Os golfinhos dependem dos sons para se comunicarem e desemprenhar funções vitais (Foto: site naturdata.com, golfinho-comum-de-bico-curto (Delphinus delphis))

Entender as variações das emissões acústicas dos golfinhos e aprimorar o conhecimento sobre as características desses sons motivou a bióloga Bruna Pagliani Simonato a pesquisar o golfinho-comum-de-bico-curto (Delphinus delphis), que habita as águas da região do Oceano Atlântico Sul Ocidental. “Estudar o som dos golfinhos é conhecer o principal mecanismo de sobrevivência  dessas espécies e, portanto, prezar pela manutenção da biodiversidade marinha”, pontua Bruna. A pesquisa foi desenvolvida por meio do no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 

Na tese, Bruna analisa os parâmetros de tempo e de frequência para assobios e sons pulsados (cliques e sons explosivos), bem como suas variações. A bióloga revela que usou uma matriz de arrasto (hidrofones conectados em um cabo) rebocada por um navio. Assim, os dados dos hidrofones são processados em um gravador digital e convertidos para as análises das emissões sonoras. Dessa forma, a pesquisadora destaca que foi possível também avaliar a emissão sonora em um evento de encalhe em massa da espécie, ocorrido no Brasil, e verificar possíveis parâmetros acústicos específicos de uma situação de estresse.

Em ordem: doutoranda Bruna Pagliani Simonato, professora Susannah Buchan, professor orientador Artur Andriolo, professora Franciele Castro, professor Marcos Rossi Santos, professor Paulo Simões Lopes e professor co-orientador Thiago Amorim (foto: arquivo pessoal)

Neste contexto, o estudo apresenta uma completa caracterização dos sons do golfinho-comum-de-bico-curto, a variação intraespecífica dos assobios e alguns parâmetros que podem influenciar nessa alteração. Além disso, a tese classifica quatro tipos de sons pulsados produzidos por essa população com base em critérios que estabelecem uma melhor precisão. 

O professor orientador, Artur Andriolo, ressalta que os golfinhos são primariamente dependentes do som para viverem e, dessa forma, estudos que abrangem a complexidade do repertório de golfinhos e os fatores que influenciam na sua estrutura são essenciais para a manutenção da diversidade das populações e, consequentemente, para a conservação das espécies. O professor destaca, ainda, que cliques de ecolocalização são sons pulsados principalmente relacionados à detecção de presas e reconhecimento do ambiente, mas têm sido associados também a comunicações de curta distância. “Estudos como este, que avaliam as características acústicas básicas das espécies, permitem o estabelecimento de uma linha de base para entendimento de variações provocadas por contextos de impactos, principalmente aqueles resultantes de atividades humanas”. 

Contatos:
Bruna Pagliani Simonato – (Doutora):
bpagliani@gmail.com 

Artur Andriolo – (Orientador):
artur.andriolo@ufjf.edu.br 

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Artur Andriolo – Orientador (UFJF)
Prof. Dr. Thiago Orion Simões Amorim – Coorientador (UFJF)
Profª. Drª. Franciele Castro – (UFJF)
Prof. Dr. Paulo Simões Lopes – (UFSC)
Profª. Drª. Susannah Buchan (Universidad de Concepción – Chile)
Prof. Dr. Marcos Rossi Santos – (Universidade do Recôncavo Baiano – UFRB)

Outras informações: (32) 2102-3223 – Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza