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Religando: cursos de extensão em tempos de pandemia

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Religando: cursos de extensão da quarentena

 

O “Religando: Cursos de extensão da quarentena” tem por objetivo transformar o período de distanciamento social em oportunidade de aproximação virtual para momentos de aprofundamento em temáticas relativas ao estudo da religião. Os cursos são gratuitos, com vagas limitadas, oferecidos de forma virtual e se destinam a toda comunidade. Todxs são bem vindxs!!!

Os cursos serão certificados pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É necessário frequência de 75% de participação para receber certificado.

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Inscrições: As inscrições já foram encerradas.

Nota: A comissão organizadora foi positivamente surpreendida pela alta procura pelos cursos. Recebemos centenas de inscrições. Nesse sentido, tendo em vista as limitações técnicas e o número de vagas disponíveis, as inscrições tiveram que ser encerradas. Com isso, faremos o possível para gravar e disponibilizar os cursos pelo Youtube. Informamos ainda que, em breve, novos cursos serão disponibilizados.

Assim, aqueles que efetivaram a inscrição, um dia antes do início do curso, os inscritos receberão um e-mail informando o link com a sala virtual para os encontros. Caso o curso tenha mais do que uma sessão, o link da sala permanecerá o mesmo durante todo seu oferecimento.

 

Cursos:

1.      Espiritualidade em tempos de pandemia (Cláudio Ribeiro)  – Segundas, 19:00 às 20:40 

2.      Variações sobre Rubem Alves (Edson Almeida e Gustavo Martins) – Terças, 19:00 às 20:40

3.      Pentecostalismo, política e conservadorismo (Elisa Rodrigues e Ana Luíza Gouvêa) – Quartas, 16:00 às 17:40

4.      Religião e necropolítica (Frederico Pieper e Danilo Mendes) – Quintas, 15:00 às 16:40

 

Maiores informações em: www.ufjf.br/ppcir ou pelo e-mail: cursos.livres.religiao@gmail.com

 

Comissão organizadora:

Prof. Dr. Frederico Pieper (UFJF)

Danilo Mendes (UFJF)

Paulo Henrique Lopes (UFJF)

Maiara Miguel (UFJF)

Marcelo Massi (UFJF)

Rafael Bertante (UFJF)

 

 

Ementas:

 

1. Religião e necropolítica

Frederico Pieper (UFJF)

Danilo Mendes (UFJF)

 

Carga horária: 6 h/a

Datas e horários dos encontros: Quintas, 15:00 à 16:40. (11/06; 18/06; 25/06)

 

Com o desenvolvimento da pandemia e suas consequências, a expressão necropolítica ou políticas da morte passou a fazer cada vez mais parte do nosso cotidiano. Isso se deve, em parte, à percepção de que vida e morte não são apenas questões da área de saúde, mas de política e de poder. Considerando essa situação, este curso tem por objetivo analisar o conceito de necropolítica e sua relação com a religião.  Algumas questões a serem abordadas são: como se relacionam necropolitica, autoritarismo e neoliberalismo? Podemos falar em necrorreligião? Seria a religião mera legitimadora ou seria uma forma de necropolítica?

 

2. Espiritualidade em tempos de pandemia

Cláudio de Oliveira Ribeiro (UFJF)

 

Carga horária: 6 h/a

Datas e horários dos encontros: Segundas, 19:00 à 20:40. (08/06; 15/06; 22/06)

 

As inquietações e receios em torno da pandemia causada pelo coronavírus ao redor do mundo suscitaram as mais diversasreações. Entre elas as diferentes formas de espiritualidades, religiosas ou não, para o enfretamento das questões relativas à morte, à fragilidade física e emocional e ao isolamento social.  Ao mesmo tempo, os temas e argumentos religiosos se destacaram no debate, seja pelo clima de obscurantismo estimulado por alguns grupos, seja pela busca de compreensões mais amplas e bem fundamentadas de um fenômeno que é social. Como entender mais adequadamente esse quadro? O que o pluralismo religioso e cultural tem a nos dizer sobre estas realidades? O curso se debruçará sobre essas e outras questões similares.

