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A 15ª reportagem da série que faz um balanço dos oito meses da gestão “Reconstruir a UFJF” e que aponta algumas perspectivas para 2017 pontua ações e propostas futuras da Administração Superior. Nas matérias anteriores foram abordados temas relacionados aos trabalhos da Diretoria de Inovação, da Diretoria de Ações Afirmativas, da Diretoria de Avaliação Institucional, da Pró-reitoria de Extensão, da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças, da Pró-reitoria de Cultura, da Pró-Reitoria de Apoio Estudantil e Educação Inclusiva , da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa, da Diretoria de Relações Internacionais (DRI), do campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora em Governador Valadares (UFJF-GV), da Pró-reitoria de Graduaçãoda Diretoria de Imagem Institucional, da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Forum da Cultura.

“Foi um ano para reorganizarmos a Universidade”. Assim o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus David, definiu os oito primeiros meses de mandato, válido até abril de 2020. Passadas 14 reportagens da série especial que tratou dos principais avanços e das perspectivas futuras das pró-reitorias e diretorias administrativas no período, ele e a vice-reitora da Universidade, Girlene Silva, falam sobre as principais ações da gestão “Reconstruir a UFJF” até o momento e enumeram as expectativas para os próximos anos.

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Reitor fez projeções em cenários pessimista, realista e otimista (Foto: Géssica Leine/UFJF)

Um dos primeiros atos de gestão do reitorado ocorreu no dia 13 de maio, quando, há pouco mais de um mês no cargo, Marcus David e equipe reuniram a comunidade acadêmica no anfiteatro da engenharia para a apresentação de um diagnóstico sobre a situação financeira e das obras na instituição. “No cenário de crise que nós enfrentamos, um modelo de gestão que fosse participativo e transparente era fundamental, inclusive para que nós superássemos a crise. Era muito importante mostrar para a comunidade qual a situação da universidade que nós encontramos e convidar toda a comunidade para participar conosco do processo decisório, dos rumos que nós tínhamos que tomar”, afirma o reitor.

A partir desse primeiro diagnóstico, a gestão iniciou uma série de reuniões e debates com as unidades acadêmicas e administrativas e os resultados chegaram ao Conselho Superior (Consu) que, baseado nas discussões, formulou o novo modelo de orçamentação, que passa a vigorar no primeiro semestre de 2017. “Eu diria que esse foi um eixo-chave: transparência com participação nas decisões”, reitera.

“Nesse princípio da democracia, da discussão coletiva, tem alguns elementos que efetivamente se concretizam. Os esforços de algumas pró-reitorias em reposição de conselhos, criação de fóruns, de comissões, têm possibilitado que todos que integram a UFJF possam participar do processo decisório. Precisamos de um canal muito franco, aberto, com os diretores da Universidade, e, nesse sentido, eles desempenharam um papel muito importante nos primeiros oito meses de gestão, pois possibilitaram encaminharmos algumas questões de forma muito transparente, democrática, sempre trabalhando na perspectiva nunca de privilégios, mas de prioridades, que é o que a UFJF precisa”, acrescenta Girlene.

Para a Vice-reitora, a horizontalização dos processos de trabalho é um fator que contribui não apenas com o rendimento do trabalhador, mas colabora com a motivação do corpo técnico universitário. “Quando você traz os professores e técnicos para participar, o resultado se torna muito visível. Temos alguns setores da Universidade, hoje, em que percebemos a motivação e a mobilização dos técnico-administrativos. Isso se deve muito a acreditar numa gestão que é extremamente neutra na perspectiva da democracia, da transparência, de acertarmos muito mais juntos”, pondera.

Atual situação político-econômica do país

Com relação à crise política e econômica vivida atualmente pelo Brasil, Marcus David é enfático ao afirmar que a luta pela educação pública apresenta-se como um dos pilares ideológicos da atual Administração Superior. “Na realidade, o que nós percebemos é que, em função de algumas medidas econômicas e algumas políticas educacionais adotadas, o projeto da universidade pública poderia estar ameaçado. Então, uma decisão política importante foi a de, representando a instituição, lutar pela manutenção da universidade pública, gratuita, de qualidade. Foi o que nós levamos a todos os fóruns dos quais participamos”, relata o reitor.

Em reunião do Consu, realizada no dia 21 de outubro de 2016, a UFJF se posicionou contrária às medidas tomadas pelo Governo Federal que visam impactar o setor da educação pelos próximos 20 anos. O Consu aprovou notas de repúdio contra as mudanças sugeridas pela Proposta de Emenda Constitucional nº 55 (antiga PEC 241) e contra os cortes do Ministério da Educação nas bolsas de produtividade de pesquisa.

O órgão também manifestou, por meio de nota, seu repúdio à Medida Provisória Nº 746, de 22 de setembro de 2016, subscrevendo e referendando as Notas Públicas emitidas pelo Conselho Nacional dos Dirigentes das Escolas de Educação Básica das Instituições Federais de Ensino Superior (CONDICAP), pelo Fórum de Licenciaturas da UFJF e pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD).

Movimentos estudantis

O Conselho Superior ainda refutou a orientação expedida pela SETEC-MEC aos dirigentes da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica que solicitava a informação das Instituições de Ensino que foram ocupadas e a identificação dos responsáveis pelas mesmas.

