A Antropologia está interessada no estudo das diversidades culturais e sociais, ou seja, as diferentes maneiras em que se apresenta a vida humana, em todos os tempos e lugares. Trata-se, portanto, de uma perspectiva que não se satisfaz com a simples observação de culturas ou sociedades isoladas, mas avança no sentido de oferecer instrumentos que permitam compreender a constituição simbólica de diferentes sociabilidades, os significados com os quais indivíduos e seus coletivos interpretam e organizam os contatos, os encontros e mesmo os conflitos em que se envolvem.
De início, o alvo das investigações dos antropólogos foram os povos ditos “primitivos”, “exóticos” ou, melhor dizendo, não europeus, o que propiciou, então, a definição de uma perspectiva científica singular no âmbito das Ciências Sociais. Logo, a Antropologia alarga seu campo de observação para incluir a reflexão crítica acerca das sociedades industriais, tais como a nossa, desvendando aqui, também, as diferentes maneiras pelas quais instituições, valores e costumes são construídos socialmente, são convenções fluidas e mutáveis. Num e noutro caso, a reflexão antropológica requer descrições exaustivas de uma multiplicidade de temas e de acontecimentos, que são observados e anotados cotidianamente durante um período mais ou menos prolongado de convivência no meio social em estudo – é o que chamamos de “método etnográfico”.
O trabalho dos antropólogos, em grande parte, concentra-se nas pesquisas acadêmicas que são desenvolvidas em universidades, institutos e centros de pesquisa. Aos poucos, o campo de trabalho tem se ampliado no Brasil, através da contratação de profissionais por órgãos governamentais e não-governamentais que atuam junto a “minorias” e outros segmentos atendidos por políticas públicas específicas.
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A Ciência Política é o estudo do poder entendido como a capacidade de indivíduos, ou instituições, se fazerem obedecer por outrem. Esse fenômeno, que nas modernas sociedades reside sobretudo no aparato do Estado, apresenta-se de forma diversa e difusa ao longo da historia das sociedades, fundamentando o poder na religião, na força, e, mais importante, no pacto conscientemente e legitimamente firmado sobre a lei.
A Ciência Política, além de sua faceta mais conhecida de estudo das práticas e instituições políticas, dos sistemas de governo, das organizações e dos processos de participação democráticos, dos governos autoritários, possui, diferentemente das demais ciências sociais, um forte diálogo com a filosofia por meio da teoria política. De fato pode-se dizer com segurança que a reflexão sobre a política constitui a mais antiga das ciências sociais, remontando pelo menos 25 séculos de debate sobre o poder, o governo, a comunidade, a ética, a representação e a cidadania.
Da democracia grega aos modernos Estados representativos há um manancial de temas e reflexões que devem ser explorados. O cientista político tem hoje a tarefa de pensar a democracia e a república em seus múltiplos aspectos de continuidade e mudança na trajetória contemporânea. Quanto à democracia, exigem atenção os temas da efetividade da participação da Sociedade Civil na distribuição do poder do Estado, dos partidos políticos e dos ciclos eleitorais. Essa reflexão habilita ao cientista político ver nas relações de entre Estado e Sociedade Civil um campo denso de investigações, que vão da organização da participação, passando pelas agências não-governamentais e levando ao ponto extremo, ou seja, o conflito aberto entre os distintos atores que disputam os espaços estatais e os da Sociedade Civil.
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A Sociologia surge ao final do século XIX como uma ciência que visava dar respostas ao mundo moderno que eclodia então, gerando a vertiginosa urbanização que atingiu a Europa e o Hemisfério Norte. Essa ciência surge para explicar como as sociedades tornaram-se modernas deixando no passado resquícios de relações sociais e de instituições que pertencem unicamente ao mundo tradicional. Essa resposta à modernidade obrigava a Sociologia a criar teorias sobre o desenvolvimento social e identificar seus atores e promotores.
Ao lado da tarefa de entender a modernidade, aparece toda sorte de problemas sociais que reclamavam intervenção, como o aumento da criminalidade sob diversas formas, bem como da pobreza urbana, aumento da necessidade de políticas educacionais que integrassem as novas massas à moderna sociedade e um rol de questões que ainda hoje são objeto de intenso debate. A agenda social impôs à sociologia a tarefa de entender o mundo para nele intervir. Desde então o sociólogo é um profissional que levanta dados sobre a sociedade e formula ideias de como é possível explicar e intervir reflexivamente no mundo.
A sociologia, como todas as ciências sociais, não tem uma única direção teórica sendo formada na origem por contribuições distintas e que são um conjunto de abordagens apropriáveis pela pesquisa social. O conjunto de instrumentos aprendidos no curso de Ciências Sociais em teoria sociológica, juntamente com a técnica de pesquisa permite então uma formação complexa, que levará o sociólogo a tornar-se um agente capaz de lidar com vários temas: a riqueza, a pobreza, a urbanização e suas consequências, os sindicatos e toda gama de movimentos sociais, a globalização, o crime e a sua repressão, as relações de trabalho, o mundo formal e a sociedade informal, o universo rural/não-urbano, etc. Enfim, o cientista pode tomar todas as relações sociais possíveis para análise. O conhecimento de tais espaços de reflexão sociológica supõe pesquisadores altamente qualificados, capazes de investigações quantitativas sobre todo tipo de opinião social, bem como de metodologias qualitativas, como as observações e as entrevistas de campo.