Alunos, professores e pesquisadores de Física assistiram nesta terça-feira, dia 16, à palestra do diretor da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich. Professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Davidovich é especialista em informação quântica e apresentou aos interessados um pouco desse universo. O evento faz parte da programação do Workshop da Pós-Graduação em Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que segue até quinta-feira, 18.
O convidado abordou os estudos realizados pelo físicos Erwin Schrödinger e Albert Einstein, apontando as diferenças entre a Física Clássica e a Física Quântica. Além de discorrer sobre conceitos como polarização da luz, emaranhamento e informação quântica, Davidovich fez uma apresentação da chamada Computação Quântica, destacando seus diferenciais e benefícios.
“Um computador quântico é muito mais rápido e tem um processador muito melhor do que o clássico. Essa velocidade permite uma busca de dados muito mais fácil e rápida. Ainda está em fase de testes, mas acredito que seja a grande promessa para o futuro.” O professor ainda citou que muitas empresas, como Google e Microsoft, estão realizando grandes investimentos na pesquisa e desenvolvimento dessa tecnologia. “É uma área cheia de possibilidades. Apesar de suas peculiaridades, é um campo muito promissor.”
Ciência no Brasil
Davidovich destacou o crescimento da Física Quântica com os programas desenvolvidos pelo Governo na área da tecnologia e a criação dos institutos nacionais de tecnologia. “Atualmente, temos 15 laboratórios e cerca de cem pesquisadores em todo o país. Os vários programas que o Governo vem desenvolvendo e o aumento da instituições de pesquisa em tecnologia fazem com que muitos jovens se motivem a trabalhar nessa área.”
Entretanto, apesar dos avanços que vem apresentando, o Brasil ainda precisa dar um salto na qualidade. “Tivemos grandes progressos nessa área, incluindo boas publicações em importantes revistas internacionais, mas ainda temos um resultado razoável em relação a outros países.” O professor destacou a premiação do matemático brasileiro Artur Ávila, que ganhou a Medalha Fields, como resultado dos recentes investimentos que o país tem feito em ciência.
Para avançar ainda mais, o diretor da Academia Brasileira de Ciências aponta como fundamental a diversificação no propósito das universidades brasileiras. “Nossas universidades seguem todas um mesmo padrão, um modelo único, o que não ocorre nos países que têm sucesso em ciência e tecnologia. Eles diferenciam as universidades, sendo umas mais voltadas para ensino e outras para pesquisa. Além disso, possuem outras instituições de ensino superior que não são universidades. Acredito que temos que fazer a mesma coisa, flexibilizar nossas instituições de ensino superior e dar mais liberdade ao estudante no seu percurso. O Brasil tem que ser ambicioso e almejar ter suas instituições entre as melhores do mundo. Para isso, é preciso ter uma reflexão da sociedade e do Governo de qual caminho trilhar para chegar a isso.”
III Workshop da Pós-Graduação em Física
O evento, organizado por discentes da pós-graduação, conta com minicursos e oficinas, e recebe 13 renomados palestrantes de universidade de todo país e também da Espanha, entre eles o ex-ministro de Ciências e Tecnologias, Sérgio Rezende, que ministrará palestra nesta quarta-feira, às 14h, no Anfiteatro da Engenharia.
“Irei apresentar um breve histórico da Física no Brasil. Como nesse evento há muitos estudantes e professores jovens, vou fazer uma apresentação sobre as origens deste campo no país e mostrar alguns números da área”, ressaltou o ex-ministro, que esteve presente na tarde desta terça-feira na UFJF.
Confira a programação completa do III Workshop da Pós-Graduação em Física-UFJF
Outras informações: (32) 2102-3307 (Departamento de Física-UFJF)
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