Pesquisadores do Bacharelado em Design do Instituto de Artes e Design (IAD) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em resposta aos desafios impostos pela situação de pandemia de Covid-19, desenvolveram um modelo de protetor facial com características inovadoras para melhor atender às necessidades dos usuários, não só nesse período de exceção. Preocupados não só com um projeto de design mais leve e apropriado para o uso, desenvolveram um produto com produção simplificada, para agilizar a distribuição e diminuir o custo do processo. O depósito de patente do produto foi solicitado por meio do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da UFJF e está em análise pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Denominado como Protetor Facial TEZ, o equipamento é montado e higienizado facilmente pelo próprio usuário. Como é constituído por um material reciclável, o impacto ambiental do seu descarte foi sensivelmente reduzido. As quatro peças necessárias para montá-lo são produzidas a partir de uma placa de formato A3, composta por plástico PETG de 0,5 milímetros – o que diminui consideravelmente o espaço ocupado pelo TEZ quando desmontado. Dessa forma, é possível transportar milhares de máscaras ocupando o mesmo volume que, atualmente, comporta apenas centenas de modelos mais comuns de protetores faciais.

Produção simplificada agiliza distribuição e diminui custo (Foto: Arquivo pessoal)

O material final foi definido pelos pesquisadores devido à leveza, ao suporte para maior movimentação sem risco de soltura das peças, ao baixo índice de embaçamento, ao potencial reciclável e à capacidade de adaptação ao rosto humano, uma vez que o PETG é maleável a ponto de cobrir, com segurança, diferentes diâmetros e formatos de cabeça. A intenção da equipe por trás do projeto, composta pelos professores Paulo Miranda, Róber Botelho e André Mol, foi de inovar um produto já conhecido, e atualmente em alta demanda, melhorando a capacidade e a durabilidade do mesmo. 

De acordo com o pesquisador Paulo Miranda, o protetor facial TEZ demonstra a importância do papel das universidades ao aplicar o conhecimento técnico e científico para auxiliar diretamente a sociedade. “Além de atuar na linha de frente, a Universidade também reúne competências capazes de propor inovações científicas e tecnológicas que contribuam no âmbito social, econômico e sustentável, pensando, não só no caráter emergencial, como também em longo prazo.” 

Registro de patente
Para construir o TEZ, foram estudadas e obedecidas todas as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Além de render resultados acadêmicos e tecnológicos, o projeto conta com três registros em análise junto ao INPI: marca, desenho industrial e patente.

“Estamos mapeando as tecnologias desenvolvidas na UFJF no sentido de combate à pandemia e verificando seu potencial de proteção. Tais tecnologias estão sendo priorizadas, assim como há prioridade na avaliação destas pelo INPI”, explica a técnica administrativa Ana Carolina Vidon, atuante na Gerência de Propriedade Intelectual do Critt. “Durante esse período, nossos atendimentos de depósitos de patentes estão sendo feitos por meio de e-mail. Solicitamos o preenchimento pelo pesquisador de um formulário de comunicação de invenção, pelo qual analisamos os requisitos de patenteabilidade.”

Outras informações:
Bacharelado em Design da UFJF
Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt)