Atividade do projeto Encontros de Saúde foi conduzida por docente da Faculdade de Enfermagem

Capacitação integra projeto Encontros de Saúde, cujas primeiras turmas foram formadas antes da pandemia (Foto: Comunicação da PROGEPE)
Servidores de diferentes setores da Universidade participaram na última sexta-feira (28) da Formação em Reiki – nível 3A, conduzida por Thaís Amorim, docente da Faculdade de Enfermagem e referência em práticas integrativas. A capacitação – marcada pela troca de experiências, aprofundamento técnico e integração energética – é uma iniciativa dos Encontros de Saúde, projeto da Coordenação de Saúde, Segurança e Bem-Estar (COSSBE), vinculada à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEPE).
Integrando a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPIC/SUS) desde 2017, o Reiki tem se consolidado como uma prática reconhecida por evidências científicas crescentes. Segundo Thaís, estudos têm demonstrado benefícios em áreas como hipertensão, diabetes, dores crônicas, qualidade do sono, bem-estar mental e até cognição em quadros iniciais de demência. Na Universidade, a docente coordena iniciativas como o projeto de extensão “Reiki no Campus”, e afirma que mais de 60 estudantes da Enfermagem já são reikianos, atuando em disciplinas, ligas e ações formativas.
A docente Simone Moreira, do Departamento de Anatomia da UFJF, relatou que já possuía outras formações, mas destacou a importância de participar periodicamente de encontros como este. Segundo ela, momentos de aprendizagem e partilha ajudam a re-sintonizar a energia, trazendo aquilo que descreve como um “impulsionamento para a vida”. Simone explicou que a formação provoca um processo de reorganização interna: “O que é velho vai saindo e o que é novo vai entrando. É como abrir espaço para que novas percepções, novas atitudes e novas energias circulem.”
Ela também comentou a necessidade de ampliar a divulgação da técnica na Universidade, particularmente entre os estudantes. Para Simone, muitos jovens enfrentam desafios como ansiedade e depressão, e práticas como o Reiki e rodas de conversa poderiam contribuir para um cuidado mais integral.
Desmistificando a prática

Formação foi facilitada pela docente da Faculdade de Enfermagem, Thaís Amorim (Foto: Comunicação da PROGEPE)
A docente defendeu que quanto mais a comunidade fala sobre o tema, mais mitos e preconceitos são desfeitos. “Quando o assunto se torna comum, natural, ele é aceito com mais tranquilidade”, pondera. Esta também é a opinião da facilitadora que considera que o preconceito muitas vezes surge da ignorância: “Costuma-se atrelar as práticas de imposição de mãos a questões religiosas e espirituais, mas na ciência já existem evidências da circulação energética como terapia complementar aos métodos e tratamentos tradicionais de saúde.”
A participante Regina Célia da Silva, técnica administrativa em Educação aposentada há cinco anos, também compartilhou uma trajetória profundamente marcada pelas práticas integrativas. Ela contou que, em um período difícil da sua vida, enfrentando uma depressão, encontrou na Universidade um espaço de acolhimento e transformação.
O primeiro contato foi com o yoga, e depois veio a formação em Reiki, que descreve como fundamental no seu processo de cura, ajudando a retomar a vitalidade e reorganizar as emoções. “O Reiki é uma prática que integra, cura e ilumina, permitindo uma vida mais plena e saudável”, pontua.
Sobre o Reiki
Durante a formação, Thaís apresentou o ser humano como uma estrutura multidimensional, que integra as dimensões mental, espiritual e corporal. A docente explicou que o Reiki opera no campo energético e que essa energia está presente na natureza como um todo — no reino vegetal, animal e humano — reforçando que a técnica é uma forma de conexão profunda com a consciência vital que permeia todos os seres. Para ela, compreender essa dinâmica é fundamental para desmistificar a prática e permitir que mais pessoas se aproximem dela com segurança e clareza.
A facilitadora também aprofundou o estudo do símbolo Day Koo Myo (tibetano), associado ao caráter espiritual e cósmico do Reiki, e abordou práticas como o envio de energia para si, para outras pessoas, para ambientes e até para experiências passadas, auxiliando na ressignificação de traumas. Além disso, reforçou que não se deve aplicar Reiki sem permissão, e explicou as situações específicas em que a técnica não deve ser aplicada diretamente, como em casos de hemorragia ativa, fratura exposta e infecções bacterianas localizadas.
Organizada pela enfermeira da COSSBE, Fernanda Mazzoni, a formação teve início em 2019, conduzida então pela professora visitante da UFJF, à época, Maira Thofehrn, e pela TAE Vanessa Almeida. Fernanda lembra que, naquele momento, houve uma turma numerosa de interessados, que concluiu os níveis I e II de Reiki. O terceiro nível, entretanto, precisou ser interrompido devido à pandemia; depois, Maira retornou ao Sul e Vanessa mudou-se para a Bahia. “Agora, seis anos depois, a professora Thaís aceitou assumir esse bastão e dar continuidade à formação”, destaca Fernanda.