Obra traz dados sobre praças, parques e espaços públicos de convivência em Juiz de Fora (Foto: Géssica Leine/UFJF)

Resultado de dois anos de trabalho de pesquisa e inventário dos espaços urbanos de convivência locais, o livro “Praças de Juiz de Fora, Catálogo de espaços públicos/2020″ recebeu o reconhecimento do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais, ao conquistar o primeiro lugar na premiação “Boas Práticas Urbanas”, na categoria Ambiental. A obra busca informar a população sobre os espaços públicos e ajudar na construção do embasamento de demandas e políticas públicas de intervenção e cuidados. 

O livro, organizado pelo professor Klaus Chaves Alberto, a partir da dissertação de mestrado de Silvia Senra, é um esforço inédito do Laboratório Virtus (Virtus.Lab), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e, entre outros resultados, traça um paralelo entre a criação de praças e o desenvolvimento urbano juiz-forano desde a fundação da cidade, em 1850.  Segundo Alberto, esta tradição histórica se reflete em alguns dados apresentados por pesquisas recentes, como o fato de 65% da população da cidade morar a pelo menos 400 metros de uma praça. Estes estudos também indicam que viver próximo a praças, parques e outros espaços livres públicos contribuem para a saúde e o bem-estar dos moradores. 

“Estas áreas podem servir como um gatilho positivo para que as pessoas tenham uma vida social mais intensa, pratiquem mais atividade física e tenham maior contato com áreas verdes, mitigando assim os efeitos do estresse da vida urbana. Além disso, estes espaços podem trazer outros benefícios diretos para o conforto ambiental, como, por exemplo, redução de altas temperaturas do ambiente urbanizado e favorecimento da circulação do ar. Suas árvores e vegetações servem de filtro para a poluição, contribuem para a permeabilidade do solo e podem reduzir os impactos dos ruídos urbanos.”

O professor ainda destaca que o prêmio demonstra a importância deste tipo de divulgação científica para intensificar as relações entre este campo profissional com o poder público e com os habitantes das cidades. “Os dados levantados estão servindo de matéria-prima para estudos mais detalhados sobre aspectos específicos desses espaços, como acessibilidade, qualidade e disponibilidade de áreas de recreação infantil na cidade, e importância do mix de uso em volta das praças, entre outros.”  

A obra, produzida de forma conjunta pelo professor Klaus Alberto, pelas mestres em Ambiente Construído (Proac-UFJF), Silvia Senra e Eduarda Beraldo, e pelas graduandas de Arquitetura e Urbanismo, Anna Paula Ribeiro e Maria Cassani, pode ser adquirida, de forma gratuita em seu formato on-line, através do site do Programa de Pós-Graduação em Ambiente Construído da UFJF.