O curso de extensão “Emancipações e Pós-Abolição: por uma outra história do Brasil (1808-2020)” começa nesta quarta-feira, dia 5, às 17h, no YouTube da Escola de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). A aula de abertura será ministrada pela professora titular do Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Hebe Mattos, uma das idealizadoras do projeto, e terá como tema “Escravidão, racismo e os sentidos da cidadania no processo de independência”.
A iniciativa, gratuita e aberta à participação da sociedade em geral, reúne oito docentes de diferentes universidades públicas do país. Além da UFJF e da UniRio, participam as universidades Federal Fluminense (UFF), Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federal de Brasília (UnB) e Federal da Bahia (UFBA).
Sempre às quartas-feiras, das 17h às 19h, até o dia 23 de setembro, os encontros do curso de extensão irão abordar do período da independência do Brasil até os dias de hoje. “O curso vai acontecer em uma sala virtual com cerca de 150 alunos dessas Universidades. Abrimos primeiro para eles, mas com transmissão ao vivo pelo YouTube com direito a certificado para todos que quiserem acompanhar e não tiverem conseguido inscrição nesta sala inicial. O certificado será de curso de extensão da UniRio”, explica Mattos.
A proposta, segundo a professora, dialoga com os estudos e as reflexões do grupo de pesquisadoras participantes. “Dialoga muito com as nossas reflexões no Blog Conversa de Historiadoras, mas também com o curso de Historiografia Brasileira que tenho realizado na graduação em História da UFJF. A ideia de pensar a história que a história não conta, como foi cantado no samba-enredo da Mangueira [Escola de Samba do Rio de Janeiro], em 2019”, explica.
Racismo é questão central
A primeira aula nesta quarta-feira, 5, abordará a construção do Estado Nacional Brasileiro no contexto do Estado Imperial. “Não se pode entender o processo de independência do Brasil, as discussões de cidadania naquele contexto do Estado Imperial e a forma como o Estado Imperial se construiu sem pensar a questão do racismo como uma questão central. Esse é um tema sobre o qual eu venho escrevendo e pesquisando há muito tempo, mas que resultou recentemente num texto para a enciclopédia da Oxford de História e Cultura Latinoamericana”, explica Mattos.
Segundo a professora, a historiografia do século XIX pauta o imaginário da história oficial brasileira até os dias atuais. “Essa historiografia silenciou a questão do racismo. Eu abro o curso pensando exatamente esse diálogo entre a historiografia brasileira, construída no século XIX, e a nova História Social. Desde os anos 1980, com uma inflexão grande a partir dos anos 2000, os historiadores têm construído essa nova História Social, destacando a importância do debate da escravidão e do racismo como aspectos absolutamente centrais.”
Além de Hebe Mattos, participam do curso de extensão “Emancipações e Pós-Abolição” as professoras Keila Grinberg (UniRio), Ynaê Lopes dos Santos (UFF), Ana Flavia Magalhães Pinto (UnB), Wlamyra Albuquerque (UFBA), Martha Abreu (UFF), Giovana Xavier (UFRJ) e Mônica Lima (UFRJ).
Saiba mais:
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