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Inclusão sem espaço

Por Luís Henrique Alves Evo   
15 de outubro de 2007  

 

dossie_10_01Na Escola Municipal Raymundo Hargreaves, localizada no bairro Bom Jardim, as aulas de informática são realizadas em um espaço improvisado, na sala da biblioteca. São nove computadores à disposição dos 600 alunos. Apenas um tem acesso à Internet, e dois estão com defeito. 

A vice-diretora Flávia Rocha Rodrigues afirma que já encaminhou o projeto arquitetônico de construção de um laboratório de informática.  “O projeto já foi aprovado. Estamos aguardando a liberação da verba por parte da Prefeitura”, diz.

As aulas são oferecidas desde 2004. A professora Cláudia Lotti possui licenciatura em História e Geografia. Para lecionar as aulas de informática, realizou cursos oferecidos pela Prefeitura e iniciou uma pós-graduação na área. “Tenho buscado capacitação  para oferecer aos alunos um aprendizado gratuito, público e de qualidade”, afirma. 

Espaço e máquinas

dossie_10_02A falta de equipamentos e espaço físico impede que todos os alunos tenham acesso ao laboratório. “Nós tentamos organizar os horários de forma que todos possam participar. A utilização é feita em turnos alternados. Quem estuda de manhã usa o laboratório à tarde e vice-versa”, diz Cláudia. A professora comenta, também, o interesse de moradores da comunidade em usar os computadores. “Muita gente me pergunta se há cursos oferecidos para quem não estuda na escola. Ainda não existe, mas quando alguém precisa usar, com autorização da Direção, é permitido, desde que haja uma supervisão”, afirma.

Contudo, o único computador com acesso à internet na escola tem uso restrito. Os alunos  podem utilizá-lo para pesquisas e trabalhos apenas com autorização da direção .

Aulas direcionadas para cada tipo de aluno

 O objetivo das aulas é criar uma familiarização dos estudantes com a máquina. “Nas primeiras aulas, os iniciantes aprendem a funcionalidade das partes físicas do computador. Depois, iniciam o Paint Brush para treinar a coordenação motora. Aqueles que já têm maior conhecimento iniciam nos comandos básicos de Word e Excel”, explica.

 A professora é a responsável pela elaboração do material. Ela reúne cópias de apostilas e distribui para os alunos de adossie_10_03cordo com as necessidades individuais. As avaliações não obedecem o calendário escolar. As aulas possuem mais um caráter de apoio pedagógico ao aprendizado das salas de aula.  

A aluna  Tainara Reis, 11 anos, considera divertido o aprendizado nas aulas de informática. “Nós fazemos redações nas salas e depois escrevemos no computador”, diz. O aluno do 9º ano Vítor Júlio, 14, diz que gostaria usar mais os computadores. “É muito complicado, tem muita gente para pouco computador. Não gosto de fazer atividades em duplas ou grupos”, reclama. Para Rodrigo Oliveira, 15, também aluno do 9º ano, o acesso limitado à Internet dificulta as pesquisas escolares. “Tenho que ir na casa dos meus colegas ou pagar na Lan-house para fazer os meus trabalhos”, afirma.

A vice-diretora Flávia Rodrigues concorda que apenas um computador com acesso à Internet  discada não atende a demanda da escola. “Já solicitei junto à Prefeitura a instalação da banda larga. Porém, fui informada que os provedores ainda não operam neste Bairro”, esclarece. De acordo com matéria publicada no portal UOL, um estudodossie_10_04 realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) informa que o uso da internet nas escolas aliado a um programa pedagógico eficiente melhora o desempenho dos alunos.

Na escola são oferecidas todas as séries do ensino fundamental, nos turnos da manhã, tarde e noite. Na instituição estudam 600 alunos. A maioria deles  freqüentam as aulas de informática pelo menos uma vez por semana.