Na abertura, o reitor Marcus David salientou a importância do evento para a qualidade da educação (Foto: Gustavo Tempone)

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aponta um crescimento dos números de avaliações de indicadores e padrões relacionados à cultura, educação e outros aspectos sociais dos países do mundo. Essas avaliações levaram a um aprimoramento e desenvolvimento das formas de se avaliar. Com o objetivo principal de fomentar as discussões relacionadas ao tema, o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realiza o I Encontro Internacional sobre Avaliação Formativa e Digital que teve início nesta terça-feira, 1º, e segue até esta quarta-feira, 3. 

O evento reúne na cidade pesquisadores nacionais e internacionais – da França, de Luxemburgo, da Itália e de Portugal (Flip) -, além de gestores da educação pública, como secretários da educação básica, do Ministério da Educação (Mec), secretários estaduais e municipais brasileiros, a coordenação de avaliação pedagógica do Inep, entre outros. O encontro também propõe o desenvolvimento da cooperação e da colaboração entre professores, pesquisadores e avaliadores, visando a fomentar soluções eficientes de avaliação da educação por meio de inovação digital, para melhor construção de indicadores. 

Em sua fala de abertura, o reitor Marcus Vinicius David destacou a satisfação da UFJF em sediar esse evento, por meio do Caed. Ele destacou que o evento é fundamental para que se avance e evolua na qualidade da educação. De acordo com ele, a universidade não deve se fechar, mas se abrir e buscar aproximação com a sociedade para compartilhar o conhecimento gerado em seu tripé de ensino, pesquisa e extensão.

O reitor ainda destacou a importância da parceria internacional realizada por meio do Caed com os países da Flip. “A UFJF tem muita honra e orgulho de organizar um evento como este em que a universidade dá um salto à frente em termos de tecnologia, em função das parcerias internacionais que ela celebrou e que trazem esses parceiros ao evento. Essa cooperação vai propiciar para os municípios e para os estados do país um modelo de avaliação realizado com alta tecnologia, por meio de plataformas digitais, e que vai ajudar a avançar muito o nosso processo de avaliação e gestão da educação pública.”

Um dos pesquisadores internacionais, Thierry Rocher, destacou a importância da avaliação para para os estudos e aplicações de pesquisas (Foto: Gustavo Tempone)

O professor e dirigente da área de avaliação do Ministério da Educação Nacional da França, Thierry Rocher, apresentou na conferência de abertura a importância de se contribuir para que a avaliação normativa seja aplicada de forma a contribuir significativamente para os estudos e aplicações das pesquisas. Ele destacou a evolução do programa escolar, tendência global atualmente. Para o pesquisador, as competências que emergem são transversais, dizendo sobre a personalidade do aluno.

 O relatório do Fórum da Economia Mundial prevê o surgimento de competências necessárias para o profissional dos próximos anos devido ao aumento da tecnologia e da mudança na forma de atuação profissional. Dentre essas habilidades, destacam-se a capacidade de resolução de problemas complexos e inteligência emocional. No entanto, Rocher aponta para uma limitação de definição das competências, devido à falta de solidez científica, de identificação das áreas e formas de avaliação, e a ameaça de se realizar uma pesquisa reducionista, que pode advir ao se visar o resultado geral e não cada parte dessas competências.

 De acordo com o coordenador geral do Caed, Manuel Palácios, a perspectiva de resultados para o encontro é o desenvolvimento de instrumentos de avaliação digital em colaboração com esses países. “Os estados brasileiros e os países da Flip têm a intenção de desenvolver em conjunto melhores instrumentos e realizar, muito brevemente, experiências importantes para a avaliação de habilidades mais sofisticadas e objetivos de aprendizagem mais complexos, que somente um computador permite apresentar ao estudante.”

A Chefe da Assessoria Internacional do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Sandra Grippi, relatou  que o evento serviu como uma forma de aproximar o Brasil de seus parceiros. “Por meio desse consórcio com o Flip, o Inep foi convidado a participar desse evento no sentido de conhecer um pouco mais do trabalho, conhecer como funciona o exame e estreitar os laços entre o Brasil e o grupo, já que nunca havia participado de ações”.

 O Inep é responsável por realizar levantamentos estatísticos e avaliações do sistema educacional brasileiro, dos níveis básico a superior. Além de aplicar os exames nacionais, também participa de avaliações internacionais, como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e o Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação (LLECE). Em 2019, o Brasil vai passar a participar de avaliações de Linguagem e de Civismo e Cidadania, advindas da parceria do Brasil com as iniciativas estrangeiras e desenvolvidas na França.

 Outras informações: (32) 4009-2000 – Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed)