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Pioneiras na Engenharia: uma homenagem às mulheres que abriram caminho na UFJF

Por profa. Júlia Mendes, Me. Eduardo Ribeiro e Pedro Sales

Em celebração ao Dia Internacional da Mulher na Engenharia, o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PEC/UFJF) e o Grupo de Pesquisa em Ciência de Dados Aplicada à Engenharia (CIDENG) homenageiam as mulheres pioneiras que marcaram a história da Escola de Engenharia de Juiz de Fora. Suas trajetórias inspiradoras ajudaram a consolidar o papel das mulheres na área e abriram portas para as gerações futuras de engenheiras, professoras e pesquisadoras.

A presença feminina na Engenharia em Juiz de Fora remonta ao início do século XX, quando, em 1933, Marilia D’Alva Fabiano Alves tornou-se a primeira mulher formada pela Escola de Engenharia, obtendo o título de engenheira geógrafa. Nascida em 1908 no distrito de Liberdade (MG), Marilia ingressou na instituição em 1929, após cursar disciplinas preparatórias, e teve seu pedido de matrícula no Curso Técnico de Engenharia Civil aprovado em 1930. Mesmo após sua graduação inicial, seguiu cursando disciplinas específicas da Engenharia Civil, demonstrando uma dedicação exemplar.

 

 

Eng. Marilia D’Alva Fabiano Alves

Acervo Museu Dinâmico de Ciência e Tecnologia

Poucos anos depois, em 1938, Dulce Palmer conquistou o título de primeira mulher engenheira civil e eletrotécnica da Escola de Engenharia de Juiz de Fora. Com uma trajetória de mais de quatro décadas na Prefeitura de Juiz de Fora, Dulce iniciou sua atuação ainda como acadêmica, trabalhando como desenhista na Diretoria de Obras. Após sua formatura, exerceu funções de grande responsabilidade, como Engenheira do Serviço de Cadastro, Consultora Geral de Engenharia e Supervisora de Engenharia. Sua competência técnica e seu compromisso com a cidade foram reconhecidos pela Câmara Municipal de Juiz de Fora, que em 1982 sancionou a Lei nº 6202, nomeando uma rua do Bairro Nossa Senhora de Lourdes como Rua Dra. Dulce Palmer, em homenagem póstuma à engenheira, falecida em setembro de 1981. Em parecer elogioso, o vereador Eduardo de Freitas destacou que “poucas pessoas terão servido tanto à nossa cidade como a Dra. Dulce”.

 

 

Eng. Dulce Palmer

Acervo Museu Dinâmico de Ciência e Tecnologia

A atuação feminina na docência da Engenharia também merece destaque. A primeira mulher a lecionar para os cursos de engenharia da UFJF foi a Professora Carmelita Elias Vidigal, física, que integrou o quadro docente entre 1973 e 1996. Já a primeira engenheira professora da Faculdade de Engenharia foi a Professora Maria Teresa Gomes Barbosa, que iniciou sua trajetória em 1994 e segue em atividade até os dias atuais, contribuindo para a formação de diversas turmas de engenheiros e engenheiras civis.

 

Profa. Carmelita Elias Vidigal

Acervo AVEC

 

 

Profa. Maria Teresa Gomes Barbosa

Acervo Pessoal

 

A Escola de Engenharia de Juiz de Fora foi fundada em 17 de agosto de 1914, tendo origem no Curso Politécnico da Academia de Comércio, criado em 1909 por iniciativa de Asdrúbal Teixeira de Souza. Com uma história centenária, marcada por mudanças estruturais e pedagógicas, a instituição passou a integrar a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) com sua criação oficial em 1960, por meio da Lei Federal nº 3.858, sancionada pelo então presidente Juscelino Kubitschek.

 

 

Escola de Engenharia da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Colégio de Aplicação João XXIII.

Final da década de 1960

Acervo Mauricio Lima Corrêa

 

 

Antiga Escola de Engenharia

Avenida Presidente Getúlio Vargas, esquina com a Rua Floriano Peixoto.

Provavelmente década de 1950

Acervo Mauricio Lima Corrêa

 

A trajetória dessas mulheres é parte fundamental da memória da Engenharia brasileira e da UFJF. Suas histórias ilustram o enfrentamento de barreiras, a excelência acadêmica e o compromisso com a sociedade — valores que seguem inspirando novas gerações.

 

Fotos da Engenharia: https://mauricioresgatandoopassado.blogspot.com/2016/02/escolas-0-fotos.html

Agradecimentos:

Museu Dinâmico de Ciência e Tecnologia e Paulo Noronha.