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Entre palavras e pessoas: um encontro pela saúde no trabalho

Cossbe realiza roda de conversa sobre saúde, acolhimento e relações interpessoais

 

Promover ambientes de trabalho mais saudáveis, fortalecer vínculos entre colegas e valorizar a escuta e o acolhimento: esses foram os principais objetivos da roda de conversa “Entre palavras e pessoas: caminhos para potencializar a saúde no ambiente de trabalho”, realizada no dia 30 de maio, na Faculdade de Enfermagem da UFJF. Organizado pela Coordenação de Saúde, Segurança e Bem-Estar (Cossbe), o encontro buscou sensibilizar servidores sobre a importância das relações interpessoais para o bem-estar coletivo e a qualidade de vida no contexto profissional.

A atividade foi proposta em atendimento a uma demanda da direção da unidade, que identificou a necessidade de fortalecer as relações no ambiente de trabalho após vivências desafiadoras e sensíveis. Segundo Renata Mercês, assistente social da Cossbe, é essencial manter o olhar atento para a qualidade das relações interpessoais. “Focar nesses temas é sempre importante: o que potencializa um bom ambiente de trabalho? Quais atitudes e ações podemos adotar?”, destacou.

Reunindo cerca de 20 participantes, entre docentes e técnicos-administrativos, o encontro contou com uma apresentação da psicóloga e coordenadora da Cossbe, Leandra Duarte, que enfatizou atitudes como respeito, acolhimento, empatia e a importância da escuta ativa. “Buscamos sensibilizar os servidores para a importância de cultivar relacionamentos interpessoais saudáveis no ambiente de trabalho, destacando o valor da escuta atenta.” 

Um grande desafio é que, em meio a tantas demandas e urgências cotidianas, estamos perdendo nossa disponibilidade para estar presente, acolher e exercer a escuta ativa. Na avaliação da profissional, por vezes, isso tem sido substituído por e-mails e ofícios que desconsideram a dimensão relacional do cuidado.

Reflexões 

Também foi exibido um vídeo “Fala que eu (não) te escuto”, que estimulou reflexões sobre as formas de comunicação e a importância de interagir de maneira mais genuína e atenta. “As pessoas comentaram como, atualmente, a tecnologia e o uso excessivo do celular acabam afastando o contato olho no olho e prejudicando interações mais autênticas”, relatou Renata.

Cerca de 20 docentes e técnicos-administrativos participaram da roda de conversa na Facenf (Foto: Angélica Coelho)

Em seguida, os participantes realizaram uma ‘tempestade de ideias’, compartilhando palavras e atitudes que consideram importantes para contribuir com boas relações interpessoais e um ambiente de trabalho saudável. “Nessa dinâmica, formou-se um quadro muito rico, com expressões como ‘verdade’, ‘lealdade’, ‘agir com o coração’ e ‘mostrar interesse pelo outro’.”

A partir disso, o grupo foi convidado a pensar em ações concretas que poderiam ser implementadas na unidade. Entre as propostas, destacou-se a criação do Café com Prosa, iniciativa que já existe na Cossbe para fortalecer vínculos e promover a troca de informações sobre as atividades em andamento entre os setores da unidade, além de comemorar os aniversariantes do mês. Há a percepção de que muitos servidores acabam restritos ao próprio departamento, sem saber o que acontece nas demais áreas, o que dificulta a colaboração e o sentimento de pertencimento.

“Essas propostas visam tornar o ambiente mais leve, fortalecendo o sentimento de coletividade”, comentou. Ao final, os participantes realizaram uma avaliação simbólica, compartilhando uma palavra: “As mais mencionadas foram ‘feliz’ e ‘reflexiva’, o que mostra o impacto positivo do encontro”.

Para a diretora da Facenf, professora Angélica Coelho, foi uma tarde maravilhosa, que  trouxe reflexões importantes e necessárias para ajudar na construção de um ambiente de trabalho mais saudável que “tem se transformado diariamente”. A expectativa já está alta para a próxima edição do Café com Prosa. 

Sabrina Barra, assistente social da Cossbe, também considera que estas ações fomentam o protagonismo dos trabalhadores ao partir de suas vivências e percepções no processo de construção coletiva do trabalho e das relações de trabalho. Favorece assim que o próprio grupo possa identificar os fatores de mal-estar e bem-estar no trabalho. Houve também a participação das estagiárias do Serviço Social da Cossbe, Mariana Vieira e Gabriela Gomes. 

Para Leandra Duarte, ações como essa reforçam o papel da Cossbe na promoção da saúde no ambiente universitário. “Reafirmamos a necessidade de resgatar o vínculo humano como parte essencial das práticas profissionais. Estar nos ambientes de trabalho, promovendo a escuta e a reflexão, é uma forma de potencializar o bem-estar e fortalecer a cultura do cuidado na UFJF.”