Um dos maiores eventos organizados pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o Seminário de Iniciação Científica (Semic) tem o compromisso de trazer a público os resultados dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos da graduação e do ensino médio que estão envolvidos em seus primeiros projetos de produção de ciência. O evento, além de promover a interação e a exposição científica, é uma forma de avaliar a qualidade dos trabalhos e premiar os mais exitosos.
Gerenciado pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, o evento chega a 20ª edição, marco que comprova a solidez e a importância institucional da iniciativa. Iniciamos hoje uma série que visa apresentar um panorama completo dos objetivos e funcionamento do evento, tendo como fio condutor os ganhadores dos prêmios de 2013. Confira a reportagem sobre o Probic Jr.
Em 2013 foram apresentados 575 trabalhos de pesquisa para um público de, aproximadamente, duas mil pessoas. Os projetos são distribuídos em sete áreas: Ciências Exatas e da Terra; Ciências Biológicas; Engenharias e Ciências da Computação; Ciências da Saúde; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas; e Linguística, Letras e Artes.
Nesta reportagem mostraremos melhor as áreas de Ciências Exatas e da Terra e de Engenharia e Computação, como oportunidade de entender a influência dos programas de iniciação científica em suas experiências pessoais, nas pesquisas e no desenvolvimento profissional.
Ciências Exatas e da Terra
Mariana Nery, aluna da graduação em Ciências Exatas, já participou de três projetos de Iniciação Científica, sendo dois deles premiados pelo Semic. Sua última publicação aconteceu em decorrência do projeto “Códigos Corretores de Erro”, do Departamento de Matemática. Para a futura aluna do Mestrado Acadêmico em Matemática da UFJF, o interesse pelos programas de iniciação científica partiu do incentivo dado pelos professores da graduação.
“Somos incentivados a participar de um desses programas pela chance de aprender na prática aquilo que vemos em sala de aula. Foi por meio das bolsas que pude aprofundar meu conhecimento em vários instrumentos de atuação e em ferramentas úteis no exercício da matemática e da física, que não teria acesso apenas em sala de aula. Após a conclusão do Mestrado, minha intenção é prosseguir rumo a uma carreira acadêmica, ingressando em um programa de doutorado.”
A estudante do sétimo período do Bacharelado em Física, Isis Lee, relata como a iniciação científica despertou seu interesse pela pesquisa. “Os projetos abriram a oportunidade de participar de congressos, apresentar trabalhos e também conhecer outras áreas.” Isis trabalha hoje em uma continuação do projeto premiado em 2013, que consiste no desenvolvimento de um laser pulsado de femtossegundos.
“Pretendo fazer minha monografia sobre o assunto. Com a premiação pude ter a oportunidade de escrever um artigo junto com as minhas colegas de projeto e minha orientadora. Ao final, pudemos participar do maior evento de ciência do nosso país, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).” Em 2013, Isis também ganhou o prêmio de melhor apresentação de pôster no Simpósio de Laser e suas aplicações na Universidade Federal de Pernambuco (UFP), em Recife.
O laboratório sempre pareceu interessante para Rodrigo Manoel Justo, aluno da graduação em Química. “Eu não conhecia o funcionamento de um laboratório antes de entrar em um projeto de iniciação científica. Sempre tive vontade de vivenciar esse ambiente. Ter mais contato com a química, aprender mais a respeito e saber como se portar em um laboratório foi fundamental para mim.”
Justo participa no momento do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF) e está desde o início do ano na Stony Brook University, em Brookhaven, nos Estados Unidos. “Além do meu interesse em estudar fora desde os 11 anos, a iniciação científica intensificou esse desejo. Durante o desenvolvimento do nosso projeto, desenvolvi muito meu inglês. Artigos e seminários em inglês foram algumas das tarefas que tínhamos que fazer e isso só nos ajudava a melhorar nosso aprendizado na língua e na própria química.”
Engenharias e Ciência da Computação
Cada vez mais presente nas mesas de discussões, o tema da sustentabilidade também figura entre os projetos de pesquisa. Mariana Marques, aluna do oitavo período da graduação em Arquitetura e Urbanismo, foi premiada por sua participação no projeto “Estudo sobre as principais técnicas de detecção de sinais provenientes de sensores a fibra óptica utilizados no monitoramento estrutural”.
Por meio do programa, a estudante realizou a seleção de resíduos sólidos que poderiam ser reutilizados como componentes da construção civil, além de elaborar um projeto de habitação com o uso de alguns desses materiais para fundação, fechamento de vãos, pilares e cobertura, entre outras partes da construção.
Segundo Marques, em relação à arquitetura, atualmente não se fala mais em um projeto que não seja sustentável. “Ser sustentável tornou-se primordial. Portanto, a todo momento terei de lidar com as questões ambientais de um projeto. Por ser essa a área de estudos da pesquisa que realizei, pude ter um contato direto com o tema, que me proporcionou conhecimentos que poderei utilizar em diferentes experiências.”
Em outro projeto, Mariana participou da elaboração da proposta do Laboratório Casa Sustentável, no Jardim Botânico da UFJF. Atualmente, o projeto já se encontra em fase de construção. “A proposta é a edificação ser um local onde exibiremos as técnicas de conforto ambiental e sustentabilidade utilizadas. Há aparelhos que nos permitirão coletar as opiniões dos usuários e fazer medições, permitindo o local ser também um laboratório de estudos.”
Alexandrino Pereira, estudante do décimo período de Engenharia Elétrica, premiado em 2013 pelo projeto “Desenvolvimento de Algorítimos Computacionais para a Identificação de Elétrons para o Experimento Atlas”, conta que sempre teve curiosidade de ver a ciência sendo praticada. “A oportunidade de poder acompanhar as atividades desenvolvidas pelos profissionais de engenharia dentro da área de pesquisa foi o que mais me chamou atenção. Além disso, o projeto que participei contribuiu intensamente para minha formação profissional.”
Confira a página do Semic
Outras informações: (32) 2102-3784/ 3766 (Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação-UFJF)
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