NAtiva: conheça a startup fundada por pesquisadoras da UFJF com foco em saúde a partir dos ativos da biodiversidade brasileira
O Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade não apenas para celebrar as realizações das mulheres, mas também para destacar suas contribuições em diversos setores. Para comemorar o dia 08 de março, o Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) destaca a história da startup NAtiva, desenvolvida por três pesquisadoras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Fundada pela Dra. Renata Mendes, diretora científica, Dra. Jéssica Leiras, diretora de desenvolvimento e Dra. Elita Scio, conselheira científica, a startup de PD&I desenvolve soluções inovadoras endereçadas à saúde e bem-estar, a partir dos ativos da biodiversidade brasileira.
NAtiva
A trajetória da NAtiva teve início no Laboratório de Produtos Naturais Bioativos (LPNB) da Universidade Federal de Juiz de Fora(UFJF), inicialmente com Elita Scio como orientadora e Renata Mendes e Jéssica Leiras como discentes desde a Iniciação Científica na Graduação à Pós-Graduação. As três sócias co-fundadoras, farmacêuticas e cientistas trabalharam juntas por mais de 15 anos na investigação de insumos bioativos.
Emerge Amazônia
Depois de anos de pesquisa, a startup teve seu impulsionamento em 2021 através da seleção na chamada Emerge Amazônia, iniciativa de inovação aberta que propôs a identificação de tecnologias brasileiras mais disruptivas capazes de gerar resultados socioeconômicos de maneira sustentável a partir da biodiversidade amazônica. A chamada foi organizada pela Emerge Brasil, sendo viabilizada por empresas importantes no ramo de medicamentos, cosméticos e alimentos como Aché, Nintx, Natura, BRF e Bemol. Após a seleção, a NAtiva deu início as suas atividades empresariais.
Jéssica Leiras conta que com a participação no Bootcamp, etapa do processo seletivo do Emerge Amazônia, a equipe realizou treinamentos, evoluiu na construção do business case, na proposta de valor da tecnologia e estabeleceu conexões com profissionais e empresas reconhecidas no setor de P&D da indústria farmacêutica. A tecnologia submetida pelas pesquisadoras (NTV01 – projeto 01 do pipeline) foi selecionada entre os 149 projetos, o que permitiu a estruturação da empresa em janeiro de 2022, a partir do investimento anjo aportado na chamada.
“Em nossos estudos tínhamos sempre a preocupação que as nossas pesquisas chegassem até a comunidade, e que de alguma forma o nosso trabalho tivesse um impacto positivo, o que nos permitiu o desenvolvimento de tecnologias.Durante a participação no Emerge Amazônia, chamada que ocorreu em 2021, os feedbacks nos indicaram que nosso racional de desenvolvimento e expertises estavam alinhados ao interesse no mercado, nesse sentido surgiu a NAtiva, cuja nossa motivação era transpor as bancadas do laboratório e fazer disso um negócio focado na otimização da descoberta de novos bioativos escalonáveis e sustentáveis”, complementa Renata Mendes.
Premiações e cenário atual
2023 foi marcado por duas conquistas importantes para a NAtiva. Entre 399 negócios inscritos, a startup foi uma das 6 empresas inovadoras representantes da região Sudeste selecionadas no Programa Mulheres Inovadoras | 2023, uma iniciativa da FINEP e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para estimular startups lideradas por mulheres, de forma a contribuir para o aumento da representatividade feminina no cenário empreendedor nacional, por meio da capacitação e do reconhecimento de empreendimentos que possam favorecer o incremento da competitividade brasileira.
Além disso, receberam destaque no InoVAtiva de Impacto Socioambiental, maior programa de aceleração da América Latina gratuito para empresas inovadoras, de base tecnológica, que têm como missão gerar impacto social ou ambiental positivo.
“Esse prêmio representa nossa dedicação e trabalho para fazermos da NAtiva um negócio de impacto! Levamos este reconhecimento para a Zona da Mata Mineira, e continuaremos avançando juntos para fazer do Brasil um player de destaque em desenvolvimento sustentável a partir dos ativos da floresta”, destaca Renata Mendes.
Laboratório NAtiva
Atualmente a empresa atua junto ao setor farmacêutico no escalonamento de fitoterápicos advindos de espécies nativas brasileiras e na prestação de serviços técnicos especializados na otimização da descoberta de novos bioativos. “Nesse momento estamos construindo o Laboratório NAtiva, que permitirá ampliar os impactos do nosso negócio”, conta Jéssica Leiras.
Saiba mais sobre a NAtiva e todos os seus projetos no site da startup.
