Cerca de 90 pessoas – entre alunos, professores e integrantes dos serviços de saúde – vão atuar por dois anos no programa. (Foto: Sebastião Junior)

Educação Física, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Odontologia. Todos os cursos do Instituto de Ciências da Vida (ICV) do campus de Governador Valadares da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF-GV) atuando de forma conjunta com os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde em prol da melhoria da qualidade desses serviços para a população. Esta é a essência do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), que iniciou na última segunda-feira, 29, as suas atividades na cidade. Pelos próximos dois anos, cerca de 90 pessoas – entre alunos e professores da universidade e integrantes da rede municipal de saúde – trabalharão identificando problemas e buscando soluções que contarão com a colaboração de todas as profissões envolvidas. Por isso, esta edição do programa recebeu o nome de Interprofissionalidade.

A interprofissionalidade é uma intervenção em que os membros de mais de uma profissão da saúde aprendem em conjunto, de forma interativa, com o propósito de melhorar a colaboração entre eles, a saúde e o bem-estar do paciente e a qualidade dos serviços. Como resume a professora do Departamento de Nutrição, Pollyana Cardoso, trata-se de “todas as profissões de saúde discutindo e exercendo práticas colaborativas para a solução de um problema, trabalhando de forma conjunta, integrada e estratégica”. Ela é uma das cinco docentes da UFJF-GV que atuam como coordenadoras tutoriais do programa – as outras quatro são Mabel Salas, Meirele Gonçalves, Pollyanna Cardoso, Larissa Bonomo e Ludimila Forechi.

Da esquerda para direita: Mabel Salas, Meirele Gonçalves, Pollyanna Cardoso, Larissa Bonomo, Erika Barbosa e Ludimila Forechi. (Foto: Sebastião Junior)

As atividades do PET estão divididas em duas etapas. Neste primeiro ano, vai se concentrar nas unidades básicas de saúde, que compõem a chamada atenção primária. Já no segundo ano, os centros especializados, como hospitais, são o foco de atuação dos “petianos” – como são conhecidos os integrantes do programa. E o primeiro passo é fazer um mapeamento do território e diagnóstico da situação da saúde nesses locais e, posteriormente, planejar as ações que serão adotadas em cada uma das situações identificadas.

Para a atuação em Governador Valadares, as equipes do PET vão tomar como referência o Plano Municipal de Saúde. A razão, segundo Cardoso, é que o documento “já tem os desafios que precisam ser enfrentados”. Um deles é voltado para mortalidade materno-infantil, que, de acordo com a docente, apresenta altos índices na cidade.

Segundo a coordenadora do PET-Saúde, a integração entre ensino e serviço melhora “os processos de trabalho como um todo no SUS”. (Foto: Sebastião Junior)

A integrante da saúde municipal e coordenadora local do programa, Erika Guerrieri Barbosa, avalia positivamente esta integração entre universidade e serviços. “A parceria é fundamental para que tenha um processo de ensino mais voltado para a realidade. São duas vertentes: o serviço mostra as rotinas com que esses alunos posteriormente vão trabalhar e o ensino induz processos de mudança dentro dos serviços de saúde. Isso faz com que a gente melhore a comunicação entre ensino e serviço e faça melhorias de processos de trabalho como um todo no SUS” afirma.

Sobre o programa
O PET-Saúde é uma ação conjunta dos ministérios da Saúde e da Educação. A UFJF-GV participa pela terceira vez do programa. As outras duas versões do PET-Saúde foram “Redes de Atenção” e “GraduaSUS”.

Seminário do PET-Saúde/GraduaSUS, realizado em 2016. (Foto: divulgação)

De acordo com o Ministério da Saúde, o objetivo do PET-Saúde/Interprofissionalidade é “promover a integração ensino-serviço-comunidade com foco no desenvolvimento do SUS, a partir dos elementos teóricos e metodológicos da Educação Interprofissional (EIP), com vistas a implementar os projetos político-pedagógicos dos cursos de graduação da área da saúde nessa abordagem”.