Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Maria Cristina Andreolli Lopes ressalta a importância dos pesquisadores buscarem outras fontes de recursos além da UFJF. (Foto: Twin Alvarenga)

Pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Maria Cristina Andreolli Lopes ressalta a importância dos pesquisadores buscarem outras fontes de recursos além da UFJF. (Foto: Twin Alvarenga)

Dando continuidade à série de entrevistas com a equipe administrativa que compõe a nova estrutura da UFJF, serão apresentados a seguir algumas propostas da pró-reitora de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação, Maria Cristina Andreolli Lopes. A equipe de Comunicação da UFJF conversou com ela sobre os principais desafios do cargo e as primeiras diretrizes definidas para a pasta.

O objetivo da série é mostrar de forma transparente a toda comunidade universitária o que pensa e como pretende atuar cada integrante da equipe indicada pelo reitor Júlio Chebli e pelo vice Marcos Chein. Maria Cristina Andreolli é professora do curso de Física do Instituto de Ciências Exatas da UFJF desde 1992. É coordenadora do núcleo de Física Atômica e Molecular, implantou o Laboratório de Espectroscopia Molecular (Lem) e a Oficina Mecânica do Departamento. Foi membro da Comissão de Física Atômica e Molecular da Sociedade Brasileira de Física. Experiente em desenvolvimento de instrumentação científica, desenvolveu diversos produtos tecnológicos. Atua na área de Física Atômica e Molecular; Instrumentação e Técnicas, principalmente nos seguintes temas: medidas de Seção de Choque do espalhamento de elétrons por moléculas; Espectroscopia de Fotoelétrons de Limiares, Espectroscopia de Perda de Energia de Elétrons e na implantação de um Positron Beam. Confira a seguir trechos da entrevista.

– A UFJF passou por um crescimento vultuoso em produção científica. Quais estratégias a pró-reitoria pretende adotar para manter este crescimento e garantir a qualidade da pesquisa produzida nesta Universidade?

– O crescimento da pesquisa na UFJF se deve a dois fatores importantes: qualificação recente de nossos professores e grande número de contratações de docentes, o que levou a um aumento de 150% no número de doutores nesta instituição em oito anos. A UFJF possui, atualmente, 1381 professores, sendo destes 993 doutores. Deste universo de doutores, apenas 103 possuem bolsas de produtividade de pesquisa do CNPq (96 nível 2 e 7 nível 1), cerca de 10%. É importante frisar que este é um indicador fundamental da capacidade do pesquisador em produzir pesquisas de impacto internacional e também em formar recursos humanos altamente qualificados.

Portanto, temos neste momento uma situação ímpar para o crescimento da pesquisa, da pós-graduação e da inovação nesta Universidade. Precisamos fortalecer o interesse e o comprometimento dos professores da UFJF com a instituição. Para isso, vamos desenvolver estratégias de aproximação com esses pesquisadores, objetivando estreitar nossos laços. Uma das primeiras iniciativas será potencializar o trabalho do Núcleo de Apoio aos Pesquisadores e reativar o Fórum de Pesquisa e Pós-graduação, como uma ação única. Nesta nova relação, pretendemos estimular os pesquisadores mais antigos e bem-sucedidos, assim como os recém-chegados, a contribuírem mais com o desenvolvimento científico da instituição como um todo.

Nosso propósito é continuar buscando os recursos internos por meio da administração, dar continuidade aos importantes editais lançados nos últimos anos mas, principalmente, crescer a cultura de buscar recursos fora da UFJF, de uma forma mais efetiva e intensa, via agencias de fomento, órgãos governamentais e iniciativas privadas. Temos que estabelecer e indicar rotas facilitadoras aos professores da UFJF para o atendimento de editais, assim como desenvolver um trabalho de política científica junto às agências de fomento. Além disso, vamos buscar editais induzidos, que se adéquem aos perfis da nossa comunidade de pesquisadores. Outro ponto importante é aumentar a presença de nossos pesquisadores em comitês de julgamentos, para nos aproximar das políticas de fomento.

Não posso deixar de falar sobre o trabalho fundamental da comunicação nesse processo. Precisamos nos organizar melhor e fazer as pesquisas da UFJF mais conhecidas. Para isso, contamos com o trabalho de divulgação feito com foco na sociedade, reforçando o compartilhamento feito por meio dos periódicos científicos.

