Representantes do Diretório Acadêmico da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) reuniram-se com o diretor de Ações Afirmativas, Julvan Moreira de Oliveira, o pró-reitor de Assistência Estudantil, Marcos Souza Freitas, e o pró-reitor adjunto de Graduação, Cassiano Caon Amorim. O encontro ocorreu nesta segunda-feira, 3, para dar continuidade aos debates sobre políticas e adequações necessárias para inclusão de pessoas com deficiência. O estudante da Faefid, Hiago Thales Furtado da Silva, e mais quatro intérpretes, sendo dois recentemente contratados, estiveram presentes.

O pró-reitor adjunto de Graduação, Cassiano Caon Amorim, mencionou ações em andamento na Universidade que buscam a inclusão. Em função da complexidade que engloba a entrada e a permanência de alunos com deficiências, a criação do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) foi destacada. “A questão da inclusão na Universidade é para além dos surdos. Temos estudantes com diversas deficiências e, em função disso, desde o início do ano, existia um grupo para a constituição de políticas de inclusão. O NAI é um instrumento que possibilita a coordenação, a centralização e a visibilização das ações que já acontecem na UFJF.”

Pró-reitores receberam grupo de estudantes da Educação Física (Foto: Iago de Medeiros/UFJF)

Pró-reitores receberam grupo de estudantes da Educação Física (Foto: Iago de Medeiros/UFJF)

O funcionamento do Projeto de Universalização da Oferta das Línguas Estrangeiras (PU), com módulo em Libras, também foi ressaltado por Amorim. “Pensamos em fazer um PU para Libras porque, ao longo de sua existência, o projeto criou uma cultura institucional para o ensino e a aprendizagem de línguas. No caso de Libras, isso é essencial, porque está aberto a professores e servidores.”

Presidente do Diretório Acadêmico da Faefid, Raquel Aline Pereira de Souza apontou o envolvimento de todos os setores da comunidade acadêmica como essencial para o avanço no processo de inclusão. “Sabemos das outras demandas dentro da Universidade e, justamente por isso, entendemos que deve haver um cuidado para que o corpo docente e discente estejam preparados para receber os estudantes deficientes. Para isso, a questão da visibilização das ações que estão em curso é muito importante. Entendemos que a formação, além de acadêmica, deve ser continuada, humana e com interação e comunicação.”

Para Amorim, “a questão da inclusão é urgente, mas é uma construção que deve acontecer de maneira coletiva”. Ele indicou a promoção de outras reuniões e eventos para que a discussão possa avançar. “Precisamos sensibilizar desde o governo federal até os estudantes próximos dos alunos que precisam de atenção especializada.”

O pró-reitor de Assistência  Estudantil, Marcos Souza Freitas, avaliou o processo de debates como positivo. “Estamos lutando contra um padrão hegemônico secular que envolve várias questões e romper com isso é um processo. Precisamos continuar divulgando as ações e provocar esse tipo de conversa, de reunião, chamar professores que nunca tiveram contato com alunos deficientes. Até porque, esses alunos não chegavam à universidade e, agora, estão entrando ainda em proporções pequenas. Temos clareza de que precisamos nos superar e devemos fazer isso pensando num plano estruturante.”

O estudante da Faefid Hiago deu seu parecer sobre o movimento de discussões e ações feitas. “A reunião que tivemos foi muito boa. Na Educação Física, conseguimos intérpretes e isso facilitou a relação com os outros alunos. Penso no futuro e tenho dividido minha experiências com outras pessoas que queiram entrar na Universidade.”

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