Plano Departamental

A “Odontologia integrada” (ciência que tem por base o atendimento odontológico integral sob rigor técnico e científico) é fato recente, de 1950 em diante (um pouco mais de 60 anos). Até então, a formação odontológica teve sua concepção calcada em uma profissão essencialmente vinculada ao aprendizado técnico, ou seja, ou ensino se restringia aos procedimentos clínicos, não se ensinava saúde, em suma, não se aplicava ciência à clínica odontológica diária. Com o surgimento desta “nova Odontologia integrada”, promulgou-se a necessidade pela formação do “cirurgião-dentista generalista”, cuja atuação vai além da queixa odontológica (centralidade técnica e curativista), extraindo daí uma atuação clínica mais complexa e integral - passando assim a encarar os problemas bucais como parte de um sistema mais complexo. Assim, as
particularidades de cada indivíduo se apresentam inseridas numa conjuntura social, cultural, econômica e psicológica que interferem nas reações sistêmicas do organismo humano e por isso não podem ser descartadas ou até mesmo ignoradas no momento da realização de um diagnóstico e plano de tratamento. Entretanto, o idealismo formativo para esta “nova Odontologia”, resultada da fusão entre saberes técnicos e científicos, defronta-se, normalmente e fatalmente, com modelos curriculares fragmentados, descontextualizados do modelo sistemático de saúde brasileiro (privados e públicos) e divididos em ciclos básicos (enfoque científico) e profissionais (enfoque prático), em geral pouco, ou até mesmo nada, integrados (odontológico centrados) e dependentes de alta tecnologia. Retratando assim uma formação que não capacita o discente a integrar os conhecimentos científicos adquiridos para enfrentar as situações
profissionais futuras. Diante deste cenário, assumindo que não se pode depender de uma
transformação espontânea das instituições formadoras, a disciplina “Seminário de Integração III (ODO028GVA)” se justifica e consubstancia sua existência baseada em seu objetivo indutório de integrar os ciclos básico e clínico. Sua sistemática se baseia na reflexão crítica e reflexiva dos discentes que terão como desafio a busca ativa de conhecimentos científicos (aprendidos no ciclo básico/biológico) que corroborem ou que justifiquem os procedimentos da prática odontológica (aprendidos e apreendidos no ciclo clínico). Buscando assim neste espaço uma
maior aproximação com o instituído nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Odontologia (Resolução CNE/CES 3, de 19/02/ 2002) que prevê em seu Art.3º:
“O Curso de Graduação em Odontologia tem como perfil do formando egresso/profissional o Cirurgião Dentista, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para
atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor técnico e científico. Capacitado ao exercício de atividades referentes à saúde bucal da população, pautado em princípios éticos, legais e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade”.