Formandos e tutores da primeira edição do Programa de Treinamento em Epidemiologia aplicada aos serviços do Sistema Único de Saúde (Foto: Dante Rodrigues)

Profissionais que atuam em diferentes níveis de vigilância e atenção à saúde concluíram, nesta sexta (15), a primeira edição do Programa de Treinamento em Epidemiologia aplicada aos serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS). A capacitação utilizou metodologia padronizada internacionalmente pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, e abrangeu 180 horas de conteúdos teórico-práticos sobre vigilância em saúde e emergências em saúde pública.

As atividades foram desenvolvidas pelo projeto de extensão “Epi-Obs: Observatório de Epidemiologia Aplicada aos serviços do SUS”, da Universidade Federal de Juiz de Fora em Governador Valadares (UFJF-GV), em parceria com o Ministério da Saúde, o Distrito Sanitário Especial Indígena, a Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares e a Secretaria Municipal de Saúde.

Professor Ângelo Denadai ressaltou a importância das parcerias entre as instituições (Foto: Dante Rodrigues)

Durante a cerimônia de encerramento, o diretor-geral do Campus GV, Ângelo Denadai, destacou a importância da troca de conhecimento entre as instituições. “A grande sugestão que eu faço é que continuem neste intercâmbio intelectual e de informações. Que essa troca de ideias possa gerar projetos de pesquisa e extensão entre as universidades e as instituições parceiras. Que exista um esforço mútuo para a elaboração de projetos”.

Para a coordenadora do Epi-Obs, Waneska Alves, a iniciativa visou à qualificação de profissionais que atuam, principalmente, no enfrentamento de emergência, na atenção à saúde e na atenção primária, uma vez que a caracterização epidemiológica das doenças permite conhecer sua natureza e comportamento, e ainda decidir o tipo de resposta necessária para o seu controle.

Professora Waneska Alves reconheceu o empenho dos servidores participantes (Foto: Dante Rodrigues)

“Durante o treinamento, os participantes realizaram amplos relatórios técnicos, relacionados a problemas de saúde pública na nossa macrorregião leste e da saúde indígena. Tivemos trabalhos sobre doenças crônicas não transmissíveis, mortalidade por Covid-19, uso de substâncias psicoativas por indígenas, infecções sexualmente transmissíveis, investigação sobre monkeypox [varíola dos macacos], entre outros temas extremamente relevantes, pertinentes e inéditos”, relata.

Ainda segundo a professora Waneska, o trabalho desenvolvido no curso resultará no fortalecimento da vigilância local e do SUS macrorregional. O treinamento conduziu profissionais da saúde a “pensarem em surtos, epidemias, descreverem esses eventos de relevância em saúde pública e gerarem apontamentos para estratégias de prevenção e controle mais direcionadas, que possam ser mais efetivas no controle de doenças, mortes e agravos. É essencial que todos os profissionais e futuros profissionais envolvidos com o SUS sejam capazes de usar a epidemiologia como ferramenta de otimização e desenvolvimento”, comenta a epidemiologista e docente do departamento de Nutrição da UFJF-GV.