Seis iniciativas assessoradas pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (Intecoop) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) foram contempladas pelo Edital de Premiação Cultural, proveniente da Lei 14.117/20, conhecida como Lei Aldir Blanc. Em Juiz de Fora, foram aprovados 509 projetos dentre os 713 apresentados, que compartilham montante financeiro total de R$ 3,4 milhões destinados ao município para auxiliar a classe artística e cultural, devido aos prejuízos causados em decorrência da pandemia de Covid-19.
As propostas contempladas, assessoradas pela Intecoop, foram Feira É Daqui; Orgânicos da Mata; Monte de Gente Interessada em Cultivo Orgânico (Mogico); Lixarte – Associação de Reciclagem e Artesanato; Trabalharte; e Fórum Municipal de Economia Popular Solidária de Juiz de Fora (Fomeps-JF). O edital prevê repasses que variam entre R$ 3 mil e R$ 15 mil e abrange, ao todo, seis categorias profissionais: Espaços de Ensino e Fruição Cultural e Artística; Linguagens Artísticas – Indivíduos, Linguagens Artísticas; Coletividades, Cultura Popular e Urbana; Técnicos e Bastidores; e Micro e Pequenas Empresas Culturais. O investimento visa atender o maior número de pessoas, principalmente aquelas em situação de vulnerabilidade.
Segundo a consultora da Intecoop, Juliana Macário, o papel da incubadora é constituir, no âmbito das ações de extensão universitária, um espaço de incorporação de demandas de trabalhadores desempregados ou em situação de precarização do trabalho em Juiz de Fora e na microrregião. A incubadora atua na assessoria, formação e acompanhamento de associações, cooperativas e grupos informais populares, visando geração de trabalho e renda, através da experiência da economia solidária.
“Compreendemos a extensão universitária como espaço privilegiado que possibilita unir o campo teórico ao prático, contribuindo para a organização dos sujeitos e da própria instituição de ensino, com a perspectiva da aprendizagem mútua, coletiva e crítica, promovendo ações que fomentem o exercício da cidadania, democratização e autogestão”, aponta a Juliana.
Conquista
Há três anos, Waltencir Carlos da Silva integra o projeto Mogico. Com o auxílio financeiro disponibilizado pela Lei Aldir Blanc, no segmento de Coletividades, Cultura Popular e Urbana, alguns planos do coletivo poderão começar a sair do papel. “O uso do recurso será definido em assembleia, mas a ideia é que seja voltado para ações que vão ao encontro com os princípios do Mogico. Dentre elas, podemos citar a capacitação técnica, a compra de insumos, o suporte para departamento técnico e a possibilidade da criação de um fundo para custeio de produção.”
Para Juliana, a conquista representa o reconhecimento dos grupos como agentes promotores de cultura, o que ultrapassa a dimensão instrumental da geração de renda como um meio de sobrevivência. “Além disso, a aprovação os reconhece como difusores de princípios e valores de uma cultura cooperativa, solidária, comprometida com a coletividade, com a sustentabilidade ambiental, com o acesso a uma alimentação saudável, com as práticas e as relações de trabalho e com uma produção que respeite o ser humano em sua integralidade. As atividades populares, empreendidas a partir da perspectiva da economia solidária, impactam nas condições de vida das pessoas no seu plano socioterritorial.”
Para a pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra, a Intecoop vem construindo uma trajetória de presença constante junto aos coletivos autogestionários em Juiz de Fora. “Ao participar do Fórum Municipal de Economia Solidária, a equipe envolvida acompanhou todos os que tiveram seus projetos aprovados, complementando a ação de formação e economia solidária, com atividades para que esses pudessem ter acesso a recursos para desempenhar suas ações e fortalecer essa perspectiva em nosso município.”
Contemplados
Feira É Daqui
O coletivo é composto por 25 produtores locais que reuniram-se para comercializar artigos para consumidores com dietas restritivas ou que buscam uma alimentação saudável. Os recursos da Lei Aldir Blanc serão usados para fortalecer a cultura da alimentação inclusiva.
Orgânicos da Mata
Criado com a finalidade de realizar a certificação orgânica e participativa na região, o coletivo conta com 28 agricultores de Juiz de Fora, Lima Duarte, Piau, Arantina, Bias Fortes, Barbacena, Leopoldina e Cataguases. Os Orgânicos da Mata foram contemplados com a Lei para difundir a agricultura orgânica, a justiça social do campo, circuitos curtos de produção, a cultura da alimentação saudável e um meio ambiente protegido para as próximas gerações.
Mogico
Reunindo produtores orgânicos e agroecológicos, técnicos e pessoas interessadas em um viver orgânico, conta com 40 associados entre produtores e consumidores. Com os recursos da Lei Aldir Blanc, pretende-se difundir e fortalecer o consumo de alimentos orgânicos, desmistificar o valor dos produtos, que são vistos como inacessíveis, e contribuir para que produtores e consumidores se unam na garantia de produção e acesso de uma alimentação ambientalmente e socialmente saudável.
Lixarte – Associação de Reciclagem e Artesanato
O grupo desenvolve trabalhos pedagógicos, artísticos e culturais, por meio de oficinas de artes, danças e músicas. A entidade, de natureza filantrópica, tem 12 integrantes e, com o auxílio do recurso, pretende fortalecer a identidade do grupo no município e ampliar o escopo de atuação como agente cultural promotor da cultura negra e periférica, livre de estigmas e reconhecido como ente fomentador de mudanças.
Trabalharte
A associação é formada por usuários do sistema de saúde mental, familiares, técnicos do serviço de saúde mental e voluntários. Tem por finalidade a continuidade da luta do movimento de desospitalização dos pacientes com transtorno mental e propiciar a inserção social com geração de trabalho e renda. Atualmente, 33 pessoas compõem o quadro associativo. O atual esforço tem se concentrado em manter o grupo mobilizado através de atividades remotas pontuais.
Fórum Municipal de Economia Popular Solidária de Juiz de Fora (Fomeps-JF)
O movimento, com 38 pessoas, objetiva o fortalecimento da geração de trabalho e renda, a valorização e o resgate da cultura local, o desenvolvimento da subjetividade dos trabalhadores e o incentivo à formação de associações e cooperativas. Os recursos irão auxiliar no desenvolvimento de uma plataforma virtual de vendas dos coletivos de economia solidária de Juiz de Fora.
Confira os todos os selecionados.
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