Pedro Bustamante, representante dos coordenadores e professor; Janezete Marques, pró-reitora adjunta de Infraestrutura; pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra; e Mercedes Marcilese, coordenadora do curso de licenciatura em Letras (Foto: Gabriela Maciel)

Ampliando o contato com a comunidade e oferecendo qualificação em línguas estrangeiras para moradores de 46 bairros do município e profissionais terceirizados da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o programa de extensão Boa Vizinhança-Línguas realizou a formatura de 44 alunos em oito cursos de idiomas. A solenidade aconteceu nesta quinta-feira, 5, às 19h na Faculdade de Letras (Fale), onde foram entregues os diploma de certificação para os concluintes.

Dando início à solenidade, o representante dos coordenadores do Programa e coordenador do curso de italiano, Pedro Bustamante, explicou que a formação desses concluintes é um dia muito especial para a Universidade. “Esse é um programa que gostamos e trabalhamos com muito carinho. Já oferecíamos o inglês e, em 2018, passamos a ofertar novas línguas. Hoje, com muita felicidade, estamos aqui para entregar os diplomas. Esse é um trabalho em processo, que apesar das dificuldades, temos muita alegria de levar para frente. Fico muito feliz com a iniciativa da Pró-reitoria de Extensão em criar esse evento e, agora, podemos iniciar uma tradição que será bem-vinda na faculdade, na extensão e na UFJF.”

Representando a direção da Faculdade de Letras, a coordenadora do curso de licenciatura em Letras período integral, Mercedes Marcilese, deu as boas-vindas a todos e ressaltou o quanto os estudantes, participantes do programa, auxiliam no processo de aprendizado dos alunos da UFJF. “Vocês oferecem muito mais a nós do que nós a vocês. O contato com a comunidade fortalece o aprendizado dos nossos alunos. Esperamos poder continuar ouvindo as demandas da sociedade e oferecer nossos serviços em um diálogo fértil que acontece por meio desse contato.”

“Eu gostaria de começar parabenizando a cada um de vocês, trabalhadores, que se dedicaram e tiveram interesse em buscar um novo conhecimento”, disse a pró-reitora adjunta de Infraestrutura e Gestão, Janezete Marques, que avaliou a importância de se ofertar conhecimento aos trabalhadores terceirizados, e à comunidade. “Agradeço pela parceria com a Proex, juntamente a Faculdade de Letras, por podermos dar essa oportunidade de aprendizado aos nossos funcionários terceirizados. É muito gratificante participar desse momento.”

Universidade para todos

Solenidade entregou diploma a alunos e terceirizados da UFJF (Foto: Gabriela Maciel)

Em um gesto de agradecimento a todos os professores, discentes, estudantes e diretores que participaram do projeto ou cederam espaços das unidades acadêmicas para a realização das atividades, a Pró-reitora de Extensão, Ana Lívia Coimbra, destacou a importância de cada um dos envolvidos, principalmente dos bolsistas extensionistas que foram fundamentais para a tão aguardada entrega dos diplomas. Destacou o quanto o processo formativo engrandece e é importante para a Universidade. “Desde que o aluno entra na UFJF, damos toda a atenção possível. O programa é uma iniciativa de contato com a comunidade e oferta a formação que todo brasileiro deveria ter, permitindo acesso à educação e à cultura, neste caso, mediada por estudantes. A UFJF ganha muito com esse diálogo. Recebê-los aqui, após as tarefas diárias, é conhecer histórias de vida e formar nossos estudantes que aprendem diariamente com vocês.”

Ana Lívia aponta que o Programa Boa Vizinhança-Línguas corrobora com a política linguística da Universidade, juntamente com outros projetos, e o quanto traz oportunidades para os envolvidos. Além disso, aproveitou o momento para alertar o quanto a comunidade precisa estar próxima das instituições públicas de ensino e lutar por elas. “Esse dia de alegria se insere em um momento adverso, no qual as universidades públicas têm sido atacadas por quem deveria defendê-las. Eu peço a vocês que defendam esse patrimônio que muda a vida de muitas pessoas. A universidade é um patrimônio do povo brasileiro e aqui nós exigimos respeito. Por onde passarem, levem a ideia de que esse espaço é nosso. Nós estamos sempre de portas abertas.”

Novos horizontes

“Eudáimon einí mantánussa heleniká”, em tradução literal significa: “Eu estou feliz em aprender grego” diz a concluinte do curso de Grego Antigo, Mara Littiere. A estudante conta que aprender essa língua não era a primeira opção, mas que se apaixonou desde o primeiro momento. Explica que também já cursou inglês e espanhol pelo programa Boa Vizinhança-Línguas e aponta quais foram os principais desafios da língua clássica. “Eu faço parte da primeira turma do Grego Antigo. Eu tenho facilidade com línguas estrangeiras e quero estudar ainda mais, tanto que no próximo período quero vir como ouvinte. O mais difícil é aprender o alfabeto, depois que o assimilamos fica mais fácil entender a pronúncia e a gramática. Eles possuem uma ordem diferente da nossa na construção de frases e a gente precisa montar essas idéias.”

Em busca de aprender Português Alberto Navarro faz parte de um grupo de refugiados políticos da Venezuela, e é aluno do curso de Jornalismo. Aproveitou a oportunidade para aprender o idioma como língua de acolhimento, por meio do Programa Boa Vizinhança. Navarro conta que o aprendizado tem ajudado bastante, e que apesar do português ser difícil, as preposições são mais fáceis do que em espanhol. “Eu já moro no Brasil faz um ano e ingressei no curso de Jornalismo para me formar melhor como pessoa e porque eu gosto muito de política. O mais legal desse curso de línguas é que ele não é muito acadêmico e ajuda na minha conversação com outras pessoas. Além de estudar o português, aprendi uma nova modalidade que é o “português mineiro”, e algumas gírias como o ‘uai'”, comentou.

O Curso

As aulas são ministradas por bolsistas, estudantes do curso de Letras. Semestralmente, o Boa Vizinhança oferece 42 vagas, sendo 35 específicas para a comunidade e sete para servidores terceirizados. São ofertados oito idiomas: Língua Inglesa, Espanhola, Francesa, Latina, Grega, Italiana e Libras. O projeto conta ainda com uma turma de Português como Língua de Acolhimento, voltada para estrangeiros residentes em Juiz de Fora. Os cursos têm a duração de três semestres letivos, divididos em três módulos, com carga horária total de 180 horas.

O objetivo geral é atender prioritariamente às necessidades e interesses da comunidade do entorno da UFJF, através do desenvolvimento das habilidades de leitura, compreensão oral, fala e produção escrita em nível iniciante, aproximando a prática da sala de aula às práticas sociais de que o aluno participa em sua vida cotidiana.

Outras informações: (32) 2102-3960 –  Pró-reitoria de Extensão

E-mail: extensao@ufjf.edu.br