Gisele de Lima Melo Nepomuceno diante da banca examinadora, no dia 25 de agosto na UFJF (foto: arquivo pessoal)
Uma pesquisa de mestrado buscou entender como a cultura juvenil na década de 1960 e o uso do jeans por esses jovens e, mais tarde, por outras gerações, contribuiu para a profissionalização e para o desenvolvimento da indústria de confecção no Brasil. A dissertação “O jeans e a cultura juvenil: contribuições possíveis sobre o crescimento da indústria de confecção no Brasil” foi apresentada pela acadêmica Gisele de Lima Melo Nepomuceno, no Programa de Pós-graduação em Artes, Cultura e Linguagens, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
No estudo, Gisele também analisa o desenvolvimento da indústria têxtil e de confecção no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980. Ao traçar a relação entre a indústria têxtil e de confecção junto à cultura juvenil, a pesquisa evidencia como o mercado, pela primeira vez, passou a tratar a juventude como um público com potencial consumidor. A pesquisadora explica que o momento também foi de aproximação das cadeias têxtil e de confecção, setores que, até então, andavam separados. Essa modificação fez com que os processos produtivos atendessem a uma demanda maior.
Segundo a professora orientadora, Elisabeth Murilho da Silva, o estudo trata do desenvolvimento da indústria têxtil para atender a um mercado de moda em grande escala, ao mesmo tempo em que há uma mudança na relação dos indivíduos com a aparência e com aquilo que é considerado elegante. “Entre essas mudanças está a cultura juvenil que, aos poucos, vai se impondo como algo não restrito apenas a um grupo etário, mas um novo padrão cultural para toda a sociedade. Isso também favorece a indústria de confecção brasileira a partir do uso, quase generalizado, nesse momento, do jeans como vestimenta.”
A professora Elisabeth destaca que o jeans é um produto que gerou muito lucro para grandes marcas brasileiras nas décadas de 1970 e 1980 e que é pouco estudado no campo da moda. “A partir do panorama fornecido por essa dissertação, outros estudos podem ser empreendidos, no sentido de fornecer mais elementos para se conhecer melhor esse período da indústria brasileira de moda.”
De maneira complementar, Gisele destaca a importância de compreender e traçar a evolução da cadeia de confecção no Brasil, para que tenhamos histórico e bases para melhorar os processos produtivos e de pesquisa no setor. Para ela, o trabalho traz de novidade dentro do campo acadêmico a reflexão sobre uma moda que, a partir da mudança, no processo produtivo que iniciou-se para atingir um público jovem, ganhou representatividade com as demais gerações. “Isso fez com que o jeans brasileiro fosse reconhecido não só no Brasil, mas mundialmente como um produto com características nacionais”, destaca.
Contatos:
Gisele de Lima Melo Nepomuceno (mestranda)
gisele_nepomuceno@yahoo.com.br
Elisabeth Murilho da Silva (orientadora – UFJF)
murilho@gmail.com
Banca examinadora:
Profa. Dra. Elisabeth Murilho da Silva (orientadora – UFJF)
Prof. Dra. Sonia Cristina da Fonseca Machado Lino (UFJF)
Prof. Dra. Maíra Zimmermann de Andrade (FAAP)
Outras informações: (32) 2102-3362 – Programa de Pós-graduação em Artes, Cultura e Linguagens