A garantia do direito fundamental à propriedade, a regularização jurídica das moradias, o apoio, a orientação às comunidades carentes e a análise das condições das terrenos são alguns dos trabalhos desenvolvidos por um projeto de extensão idealizado por estudantes e docentes da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A iniciativa visa impactar a vivência da população da cidade, aproximando o conhecimento acadêmico da utilidade pública, benéfica para a sociedade.
O “Moradia Legal no entorno da UFJF” foi um dos trabalhos apresentados na III Mostra de Extensão, na Praça Cívica, atividade que integra a III Semana de Ciência, Tecnologia e Sociedade que teve início nesta segunda-feira, 12. A programação segue até a próxima quarta-feira, dia 14. Além de ampliar a troca de experiências entre os graduandos, docentes e técnicos-administrativos da unidade, o evento é uma oportunidade de exposição dos resultados dos projetos de extensão elaborados pela Universidade.
Tendo em vista esse ideal, o estudante de Medicina, Julio Soares Fontes, apresentou o “Programa de Tratamento e Prevenção de Doenças Reumáticas” que funciona na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora desde 1999. O discente relata que, durante o período de 2017 até outubro deste ano, foram realizados 471 consultas. A atividade prática conta também com o levantamento epidemiológico, a avaliação dos efeitos colaterais dos medicamentos e o encaminhamento dos pacientes para outras áreas como a fisioterapia e avaliação psicológica, por exemplo, visando um atendimento humanizado e eficaz.
Entre os projetos expostos dos diferentes campos do conhecimento, o “Par-te de mim” é um trabalho que convida mães, filhos e pais para a discussão e a vivência sobre a maternidade ativa, compreendendo esse processo como uma construção social e cultural que implica no ser mãe. Os 18 encontros feitos pelo grupo reuniram dança, troca de saberes e experiências das mulheres, além de assuntos que compreenderam o empoderamento da mulher-mãe, a amamentação, o mercado de trabalho, a participação paterna, a educação na criação dos filhos e a sexualidade feminina.
O projeto é orientado pela professora do curso de Ciências Sociais, Marcella Beraldo de Oliveira, e tem a participação de três alunas da graduação. A estudante de Ciências Humanas, Janis Salgado Fernandes, vê a Mostra de Extensão como é uma oportunidade para promover a interdisciplinaridade. “Durante o evento, podemos vivenciar outras áreas e desenvolver parcerias com demais grupos, efetivando uma integração.” Outra discente que atua no “Par-te de mim”, Thais Goncalves de Souza, acredita que, para os planos futuros, o foco deve estar na presença da comunidade externa. “Quanto mais a população conhecer esse projetos, implicará na abordagem das pessoas que podem vir a precisar desses trabalhos, auxiliando diretamente a população. É importante que saibam que essas iniciativas existem”, afirma.
Dedo na ferida
A III Mostra de Extensão prossegue com atividades nesta terça-feira, 13. À tarde, ocorre a discussão do Marco Regulatório da Extensão, a partir das 14h, no da Faculdade de Letras. À noite, a tenda montada na Praça Cívica recebe performances, instalações e atendimentos. O destaque vai para a exibição do documentário “Dedo na ferida” de Silvio Tendler, a partir das 18h, no Anfiteatro 1 do Instituto de Ciências Humanas (ICH). Ao final do filme, haverá uma mesa redonda com o diretor.
A pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra acredita que esse momento da mostra vai propiciar o debate do atual contexto político do país e das possíveis alternativas que podem ser aventadas a partir da Universidade. “A exibição reafirma a necessidade do pensamento livre e a UFJF, como todas as universidades públicas brasileiras, deve ser a morada do pensamento livre e não do pensamento único. Analisar a realidade por meio de um documentário pode complementar a formação que os estudantes da UFJF têm em sala de aula.”