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Para mestranda Janine Neves de Oliveira, pesquisa contribui para o estudo racial e serve também como produção bibliográfica sobre o batuque na cidade (Foto: Caique Cahon)

A aluna do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Janine Neves de Oliveira, defendeu, nesta sexta-feira, 24, a dissertação “Os Orfeus da ‘Aquarela’: um estudo sobre a questão racial a partir do Batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva”. A pesquisa procura resgatar a história  da manifestação cultural, além de mostrar como a questão racial se aplica na contemporaneidade.

O grupo Batuque Afro-Brasileiro foi criado em 1964 pelo compositor Nelson Silva, com intuito de difundir a música popular brasileira. Durante análises de fontes escritas, Janine observou que, até 1996, o conjunto teve diretorias basicamente brancas, sendo visto então como uma manifestação folclórica. “Depois que a diretoria passou para a mão da militância negra, o Batuque começou a ser intitulado como um grupo de resistência cultural negra”, conta.

A cultura negra está presente em todo o repertório do grupo, seja nas danças ou nas letras das canções, e acabam refletindo não só a história brasileira, mas também da cidade. “A produção musical deles é muito referente ao período escravista e à condição do negro na sociedade. A pesquisa contribui para o estudo racial, e serve também como uma produção bibliográfica, de certa forma, sobre o batuque de Juiz de Fora”, explica a estudante.

Segundo a orientadora, Marcella Beraldo de Oliveira, é importante retomar a história de um grupo que permanece até hoje e é uma representação da cultura negra. “A pesquisa de Janine resgata uma manifestação cultural que traz uma especificidade da cidade. É fundamental porque aborda também a questão racial, que não é muito debatida. Além disso, o trabalho contribui para um recorte da história e memória de Juiz de Fora”, explica.