No dia 27 de outubro, também através do Consu, a Universidade voltou a se posicionar. Desta vez, a respeito das ocupações promovidas pelos movimentos estudantis, em protesto aos atos do Governo Federal e à PEC 55. Os membros do Conselho manifestaram-se em solidariedade e respeito aos estudantes que ocuparam a reitoria do Campus Universitário, assim como os do Colégio de Aplicação João XXIII.

“Tendo em vista essa grande manifestação que o Brasil vivenciou dos movimentos estudantis, em luta pela educação pública, acho que o destaque que deve ser feito é o reconhecimento da importância desses movimentos, pela sua dimensão e pelo seu conteúdo. Pela luta que representaram, uma luta pela educação pública no Brasil. Um movimento que merece todo o nosso respeito, mereceu todo o nosso diálogo. Isso é tão claro que o próprio Conselho Superior reconheceu a importância do movimento e manifestou por ele todo o seu respeito”, argumenta Marcus David.

Construção do campus avançado começa a ganhar corpo

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Girlene e Marcus David assumiram o desafio de solucionar questões estruturais no campus de GV (Foto: Alexandre Dornelas/UFJF)

Girlene reafirma o compromisso da gestão Reconstruir a UFJF com o campus avançado de Governador Valadares e menciona alguns desafios que estão sendo superados em GV, apesar da atual conjuntura do país. “No nosso papel na defesa do ensino público, não podemos nos esquecer que 2016 foi um ano muito significativo quando nós pensamos em Governador Valadares, principalmente nesse cenário de crise. É uma unidade que recebemos com vários problemas estruturais, que repercutem no ensino, na pesquisa e na extensão. E o que essa gestão, junto com os dirigentes que estão em GV, fez durante o ano de 2016 foi trabalhar de forma muito incisiva para minimizar as vulnerabilidades dos que fazem o campus avançado. Continuamos com vários problemas de estrutura e nosso esforço é sempre minimizá-los, para que essa infraestrutura, ainda com vários aspectos deficitários, possa repercutir positivamente para professores, alunos e TAES envolvidos nesse tripé da Universidade”.

Marcus David ratifica as palavras da vice-reitora: “Nosso esforço, neste último ano, foi de reorganizar os processos dentro de Governador Valadares, reorganizar os contratos com os principais parceiros naquela cidade, estabelecer os canais de comunicação mais constantes com a comunidade, numa abertura muito grande de participação daquela comunidade no debate sobre o futuro. Nos esforçamos em retomar a construção de um campus, estabelecer um projeto universitário para ele, projetos acadêmicos para várias áreas. É um desafio que se apresenta à frente e que nós pretendemos trazer com um profundo envolvimento de toda a comunidade”

Perspectivas para os próximos anos

Segundo o reitor, grande parte das ações da Administração Superior no ano de 2016 teve um caráter corretivo e visou estabelecer uma reorganização institucional, necessária para a segurança da Universidade nos próximos anos. “Nós encontramos um cenário muito complexo dentro da UFJF. Processos com um grande nível de desorganização, na própria gestão financeira, nos projetos de obra ainda em aberto, nas políticas acadêmicas. E o nosso primeiro ano foi de reorganização, marcado por um esforço muito grande de colocar um nível de ordem nas contas, nos processos, nos projetos acadêmicos.”

Ainda de acordo com Marcus David, a política colegiada de discussão e tomada de decisões deve permitir a concepção de iniciativas mais assertivas para a comunidade acadêmica. “Obviamente, a nossa gestão não é somente reorganização. Pretendemos, agora, como já começamos a discussão no Conselho Superior, iniciar um grande processo de planejamento na Universidade, que envolva toda a comunidade, que seja muito participativo e defina os grandes horizontes, as grandes metas, para que possamos continuar crescendo, tanto do ponto de vista da excelência acadêmica, como também do nosso papel social, de ser uma universidade aberta, democrática, com acesso para toda a sociedade”.

Já a vice-reitora afirma que o combate à violência e ao preconceito também deve nortear o trabalho e a missão da Universidade em sua relação com a sociedade. “Um dos grandes desafios para os próximos anos, e na perspectiva mais imediata para 2017, é que nós precisamos continuar atentos ao combate a qualquer tipo de discriminação, preconceito dentro da Universidade. A questão da segurança institucional e acadêmica precisa ser perseguida por todos nós que fazemos a UFJF. Então, pensar no fortalecimento do papel social da Universidade passa por esse eixo também. O ano de 2017 sinaliza muito claramente que, no cenário de crise política, a gente precisa estar muito mais atento à questão das vulnerabilidades dentro da instituição”, finaliza.

Confira todas as matérias da série:
Reestruturação do Critt potencializa inovação tecnológica na UFJF
Diretoria de Ações Afirmativas intensifica combate à violência e ao preconceito
Extensão universitária amplia o contato entre a UFJF e as comunidades externas dos dois campi
Reestruturação da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças amplia conhecimento de gestão
Diretoria de Avaliação Institucional impulsiona autoconhecimento organizacional
UFJF reassume seu papel como polo fomentador da cultura regional
Aproximação com alunos torna trabalho da Pró-reitoria de Assistência Estudantil  mais efetivo
Pró-reitoria redimensiona pesquisa e pós-graduação na Universidade
Diretoria de Relações Internacionais amplia relações diplomáticas com parceiros globais
Conquistas marcam o ano de 2016 no campus avançado de Governador Valadares
Prograd trabalha para fortalecer a qualidade acadêmica dos cursos
Diretoria de Imagem humaniza as relações institucionais
Gestão de Pessoas compreende servidor como agente de desenvolvimento organizacional
Excelência artística marca trajetória do Forum da Cultura