Defesa ocorreu de forma remota e abordou o uso da inteligência artificial no diagnóstico da hanseníase. (Foto: divulgação)

O Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular (PMBqBM) do campus Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora aprovou, na última semana, a tese do doutorando Márcio Luís de Souza, que abordou a aplicação da inteligência artificial no diagnóstico da hanseníase.

A pesquisa intitulada “Reconhecimento de padrões moleculares, clínicos e imunológicos para criação de algoritmo da suscetibilidade e evolução clínica da Hanseníase baseado em inteligência artificial”, foi orientada pela profa. Lucia Alves de Oliveira Fraga, e co-orientada pela profa. Cibele Velloso Rodrigues. De acordo com o autor do estudo, o Brasil é o país com maior número de casos a cada 100 mil habitantes em todo o mundo, e a região de Governador Valadares é considerada hiperendêmica, com cerca de 20 novos casos a cada 100 mil habitantes. “Cerca de 95% da população mundial é imune [à hanseníase] mas as pessoas suscetíveis apresentam respostas imunológicas complexas, distintas e potencialmente dependentes do perfil genético do indivíduo infectado. Nosso estudo utiliza inteligência artificial para diagnosticar os possíveis casos novos da doença, possibilitando, assim, um tratamento precoce a fim de diminuir as mazelas sociais inerentes a essa enfermidade”, explicou Souza.

O estudo foi desenvolvido com 238 participantes nos municípios mineiros de Governador Valadares e Limeira de Mantena, envolvendo participantes atendidos no Centro de Referência e Doenças Endêmicas e Programas Especiais. Os próximos passos serão o refinamento do algoritmo de detecção de sinais subclínicos da hanseníase para acompanhamento de contatos e a publicação de artigos científicos para divulgação da metodologia e resultados empregados na tese. Colaboraram, também, a Universidade da Califórnia, a Universidade Emory, o Fundo Nacional de Saúde, a Fapemig e Capes.

No encerramento de mais um ciclo de aprendizado na UFJF, o agora doutor e professor de Bioestatística agradeceu ao departamento do PMBqBM pelo apoio durante os estudos. “Em especial, agradeço à Profª Fernanda Andrade por ter sido excepcionalmente ativa nos processos seletivos de minha substituição temporária. Graças à minha licença, pude me dedicar mais aos estudos a fim de aprender um pouquinho de imunologia, citologia, genética, bioquímica, biologia molecular, microbiologia, epidemiologia, clinica, inteligência artificial, métodos estatísticos avançados dentre outras competências que minha tese demandou. Não foi nada fácil juntar tudo isso para construir algo útil e inovador para a ciência e para o sistema de saúde. Contudo, com muito orgulho, acredito ter conseguido concluir minha trajetória à altura de nosso departamento. Nesse aspecto, foi muito mérito de minhas orientadoras e colegas profas. Lucia Alves Fraga e Cibele Velloso Rodrigues; sem elas, eu não teria chegado até aqui”, finalizou.

A versão final do texto ficará disponível para consulta em breve. Mais informações, acesse o site do programa.