A 68ª edição do Boletim Informativo da Plataforma JF Salvando Todos aborda os impactos da nova onda da pandemia, causada pelos efeitos da circulação no país da sublinhagem BQ.1 da subvariante BA.5 da variante Ômicron. O documento traz informações sobre os municípios de Juiz de Fora, Governador Valadares e regiões do Brasil. 

De acordo com a publicação, o nível de transmissão continua elevado em Juiz de Fora, apresentando um aumento de 189,57% na média móvel do número de casos, que evoluiu de 16,43, em 21 de novembro, para 47,57, em 3 de dezembro. No período dos 14 dias anteriores, o aumento havia sido de  683,33%. Esses dados não foram divulgados no último boletim (67ª edição) por conta de atrasos na divulgação dos dados da pandemia de forma pública. 

Com base nessas informações, o nível de transmissão da Covid-19 no município no período da 48ª semana epidemiológica (de 28 de novembro a 3 de dezembro) pode ser classificado como elevado, já que foram registrados 57,66 casos por 100 mil habitantes. Já a taxa de letalidade segue em queda: era de 3,11% em 3 de dezembro, de 3,14% em 20 de novembro, e de 3,12% em 27 de novembro. 

Baixa testagem 

Para a equipe do JF Salvando Todos, é bem provável que os números oficiais não estejam refletindo a realidade, uma vez que têm sido realizados poucos testes atualmente. “Precisamos voltar a testar e avançar com a vacinação das doses de reforço, preferencialmente, com as vacinas de segunda geração, além da vacinação de crianças e adolescentes.”

A recomendação dos responsáveis pela plataforma é o retorno da obrigatoriedade do uso das máscaras no transporte público e em outros locais onde há muita aglomeração de pessoas, mesmo que por tempo limitado até que o número de casos comece a reduzir. 

Situação se agrava em Governador Valadares 

Com o número de casos aumentando, a transmissão passa a ser elevadíssima em Governador Valadares, quando há registro de 100 ou mais casos por 100 mil habitantes, seguindo a classificação do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças). 

Na 46ª semana epidemiológica, a transmissão era considerada baixa, pois haviam sido registrados 27 novos casos. Já no período entre 20 e 26 de novembro, a transmissão passou a ser moderada, com 36,15 casos por 100 mil habitantes. Posteriormente, foram registrados 435 novos casos e 1 vida perdida (154,17 casos por 100 mil habitantes), o que representa um aumento de 326,47% no número de casos e estabilidade no registro de óbitos em relação à 47ª semana epidemiológica de 2022.

Proteção coletiva para festas de fim de ano

O infectologista Rodrigo Daniel pontua que as principais recomendações neste momento são a vacinação atualizada, com todas as doses indicadas de acordo com o perfil individual, e os cuidados com o ambiente, mantendo sempre bem ventilados. Em sua opinião, apesar do aumento expressivo, os casos graves e óbitos, felizmente, não têm tido um aumento proporcional. Por isso, a impressão entre os profissionais de saúde é que as novas variantes, apesar de mais transmissíveis, causam, na maior parte dos casos, formas menos graves da doença.

“A obrigatoriedade do uso de máscaras, assim como o isolamento, são estratégias coletivas para reduzir a velocidade do crescimento do número de casos e permitir o atendimento dos casos graves pelo sistema de saúde. Como medida de proteção individual, aqueles que têm ou convivem com quem tenha uma comorbidade com risco de forma grave, podem usar máscaras, evitar aglomerações e buscar manter um distanciamento”, observa.

Com relação às festas de fim de ano, o infectologista orienta às pessoas que prefiram locais abertos e sem grande aglomeração, na impossibilidade de ventilar os ambientes. “Nos ônibus, o ideal seria manter janelas abertas, ou com sistemas de ar condicionado que promovam a troca do ar. Para aqueles com saúde mais frágil ou que não puderam ser vacinados, comemorações menores. Para finalizar: está doente ou resfriado? Não vá!”