A década de 1970 é marcada por um período de desenvolvimento da Universidade nos campos do ensino, da pesquisa e da extensão. O livro “Algumas atividades do Reitor João Martins Ribeiro no período de 04 de setembro de 1972 a 03 de setembro de 1976 na Universidade Federal de Juiz de Fora”, de autoria do próprio reitor, aponta a execução de marcos importantes da instituição. Entre eles, a projeção e a construção do novo acesso ao campus, da Biblioteca Central, do Centro Olímpico (parte do atual complexo esportivo da Faculdade de Educação Física) e do Centro Comunal (Praça Cívica).
Durante o comando maior da Universidade, Ribeiro deu passos importantes para integrar a comunidade junto ao campus. A proposta partia do pressuposto que uma educação universitária deveria somar a formação técnica juntamente a um contato humanístico insubstituível. No entanto, deveria seguir um “humanismo nativista” que mergulhasse suas raízes na tradição social, histórica, política, econômica, moral e religiosa do Brasil.
A proposta buscava desenvolver mecanismos que incentivassem e promovessem atividades culturais, em todas as suas possibilidades, para a formação de uma sociedade comunal.
Nessa perspectiva, a realização da integração comunitária surge, de forma física, a partir de projetos estruturais que pudessem ser de acesso coletivo, como, por exemplo, a Biblioteca Central, o Centro Olímpico e a Casa de Artes que, juntamente ao Forum da Cultura, passariam a constituir o Setor Cultural da UFJF.
Inaugurações
Entre as ações realizadas pela Universidade, na gestão do professor João Martins Ribeiro, o livro aponta que a imprensa local cita as quatro obras principais: o novo acesso ao campus; a Biblioteca Central; o Centro Comunal; e o Centro Olímpico.
Anunciado para a comunidade em maio de 1974, o Acesso ao Campus foi um projeto desenvolvido pelo próprio reitor para a construção de uma via para interligar a Avenida Independência [atual Avenida Itamar Franco] à Cidade Universitária pelo pórtico sul. O objetivo era oferecer um caminho alternativo à Cidade Universitária, perpassando os bairros São Mateus, Cascatinha e Dom Bosco.
A obra, inaugurada em 24 de maio de 1976, com extensão de 3 km, foi considerada um marco, por prolongar uma avenida com duas pistas isoladas e apresentar a elegância e a suavidade de um “lacet”. Além disso, o impacto da construção fez com que a imprensa local reconhecesse e enaltecesse o serviço prestado pela UFJF à cidade.
Aberta ao público em 3 de dezembro de 1975, data próxima ao aniversário de 15 anos da Universidade, a Biblioteca Central foi identificada como uma das obras de maior necessidade para a instituição, e para a sociedade, pois buscava o desenvolvimento do contato entre a academia e a comunidade, além de objetivar uma nova ótica em contexto revolucionário para o ensino e para a pesquisa, diante do empréstimo dos mais atualizados livros e periódicos à época.
Na solenidade de inauguração, o representante do senador Ney Braga, deputado José Bonifácio, enalteceu a magnificência da construção: “Então coroamos hoje aqui a grande obra (…), quero saudar calorosamente Juiz de Fora, pelo presente de Natal que recebe, e a Universidade pelos seus 15 anos de existência e que também recebe grandioso presente.”
Outra ação que veio a se tornar um vetor de integração junto à comunidade, foi a criação do Centro Comunal, renomeada como Praça Cívica. As manchetes de noticiários da época apontam que 50 mil pessoas assistiram ao Projeto Aquarius, assim como, outras 50 mil estiveram presentes ao espetáculo realizado pela Orquestra Sinfônica Brasileira em Juiz de Fora, ambas apresentadas no espaço.
Também desenvolvido a partir de um projeto elaborado pelo reitor em 1973, o Centro Olímpico foi uma das construções prioritárias sugeridas no Plano de Desenvolvimento, envolvendo o curso de Educação Física e inúmeras programações. A imprensa também noticiou a importância da construção pois, de acordo com o extinto Diário Mercantil, representava muito para a expansão do desporto, que passou a contar com mais um local para a realização de grandes espetáculos.
Ensino no Setor Saúde
O boletim universitário 160, divulgado em abril de 1975, relata o convênio com o antigo Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), para oferecer estágios aos alunos e o uso de serviços previdenciários no então denominado Hospital Escola (HE) da UFJF, atual Hospital Universitário. Também trata de parcerias com outros hospitais da cidade, como a Cotrel, a Santa Casa de Misericórdia, a Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (Ascomcer) e com o João Penido para ofertar melhor aprendizagem aos estudantes do Setor Saúde e aprimorar a relação entre o aluno, o hospital e os pacientes.
“Desta maneira, com atos visíveis (novos convênios, residência médica já funcionando, ampliação da área física da Faculdade de Medicina, Revista do HE, novo prédio do CBR) estamos propiciando, nos limites da competência do reitor e da própria Universidade, os melhores meios para sustentar o ensino do Setor de Saúde”, reitera o Boletim.
Proteção ao meio ambiente
Por meio da Portaria nº 139, foi criado o Gema, órgão específico que reuniu um grupo de professores com a finalidade de proceder ao estudo dos problemas ambientais. Em março de 1976, iniciou um Ciclo de Palestras sobre meio ambiente, aberto ao público em geral. O esgotamento, em tempo curto, das vagas oferecidas pelo evento, comprovou o êxito da iniciativa e marcou o engajamento da UFJF nos estudos ecológicos.
Segundo o livro, um dos principais passos da gestão foi a criação de um Plano de Desenvolvimento da UFJF que visava, entre inúmeros fatores, aprimorar a educação integral com base nas ciências, em técnicas e no humanismo; institucionalizar a pesquisa como processo de conhecimento e desenvolvimento e desenvolver programas de prestação de serviços e extensão universitária, assistência estudantil e de educação continuada.
UFJF 60 anos
Para celebrar a data, a Diretoria de Imagem Institucional traz a proposta de recordar os mais diversos momentos vividos pela comunidade acadêmica ao longo dos 60 anos. A iniciativa consiste em envolver as pessoas da comunidade para compartilharem suas recordações pelo e-mail ufjf60@comunicacao.ufjf.br ou pelas redes sociais usando #UFJF60anos.
Livro-relatório
“Algumas atividades do Reitor João Martins Ribeiro no período de 04 de setembro de 1972 a 03 de setembro de 1976 na Universidade Federal de Juiz de Fora”
Publicado em 1976, pela Imprensa Universitária da UFJF.
Disponível para consulta na Biblioteca Central e na Biblioteca do Mamm (Ambas estão fechadas neste período de pandemia)
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