 

3. Pentecostalismo, política e conservadorismo

Elisa Rodrigues (UFJF)

Ana Luíza Gouvêa (UFJF)

 

Carga horária: 6 h/a

Datas e horários dos encontros:quartas, 16:00 à 17:40. (10/06; 17/06; 24/06)

 

A crise política e social que o Brasil atravessa pode ter seu início situado na primeira metade dos anos 2000, quando ainda durante o governo Lula dois escândalos (o “mensalão” de 2003-2006 e o “petrolão” da corrupção, conforme nomes designados pelas mídias sociais) abalaram a confiança e as expectativas populares nas instituições, principalmente, no Executivo e no Legislativo. Desse processo saiu com alguma credibilidade o poder Judiciário, tido como responsável pela punição dos principais envolvidos na corrupção identificada. A desconfiança e o descrédito que a década de 2000 gerou em parte da sociedade brasileira convulsionou-a em direção aos protestos de junho de 2013, 2015 e 2016, quando teve início um processo de busca por lideranças políticas que não se identificassem com a Esquerda, tampouco com o Centro ou com a Direita. Diante deste quadro, ganharam força agentes que se apresentaram como alheios às ideologias político-partidárias, que questionavam a centralidade do Estado e das políticas sociais, contrários às liberdades individuais, direitos civis e conquistas trabalhistas; em geral, pautas consideradas por esses agentes como progressistas. Esse espectro de acontecimentos possibilitou o fortalecimento, de um lado, de discursos pró-iniciativa privada, aliados com a noção de self-mademane, por outro, de discursos que se autoidentificavam como contrários à velha política. Curiosamente, ambas narrativas encontraram eco entre grupos católicos renovados e evangélicos, especialmente, os de corte pentecostal e neopentecostal. Daí a pergunta que norteará as discussões que esse curso pretende desenvolver com seus participantes: quais narrativas e noções teológicas teriam sido positivamente mobilizadas por esses agentes, a fim de construir alianças entre esses políticos e o “povo religioso”?

 

Sessão 1

Apresentação geral: Pentecostalismo no Brasil do século 21 e as suas principais bases teológicas

– O reino de deus é aqui e é dos escolhidos para a prosperidade

– Quem não se ajunta espalha. Sobre a beligerância

– Quem são os inimigos: não cristãos, não submissos e não heteronormativos

 

Sessão 2

Existe “a” mulher pentecostal? Conservadorismo, subversão e criatividade nas práticas femininas em igrejas pentecostais

 

Sessão 3

As malhas do pentecostalismo: na política e na educação

– Existe um projeto de poder? O Estado é laico ou é cristão?

– A instrumentalização da Bíblia no discurso evangélico conservador

– O pluralismo pentecostal na política: tensões e cisões

 

4. Variações sobre Rubem Alves

Edson Fernando de Almeida 

Gustavo Claudiano Martins 

 

Carga horária: 6 h/a

Datas e horários dos encontros: (09/06; 16/06; 23/06)

 

Colocamo-nos diante do multifacético e singular pensamento de Rubem Alves, donde brota, sobretudo, a poesia e a visão desconcertante do fenômeno religioso para além dos reducionismos psico-sociológicos. Na teopoetica de Rubem a linguagem religiosa aparece como teia de palavras nascidas das entranhas humanas e lançadas sobre o abismo do mundo para torná-lo um lugar de beleza e verdade. Tal linguagem tece uma rede de símbolos com os quais o homem discrimina objetos, tempos e espaços, como abóboda sagrada a recobrir o mundo; símbolos nos quais se dependura e que fazem seu corpo estremecer.  Esta é a marca emocional/existencial da experiência do sagrado. É por isso que Rubem Alves diz que as palavras formam redes, onde as pessoas se deitam, porque é nesse modo de conceber o mundo que se fundamenta a possibilidade de existência humana, é nessa linguagem que se apresenta o sentido da vida. De seus primeiros textos teológicos (em especial sua tese de doutorado intitulada A Theology of human Hope), perpassando suas produções filosóficas sobre a religião (destacando-se “O enigma da religião”, “O que é religião?”, “Religião e Repressão”, “Dogmatismo e Tolerância” e “O suspiro dos oprimidos”) e aportando em suas crônicas, esse curso visa compor “variações sobre Rubem Alves”. Três perguntas nortearão os debates e reflexões propostos: O que é teologia? O que é religião? O que é teopoesia. Nossa “aposta” é que ao discutirmos tais questões, à luz da obra alvesiana, sejamos levados a refletir sobre a participação da religião nos problemas contemporâneos.

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