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Projeto piloto Cossbe Itinerante leva cuidado e escuta à Proinfra

Primeira ação é realizada na Coordenação de Vigilância para acolhimento e orientações específicas

 

Enfermeira da Cossbe, Quéren Carvalho, explica objetivo do projeto (Foto: Comunicação da Progepe)

Cuidar da saúde no ambiente de trabalho exige mais do que exames e consultas: requer escuta, empatia e atenção integral às condições físicas, emocionais e sociais dos trabalhadores. Com esse propósito, a Coordenação de Saúde do Servidor da UFJF (Cossbe) deu início ao projeto piloto Cossbe Itinerante: Cuidando com escuta, acolhimento e orientação, que tem como proposta levar uma equipe multiprofissional aos diversos setores da Universidade. 

A ideia do projeto surgiu da atuação contínua da Cossbe junto às unidades da UFJF, sendo potencializada por uma demanda identificada pela equipe da Pró-Reitoria de Infraestrutura (Proinfra). A proposta é realizar visitas in loco com profissionais da Medicina, Enfermagem e Serviço Social, promovendo ações de promoção à saúde diretamente nos locais onde os servidores atuam.

“Nosso objetivo é ampliar o cuidado em saúde por meio de escuta ativa e acolhimento humanizado, aproximando a equipe da Cossbe das reais necessidades de quem trabalha nas diversas áreas da Universidade”, destaca a enfermeira Quéren Carvalho.

Realidade da Vigilância

De acordo com Karina Meirelles, expectativa é ampliar para outros setores (Foto: Arquivo pessoal)

A primeira ação é voltada aos vigilantes e outros profissionais da Coordenação de Vigilância da Proinfra, grupo que enfrenta desafios específicos relacionados à rotina, ao estresse e às condições físicas da atividade. Segundo a médica Karina Meirelles, os atendimentos indicaram prevalência de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, além de dúvidas sobre como adotar hábitos de vida mais saudáveis. “A escuta ativa tem sido fundamental para compreender esses contextos e orientar os servidores de forma mais eficaz, levando em conta suas realidades individuais”, avalia.

A enfermeira Quéren reforça que o cuidado com esses trabalhadores ultrapassa os limites do sintoma clínico. “Muitas vezes os sinais de sofrimento não são verbalizados, mas percebidos em detalhes sutis — uma expressão cansada, o silêncio prolongado, o corpo retraído. Nessas situações, o acolhimento pode ser um primeiro passo essencial para promover o bem-estar.”

Saúde emocional e suporte social

Além das dimensões clínicas, o projeto também busca identificar questões emocionais e sociais que impactam a saúde dos servidores. A assistente social Sabrina Barra explica que muitos trabalhadores enfrentam sobrecarga emocional, preocupações familiares e inseguranças relacionadas ao trabalho. 

Sabrina Barra é assistente social da Cossbe e integra equipe do projeto multiprofissional (Foto: Comunicação da Progepe)

“A perspectiva do Serviço Social é compreender as determinações sociais do processo saúde/doença, isto é, quais são as condições de trabalho e renda, como é o acesso ou não aos recursos necessários para manutenção de uma vida com qualidade, assim como para os cuidados com a saúde, como são as relações familiares e os vínculos sociais, a existência ou não de redes de apoio, a autonomia e a percepção sobre a sua própria saúde”, comenta. 

Sabrina observa que a saúde é resultado de múltiplas interações – tanto biológicas, quanto sociais, econômicas, culturais e subjetivas –, sendo, portanto, um produto também social: “Olhar para o modo como as condições de vida e trabalho interferem neste processo pode contribuir para uma aproximação com as necessidades reais de cada servidor, possibilitando orientações e intervenções que contribuem para uma abordagem mais integral na perspectiva da promoção da saúde e da qualidade de vida no trabalho.” 

Um cuidado integral e qualificado

O projeto-piloto tem etapas definidas, começando com o planejamento e o contato com a unidade, seguido da visita técnica e atendimento individualizado. A equipe também realiza encaminhamentos, orientações e um retorno posterior para avaliação dos desdobramentos.

A proposta é que outras unidades da UFJF também recebam ações semelhantes. “Levar a saúde para dentro dos locais de trabalho aproxima o cuidado da realidade das pessoas, valoriza os servidores e ajuda a construir uma cultura de bem-estar institucional”, ressalta a médica Karina.