente social Sabrina Barra destacou como a narrativa revela o risco da repetição mecânica no trabalho e na vida: “Tudo vai se tornando tedioso, monótono. A gente está presente, mas não está. É quando percebemos que as crises podem ser também reveladoras, como momentos de coragem para sermos nós mesmos.”
Para Renata Mercês, também assistente social, o filme trouxe à tona nossa dificuldade de lidar com a vulnerabilidade e a importância de cuidar das relações sociais. O estudante de Psicologia e bolsista do GT em Saúde Mental, Guilherme Gariglio, relacionou o longa à série BoJack Horseman: “É um olhar quase surrealista sobre a saúde mental, e tem muita similaridade com o personagem principal desta série, também em crise na meia idade.”
Já Leandra Duarte, psicóloga, fez referência à canção que Lisa canta de Cyndi Lauper (Girls Just Want to Have Fun). A personagem fala sobre a cantora, que a considera corajosa por ser diferente e sustentar a sua diferença. No carro, em uma das cenas finais, Lisa, sob a luz do sol, escreve uma carta de despedida para seu par romântico, evocando o trecho da música: “Eu quero ser aquela que caminha no sol.”