A equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), responsável pelas análises e pela divulgação de dados sobre a pandemia de covid-19 por meio da plataforma JF Salvando Todos, informa que o apagão de dados do sistema de registros do Ministério da Saúde e a baixa testagem da população tornam inviáveis a análise do atual cenário da pandemia, além de prejudicar o planejamento de combate e retenção da doença para as próximas semanas.

O boletim informativo divulgado quinzenalmente pelos pesquisadores – reconhecido por informar, de forma acessível, o panorama sobre o coronavírus em Juiz de Fora e no Brasil – dedicou sua 44ª edição a elucidar o impacto da escassez e falta de transparência de dados. “Sem acesso às atualizações do número de casos e de vidas perdidas – além de estarmos testando pouco e fazendo pouca vigilância genômica – fica difícil nos planejarmos para as próximas semanas, visto que o impacto de um possível aumento do número de casos no sistema de saúde costuma levar entre duas ou mais semanas para ser sentido”, alerta o pesquisador Marcel Vieira.

“Além disso, ficamos impossibilitados de fazer as análises de rotina. Por exemplo, não conseguimos estimar a taxa de transmissão, calcular as médias móveis e acompanhar a evolução dos números por semana epidemiológica”, elucida Vieira. “Todas as análises sobre a evolução da pandemia ficam muito prejudicadas e até mesmo impedidas no atual momento, que é sensível, visto que estamos acompanhando o avanço do número de casos da variante Ômicron – casos estes que estão levando a um aumento do número de pessoas internadas e de vidas perdidas ao redor do mundo.”

No próximo dia 9, o sistema de registros do Ministério da Saúde completa um mês fora do ar. Na íntegra da nota publicada no 44º Boletim Informativo da Plataforma JF Salvando Todos, os pesquisadores também ressaltam como ponto de preocupação a epidemia de gripe pelo subtipo H3N2 e a demora para o início da vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. “Reforçamos a importância de continuarmos avançando com a cobertura vacinal, com a busca ativa das pessoas que não estão com seus esquemas vacinais completos, com a aplicação das doses de reforço e com o início da vacinação de crianças.” 

“Além disso, recomendamos a manutenção das medidas preventivas, incluindo o distanciamento social, o uso correto das máscaras de boa qualidade (padrão PFF2/N95) bem ajustadas no rosto, os cuidados com a ventilação de ambientes e as medidas de higienização”, frisam os pesquisadores.

Outras informações:
Plataforma JF Salvando Todos
44º Boletim Informativo da Plataforma JF Salvando Todos