As máscaras se tornaram uma das maiores aliadas da população contra a transmissão do Coronavírus desde o início da pandemia. O cenário trouxe inúmeros desafios que exigiram adaptações severas às rotinas. Especialistas alertam que a máscara ainda deve ser item obrigatório no vestuário, tanto para se proteger quanto para evitar a transmissão do vírus que já levou, até esta data (18 de junho de 2021), aproximadamente 496 mil brasileiros a óbito.
Para entender melhor como as máscaras garantem nossa proteção e diminuem a probabilidade de transmissão, conversamos com o pesquisador da área de Microbiologia da UFJF, Aripuanã Watanabe, e com o infectologista do Hospital Universitário-UFJF, Rodrigo Daniel de Souza. O microbiologista ressalta a importância de saber diferenciar o grau de proteção das máscaras. Cada material utilizado na fabricação possui uma trama capaz de impedir que parte das gotículas respiratórias que exalamos seja transferida para outra pessoa ou fique no ar. De acordo com o Watanabe, “a capacidade de filtragem dessas partículas geradas quando respiramos é analisada levando em consideração o modelo de máscara utilizado”.
O uso inadequado da máscara ou uma escolha errada de modelo pode dar uma falsa sensação de segurança e expor o indivíduo a um risco elevado de contágio
Geralmente, as máscaras cirúrgicas e de tecido têm uma trama mais apertada, algo que impediria que gotículas fossem exaladas; especialistas recomendam privilegiá-las em áreas ao ar livre, locais arejados e com distanciamento social. Além disso, Watanabe cita o estudo norte-americano que demonstra que combinar os dois tipos de máscara – a de tecido sobrepondo a cirúrgica, ambas bem ajustadas ao rosto – pode alcançar uma filtragem superior a 90%. Um percentual ainda maior é o do modelo de máscaras PFF2/N95, que se diferencia por possuir camadas de um filtro eletrostático, capaz de reter com eficiência aproximadamente 95% de partículas em aerossol que podem carregar o vírus da Covid-19.
O pesquisador Aripuanã Watanabe alerta que máscaras de plástico e de crochê devem ser evitadas, pois ambas não exercem a função de filtragem das gotículas como os demais modelos citados. O infectologista Rodrigo de Souza, por sua vez, destaca a importância da vedação da máscara ao rosto. “O mau uso da máscara pode causar uma falsa sensação de segurança. Portanto, a máscara deve sempre estar bem adaptada ao rosto, cobrir nariz e boca, sem folgas, evitando que o ar que respiramos passe por fora da máscara e não através dela.” Também é importante enfatizar que o tempo de uso da máscara deve ser seguido conforme orientação dos fabricantes no rótulo do produto.
As máscaras cirúrgicas e de tecido devem ser trocadas sempre quando estiverem úmidas e sujas, e o uso por mais de quatro horas não é recomendado. Já no caso do modelo PFF2/N95, o tempo máximo de uso recomendado é de 12 horas, sendo que estas máscaras não podem ser lavadas de maneira alguma, pois isto levaria a inutilização da camada eletrostática. Após utilizar máscaras deste modelo, é recomendado deixar ela em repouso por aproximadamente três dias. Os dispositivos de proteção com material lavável precisam ser higienizados diariamente. Quando for retirar a máscara, nunca pegue pela frente e sim pelas tiras laterais.
Outras informações:
Iniciativa PFF para todos
Estudo do CDC sobre máscaras de pano e cirúrgicas