Fechar menu lateral

Press Release – Adeus à cerâmica? Novos revestimentos prometem mais eficiência e menos desperdício.

Estudo revela as vantagens e desafios do revestimento de áreas molhadas, como banheiros e cozinhas, e apresenta propostas para o futuro da construção civil.

Por Eduardo Fonseca Ribeiro, doutorando do PEC/UFJF

Por décadas, a cerâmica tem sido a escolha padrão para revestimentos em áreas molhadas, como varandas, banheiros e cozinhas. Mas será que é a melhor opção? Um estudo recente mostra que novas soluções podem ser mais rápidas, econômicas e sustentáveis, desafiando o domínio da cerâmica na construção civil.

Apesar de ser amplamente utilizada, a cerâmica apresenta desafios significativos: seu assentamento envolve diversas etapas, demanda tempo, gera alto desperdício de material e reduz a produtividade nas obras. Esses fatores a tornam um ralo de tempo e custos nas obras.

Diante desse cenário, um grupo de pesquisadores e pesquisadoras do PEC/UFJF, em um projeto financiado pelo CNPq e pela MRV Engenharia S.A., investigou alternativas que pudessem superar essas limitações sem comprometer o desempenho dos revestimentos. E elas existem. O mercado já conta com soluções inovadoras, como revestimentos monolíticos (ex.: resinas epóxi, o chamado “porcelanato líquido”), pré-fabricados (ex.: piso-box), modulares (ex.: pods – banheiros prontos), além de opções de colagem, como os revestimentos vinílicos.

No entanto, a adoção dessas novas tecnologias ainda enfrenta barreiras, principalmente a resistência cultural dos consumidores e a necessidade de capacitação dos profissionais da construção civil. Para que essa transição ocorra de forma eficaz, é essencial identificar os gargalos do sistema tradicional e demonstrar os benefícios das alternativas.

Mesmo dentro do método convencional de revestimento cerâmico, o estudo propôs inovações incrementais para otimizar o processo. Entre elas, a adoção de ferramentas mais eficazes, como desempenadeira dentada angular e ventosas vibratórias, além de ajustes na paginação das peças. Os resultados mostraram que, apenas alterando o tamanho das placas (de 45 x 45 cm para 40 x 40 cm) ou ajustando as dimensões dos cômodos em poucos centímetros, seria possível reduzir em até 90% os resíduos gerados nos cortes e diminuir o tempo de execução em até 20%.

O futuro da construção civil aponta para a otimização de processos e para a adoção de soluções mais inteligentes e sustentáveis. Para que essas mudanças sejam viáveis, é fundamental que as empresas do setor invistam em planejamento estratégico, capacitação profissional e conscientização do mercado sobre os benefícios dessas novas tecnologias.

Leia mais: Eduardo Fonseca Ribeiro (eduardo.fonseca@estudante.ufjf.br). Framework de seleção de alternativas para construção civil: estudo de caso sobre revestimento de áreas expostas a água. 2025. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Juiz de Fora, CNPq. Orientadora: Júlia Castro Mendes.

Este projeto faz parte do âmbito do Mestrado Acadêmico para Inovação (MAI/CNPq), em parceria com a MRV Engenharia S.A.