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Ruffato comentou sobre sua trajetória como escritor, abordou questões políticas e sociais e o papel do jornalismo (Foto: Twin Alvarenga)

A I Jornada de Mídia e Literatura – Narrativas em tempos de convergência foi aberta nesta segunda-feira, 8, com a conferência do escritor Luiz Ruffato, no Anfiteatro da Faculdade de Comunicação (Facom).  O escritor fez um paralelo entre o final dos anos 70, quando participou em Juiz de Fora de um movimento que ligou a poesia à política em busca da transformação da sociedade, com o momento atual, que requer discussão sobre o papel do jornalista e da mídia. Ruffato se referiu ao período em que o país ainda enfrentava a ditadura e a atualidade, com o Estado desorganizado.

Durante debate com Rodrigo Cerqueira e Michele Pereira, pesquisadores de sua obra, ele relatou sua trajetória até o encontro com as crônicas políticas, publicadas no El País, prestigiada pelos que querem saber o que pensa. Na literatura se propôs a dar visibilidade a uma parcela da população não retratada nos livros com temáticas urbanas: a classe média baixa. O fato de ser oriundo de Cataguases, uma cidade industrial, fez nascer nele a necessidade de falar sobre os operários. Entre as obras do autor estão: “Eles eram muito cavalos”, “Inferno provisório”, “Flores artificiais” e “De mim já nem se lembra”.

Atento ao seu tempo, Ruffato enfatiza a importância das mídias digitais para a literatura. O escritor tem consciência de que se encontra em meio a uma revolução que vai mudar o mercado editorial, apesar de não saber de que forma isso se dará. A repercussão de resenhas em veículos como blogs e youtube são, segundo ele, indiscutíveis.

A jornada é o primeiro evento aberto promovido pelo Grupo de Pesquisa Mídia e Literatura, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Trata-se de uma proposta da professora Cláudia Thomé, Facom/UFJF, e do professor Marco Aurélio Reis, Unesa/RJ, que reúne estudantes da graduação, do Mestrado e mestres. A ideia é trabalhar a interface entre jornalismo e literatura em narrativas que deslizam para outras plataformas. São colocadas em pauta questões como jornalismo e redes sociais, novas linguagens em telejornalismo e novas funções dentro da redação. Cláudia Thomé acredita que o evento pode contribuir para ampliar a rede para outras faculdades e instituições de ensino superior representadas na programação.

A abertura do evento contou com a pró-reitora de Graduação, Ana Lívia de Souza; o diretor da Facom, Jorge Felz Ferreira; a coordenadora do PPG da Facom, Gabriela Borges; o coordenador do Jornalismo Noturno, Eduardo Leão; do Jornalismo Diurno, Cláudia Thomé e da coordenadora de Rádio, TV e Internet, Érika Savernini Lopes.

A programação segue nesta segunda-feira às 14h com Grupo de Trabalho (GT) sobre Narrativa migratória – Crônicas e depoimentos memorialísticos, sob mediação da professora Cláudia Thomé. O GT sobre Narrativa Jornalística – novas funções e competências acontece às 15h30 com o professor Marco Aurelio Reis como mediador.

A jornada prossegue na terça-feira, 9, às 9h,com palestra da professora Fabiana Piccinin, da Unisc, sobre Narrativas audiovisuais e a circulação – o real construído pela mídia e pela audiência. O tema Deslizamento da crônica nos meios de comunicação será desenvolvido, às 10h30, pela professora Claúdia Thomé e pelo professor Marco Aurélio Reis. Em seguida será formado o GT sobre Narrativas Audiovisuais com mediação da professora Fabiana Piccinin

Mais duas palestras foram preparadas para a tarde de terça. A professora Sonia Cristina Reis, Letras/UFRJ, abordará Narrativas do pós-guerra na Itália Scritti Dispersi 1943-1952: a paratopia de Alberto Savino,às 14h. Imprensa de imigração e literatura italiana no Rio de Janeiro oitocentista será o tema das 15h, apesentado pela professora Gisele Batista da Silva, Letras/UFRJ. A jornada será encerrada às 16h com o GT sobre Narrativas do pós-guerra na Itália, com mediação da professora Sonia Cristina Reis (Letras/UFRJ).