– A questão da internacionalização é cada vez mais valorizada no meio acadêmico. Fale sobre as iniciativas que serão tomadas para fortalecer o intercâmbio dos nossos pesquisadores com a investigação desenvolvida em outros países.

– Vamos estreitar nossos laços com a Diretoria de Relações Internacionais para contribuir com o desenvolvimento de políticas de atuação em conjunto com os programas de Pós-graduação, dos pesquisadores da UFJF e as universidades de destaque fora do país. Pretendemos dar continuidade e ampliar o edital de professor visitante internacional, que já mostrou um retorno bastante positivo em nossa instituição. Além disso, atuaremos no sentido de aumentar o atendimento a editais de intercâmbios nacionais e internacionais. Temos que levar aos professores o conhecimento das possibilidades disponíveis e incentivar intercâmbios internacionais.

O Brasil está em um momento muito importante de sua economia e hoje existem muitas portas abertas e receptividade ao estabelecimento de colaborações científicas com o Brasil. Também pretendemos dar grande apoio a realização de eventos internacionais na UFJF.

– Outro ponto que demonstrou, nos últimos anos, grande crescimento foi a iniciação científica. Em sua opinião, qual a importância dela para a qualidade da pesquisa institucional ? Você pretende investir no fomento de uma cultura empreendedora ainda na graduação?

– É na iniciação científica (IC) que o olhar e interesse dos estudantes de graduação são despertados para a pesquisa. Os alunos de IC trazem movimento aos grupos de pesquisa e aos laboratórios. A evolução da IC é uma consequência importante do crescimento da pesquisa em nossa Universidade, caminham juntos.

Quanto ao fomento de uma cultura empreendedora ainda na graduação, seguiremos exemplos de grandes programas como o Ciências sem Fronteira (CsF), criado para fomentar a cultura de inovação entre os estudantes. Nossos alunos, que participaram desta iniciativa e estagiaram no exterior, estão voltando e vão encontrar aqui um terreno fértil para a aplicação do conhecimento adquirido. Além disso, é importante que sigamos bons exemplos de universidades como USP, Unicamp e UFMG que disponibilizam disciplinas eletivas da cultura empreendedora, baseada no compromisso contínuo com a interação universidade/sociedade, contribuindo para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de Juiz de Fora, da região e do país.

– Esta pró-reitoria agora irá se alicerçar também no pilar da inovação. Quais são as prioridades assumidas para fortalecer o setor de patentes e a interação da pesquisa da UFJF com o mercado?

– Nosso foco será intensificar as ações de sensibilização dos professores e pesquisadores no tocante à necessidade de proteção do conhecimento gerado na instituição. Criar um ambiente propício à integração da academia com o setor produtivo é fundamental agora. Para isso, vamos, entre outras coisas, orientar e acompanhar os professores e os pesquisadores da UFJF sobre o processo de patenteabilidade e na redação das patentes de acordo com as exigências. Outro ponto importante é auxiliar na elaboração de instrumentos contratuais e de cooperação entre os agentes de pesquisa e produção industrial envolvidos.

Maria Cristina Andreolli sorrindo

Cristina Andreolli: “Temos que levar aos professores o conhecimento das possibilidades disponíveis e incentivar intercâmbios internacionais”. (Foto: Twin Alvarenga)

– Nós tínhamos uma Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico que foi extinta. Como ficarão as questões gerenciadas por este setor?

– Algumas atribuições da extinta secretaria ficarão a cargo da nossa pró-reitoria, a qual está vinculado também o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt). O Critt fará a gerência de algumas atividades e as demais atribuições serão destinadas a outras pastas desta administração. A implantação do Parque Tecnológico, por exemplo, ficará sob a responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento e Representação Institucional. Nosso papel será fazer a ponte entre a pesquisa realizada na UFJF e o Parque Tecnológico.

– A Editora UFJF também ficará a cargo da sua pró-reitoria. Você pretende estabelecer novas estratégias, ou outras diretrizes para as publicações?

Pretendemos ampliar as ações da editora apoiando os programas de pós-graduação e os pesquisadores, trabalhando em parceria, para reavaliar o corpo editorial, agregando referências internacionais. Além disso, vamos intensificar o trabalho da editora em congressos e eventos científicos para ampliar sua visibilidade junto à comunidade acadêmica da UFJF e também de fora.

Outras informações: (32) 2102-3967 (Comunicação da UFJF)

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