Rubens de Oliveira: "A Universidade precisa criar uma política na área de sustentabilidade" (Foto: Natália Ferreira)

Rubens de Oliveira: “A Universidade precisa criar uma política na área de sustentabilidade” (Foto: Natália Ferreira)

Dando continuidade à série de entrevistas com a equipe administrativa que compõe a nova estrutura da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), serão apresentadas a seguir algumas propostas do pró-reitor de Obras, Sustentabilidade e Sistemas de Informação, Rubens de Oliveira. A equipe de Comunicação da UFJF conversou com ele sobre os principais desafios do cargo e as primeiras diretrizes definidas para a pasta. O objetivo da série é mostrar de forma transparente a toda comunidade universitária o que pensa e como pretende atuar cada integrante da equipe indicada pelo reitor Júlio Chebli e pelo vice Marcos Chein.

A implantação de política ampla e integrada de sustentabilidade, a entrega de obras em prazo mais curto possível e a implantação de cartão universitário único que dê acesso ao Restaurante Universitário, biblioteca e ainda sirva como ticket para o RU são alguns dos desafios do novo pró-reitor. O professor Rubens de Oliveira é graduado, mestre e doutor em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). É professor adjunto da UFJF e ocupou o cargo de diretor do Instituto de Ciências Exatas (ICE) da UFJF por oito anos. Confira a seguir trechos da entrevista.

– Quais são as atribuições da pró-reitoria e quais setores atuais ela engloba?

A área de obras estava dentro da Pró-reitoria de Infraestrutura, mas esta foi dividida em função da grande quantidade de serviços. A manutenção do campus fica com a Pró-reitoria de Infraestrutura. As obras que estão em andamento e as que estão para ser lançadas ficariam sob responsabilidade da Pró-reitoria de Obras, Sustentabilidade e Sistema de Informações. A parte de sustentabilidade foi uma sugestão minha apresentada ao reitor. A Universidade precisa criar uma política nessa área. Em Governador Valadares, deveríamos começar a construir o campus com uma política correta.

– Quais são as diretrizes e projetos relacionados à sustentabilidade?

A grande ideia é criar uma política tanto no campus de Juiz de Fora quanto no de Valadares. Não temos uma política nessa área. A ideia é fazer com que ela seja integrada e mais ampla. Quero criar uma política de reciclagem – por exemplo, de lixo eletrônico, resolver a destinação de resíduos químicos, criar coleta seletiva e muitas outras coisas. Em determinada época, no campus, temos grande quantidade de mosquitos. Eventualmente (para evitar e combater) a dengue, podemos fazer o levantamento de zoonoses. Também podemos ter trabalhos relacionados ao consumo de energia e água. Em Governador Valadares, a grande questão é utilizar a energia solar, pois lá é um dos lugares com mais insolação que conheço. Logo, a gente pode pensar em associar o sistema de refrigeração à energia solar. Essa é uma política ampla de sustentabilidade.

– Em entrevista à sétima edição da revista “A3”, o ex-reitor Henrique Duque havia dito que muitas mudanças ainda seriam vistas na Universidade. Quais são?

São muitas, podemos citar três grandes obras que seriam o marco dessa nova administração: a conclusão do campus avançado em Governador Valadares, que está no início – toda a terraplanagem deve terminar agora; o Novo HU (Hospital Universitário) – que trará impacto tanto para a Universidade quanto para Juiz de Fora e região; e a Nova Reitoria, que melhorará toda a infraestrutura administrativa de uma maneira geral. Poderíamos também destacar outros investimentos, como o planetário e observatório e o Jardim Botânico. Além disso, está previsto para ser lançado, em breve, o edital do Parque Científico e Tecnológico, de forte impacto na sociedade. Iniciei visitas a várias obras, para identificar o estágio de desenvolvimento e ter mais parâmetros para identificar eventuais problemas. Estou agora nessa primeira etapa, fazendo reuniões com comissões de fiscalização de todas as obras para identificar a situação e aí sim planejar ações. Em obras, o grande objetivo é terminar, no prazo de tempo o mais curto possível, as que estão em andamento e as que serão lançadas.

– A pró-reitoria engloba alguns setores que antes estavam ligados a outras pastas.

Engloba sistemas de informação. Nesse caso, o CGCO (Centro de Gestão do Conhecimento Organizacional), a Cdara (Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos) e as bibliotecas. (A gestão dessa área) advém da minha experiência como membro do Departamento de Ciência da Computação, onde sou professor há muitos anos, e da direção do Instituto de Ciências Exatas (ICE).

– Quais são as propostas para a área de sistemas de informação?

Além de cuidar do cotidiano, essa área é um excelente lugar para pensar em inovação, em novas tecnologias e expandi-las para toda a Universidade. Uma das metas é acabar de implantar o wireless (sistema de internet sem fio) para toda a Universidade, colocar Voip (Voz sobre IP) também para toda a instituição e pensar outras inovações tecnológicas. Quero incentivar muito o CGCO a pensar inovações. Além de aprimorar o Siga, poderíamos citar alguns projetos de impacto imediato: a implantação de memorandos eletrônicos, acabando ou diminuindo as correspondências impressas; o passe único universitário, que servirá para controle de acesso, ticket do Restaurante Universitário, inserção de multa de biblioteca etc., visando agilizar e modernizar o cotidiano da universidade. Com relação ao Centro de Difusão do Conhecimento (bibliotecas), a intenção é manter o nível de desenvolvimento alcançado nesses últimos anos, com editais de livros, acervo eletrônico e, dando especial atenção ao suprimento da necessidade de servidores nas bibliotecas. Com relação à Cdara, que hoje também não possui uma estrutura adequada de recursos humanos, vamos implementar política intensa para adaptá-la à grande ampliação do Reuni. Vamos avaliar vários processos nesse setor, disponibilizando ferramentas para chefes de departamento, coordenadores de curso e discentes.

– O senhor é engenheiro, foi diretor do Instituto de Ciências Exatas, gestor do campus em Governador Valadares. O que essa formação e experiência contribuem para a gestão à frente da Pró-reitoria?

Estou na Universidade desde 1997, mas antes já trabalhei em várias outras universidades: na Universidade Federal de Ouro Preto e na Universidade Federal do Maranhão. Nessas outras, exerci uma série de cargos, desde chefe de departamento a coordenação de curso. Aqui também fui chefe de departamento, coordenador de curso, diretor do ICE – uma das maiores unidades da Universidade – e coordenador de implantação do campus em Governador Valadares nos últimos meses. Podemos ressaltar a minha experiência na expansão do ICE durante o Reuni. Além de ter implantado uma série de novos cursos, o instituto foi altamente impactado pelo crescimento da Engenharia. Não tem como crescê-la sem impactá-lo. A gestão desse crescimento acadêmico e físico, como a necessidade de novos laboratórios, trouxe experiência que pode ser útil nessa nova pró-reitoria. Para se ter uma ideia de pessoal, o ICE deve ter recebido em torno de cem professores durante minha gestão em oito anos. Isso inclui o Reuni, os cursos a distância, o banco de professores equivalentes. Tenho formação em engenharia civil, graduação, mestrado e doutorado. Esses dois últimos muitos ligados à parte numérica, por isso a minha atração em computação. Desde a Universidade Federal do Maranhão até aqui, sempre atuei com Computação. Acredito que por ter trabalhado como engenheiro terei o respaldo para atuar com obras. E minha vivência acadêmica é em computação.

Outras informações: (32) 2102-3967 (Diretoria de Comunicação-UFJF)

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