Estudantes visitaram exposição nesta sexta, 5. (Foto: Gabriella Ramos)

A instalação Brumas do Vale, que tem como objetivo provocar uma reflexão sobre a tragédia de Brumadinho, recebeu, nesta sexta, 5, uma turma de estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Nelson De Sena, em Governador Valadares. A atividade foi precedida por uma roda de conversa, que contou com a participação do professor Henrique Queiroz e da professora de Artes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Kênia Brant.

Devani e Henrique abordaram consequências do desastre junto aos estudantes. (Foto: Gabriella Ramos)

Em sua fala aos estudantes, Henrique abordou as consequências da falta de planejamento em setores públicos, as deficiências do sistema econômico na distribuição de riquezas e as consequências do desastre ambiental para pescadores e famílias cujo sustento está vinculado ao Rio Doce, diretamente afetado pelos rompimentos. “Eu fui à foz do Rio Doce, em Linhares, no Espírito Santo, há centenas de famílias que perderam sua principal fonte de renda, e hoje sobrevivem com um salário mínimo. Há diversos relatos de suicídio entre pescadores da região, já que era uma cidade que se movimentava pelo turismo e pela pesca”, comentou.

Kênia, de verde, abordou o processo criativo da exposição. (Foto: Gabriella Ramos)

Na sequência, a professora Kênia Brant explicou aos estudantes o processo de criação da exposição Brumas do Vale, a partir da utilização de barbantes, papel, terra e sacos plásticos. Os materiais representaram barcos, helicópteros, barragens e a lama. A docente orientou também a confecção de barquinhos que foram, posteriormente, inseridos na exposição.

Eduarda acompanhou detalhes da exposição Brumas do Vale. (Foto: Gabriella Ramos)

As experiências dessa manhã agradaram a estudante Eduarda Cristina Silva, do terceiro ano do Ensino Médio. “Achei muito forte a exposição, pois são cenas marcantes retratadas ali. As mãos na lama são comoventes”. Durante a visita, a turma lançou nas redes os barquinhos de papel produzidos em sala de aula. Para Eduarda, “jogar os barcos na rede dá uma esperança de ainda encontrar pessoas, me fez refletir muito sobre quantas pessoas se perderam na lama, quantas famílias foram arrasadas, e que os responsáveis vão ficar impunes”.

A atividade foi organizada pelo projeto de extensão UFJF-GV na rota cultural: manifestação da diversidade artística e popular, coordenado pela Técnica em Assuntos Educacionais da UFJF-GV, Devani Tomaz. O trabalho exposto na instalação Brumas do Vale é assinado pelos alunos dos 2º ano dos cursos técnicos Integrados de Edificações, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho sob a orientação da professora Kênia Brant.