Da academia para o mercado: Spin-Offs Acadêmicas
A startup NAtiva é exemplo de uma spin-off acadêmica bem sucedida. Uma spin-off acadêmica é uma empresa criada para explorar uma propriedade intelectual gerada a partir de um trabalho de pesquisa desenvolvido em uma instituição acadêmica, como a UFJF.
“As spin-offs acadêmicas desempenham um papel crucial ao facilitar a transferência de conhecimento e tecnologia do ambiente acadêmico para o setor produtivo. É fundamental que os pesquisadores estejam atentos às demandas do mercado, desenvolvendo projetos que tenham relevância para a ciência, mas para além disso, que tragam solução para uma dor de mercado e beneficie diretamente a sociedade. Essa é uma das nossas grandes motivações como cientistas empreendedoras. Essa relação não só amplia o impacto das pesquisas, mas também contribui significativamente para a inovação e o desenvolvimento econômico do Brasil”, aponta Renata Mendes.
Saiba mais sobre o que são Spin-Offs acadêmicas em nosso conteúdo: O que são Spin-Offs?
Conheça as co-fundadoras da NAtiva
Dra. Elita Scio – Conselheira Científica
Farmacêutica (UFJF), Mestre em Agroquímica (UFV), PhD em Biologia Celular e Molecular – Química de Produtos Naturais (CPqRR-FIOCRUZ/ Sanduíche University of Illinois – EUA). Professora titular na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e coordenadora do LPNB (ICB|UFJF), com ampla experiência na área de Produtos Naturais, atua na NAtiva como advisor.
elita.scio@nativabiotech.com – https://www.linkedin.com/in/elita-scio-0380ab247/
Dra. Jéssica Leiras – Diretora de Desenvolvimento
Farmacêutica (UFJF), Mestre em Ciências Farmacêuticas – Produtos Naturais Bioativos (UFJF), Doutora em Ciências Biológicas – Genética e Biotecnologia (UFJF). Esp. em Inovação em Medicamentos da Biodiversidade (FIOCRUZ). Lidera projetos de pesquisa na área de PD&I, com foco no escalonamento de soluções inovadoras. Atua na prospecção, caracterização e padronização analítica de novos ativos, bem como no desenvolvimento da tecnologia, delineando o roadmap tecnológico alinhado às agências reguladoras.
jessica.leiras@nativabiotech.com – https://www.linkedin.com/in/jessicaleiras/
Dra. Renata Mendes – Diretora Científica
Farmacêutica (UFJF), Mestre em Ciências Farmacêuticas – Produtos Naturais Bioativos (UFJF), PhD em Ciências Biológicas – Genética e Biotecnologia (UFJF/Sanduíche UMinho – Portugal). Esp. em Inovação em Medicamentos da Biodiversidade (FIOCRUZ). Lidera projetos de pesquisa na área de PD&I, com foco na descoberta e desenvolvimento de soluções inovadoras. Atua na prospecção de insumos bioativos e tecnologias promissoras, na validação das atividades biológicas, na caracterização química e viabilidade produtiva dos insumos ativos, assim como no desenvolvimento de um roadmap tecnológico estratégico.
“Independente do setor de atuação, precisamos criar um ecossistema colaborativo, para somar expertises, otimizar recursos e diminuir riscos. Nós, pesquisadores, já empreendemos de forma intuitiva. Delineamos, executamos projetos e nos especializamos em resolver problemas, desenvolver soluções, inovações. A abertura de uma empresa traz desafios, mas também muitas oportunidades”, finaliza Renata Mendes.
renata.mendes@nativabiotech.com – https://www.linkedin.com/in/renatafmendes/
Transforme sua ideia em um negócio
O Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) conta com uma série de programas e iniciativas que podem auxiliar os interessados em transformar o seu projeto de pesquisa ou propriedade intelectual em uma empresa.
O departamento de Empreendedorismo do Critt, especializado no auxílio de empresas e startups, realiza diariamente o atendimento a pesquisadores e empresários que apresentam uma ideia de negócio inovadora. Além disso, promove de forma sazonal programas e eventos para o desenvolvimento de ideias.
A Incubadora de Base Tecnológica (IBT) do centro, é destinada a receber ideias de projetos inovadores e startups promissoras. Com uma estrutura completa e suporte especializado, ela oferece aos empreendedores a oportunidade de desenvolver suas ideias de forma sólida e estruturada, até alcançarem o sucesso mercadológico.
Saiba como solicitar o auxílio do Critt aqui.
Créditos
Autor: Karla Souza
Revisão:Vinicius Hoki
Designer: Carol Miranda
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