Para fechar com chave de ouro as edições virtuais do projeto Cinemamm em 2020, que integram as comemorações dos 15 anos do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o cineasta José Sette de Barros é o convidado especial desta série que tem o objetivo de apresentar a produção cinematográfica e as suas diferentes perspectivas, oxigenando as discussões em torno da sétima arte.
Esse poeta, pintor e diretor mineiro nascido em Ponte Nova, que por dez anos viveu em Juiz de Fora, fala sobre o documental e o ficcional em suas obras, protagonizando a live que acontece no Canal do Mamm no Youtube, nesta quarta-feira, dia 16, às 19h. A mediação fica por conta de Karina Orquidia, integrante da equipe do Museu.
Com um olhar atento para os grandes personagens das artes em Juiz de Fora, dirigiu o média-metragem “A janela do caos”, sobre o universo criativo de Murilo Mendes; o longa “O rei do samba”, com foco na vida do compositor Geraldo Pereira; o curta “Ver Tiagem”, a respeito do artista plástico Arlindo Daibert; além de “Labirinto de pedra”, sobre o escritor Pedro Nava. Também realizou os filmes “Eu e os anjos”, “Paisagens imaginárias” e “Amaxon”.
A trajetória cinematográfica de José Sette começou no Rio de Janeiro, onde, pela primeira vez, teve contato com o cinema marginal. Seu longa-metragem de estreia, “Bandalheira infernal” (1976), precedeu uma série de curtas-metragens com destaque para “O mundo gráfico de Goeldi”, vencedor do Festival de Brasília e selecionado para o Festival de Oberhausen, na Alemanha.
Em “Um filme 100% brazileiro”, o diretor retrata a chegada do vanguardista suíço Blaise Cendras no Brasil e seu encontro com os modernistas brasileiros nos anos 1920. Mais tarde, já no final da década de 1990, José Sette retoma sua arte com o documentário “Encantamento de Camargo Guarnieri”.
As edições virtuais do Cinemamm acontecem desde 26 de setembro, com Luís Carlos Lacerda, o Bigode , na programação da XIV Primavera dos Museus; prosseguindo com Adélia Sampaio em 21 de outubro; e Fábio Zavala no dia 25 de novembro.
Segundo Karina, os encontros virtuais têm proporcionado importante oportunidade de troca de saberes com diferentes cineastas e realizadores audiovisuais, especialmente nesses tempos de distanciamento social imposto pela pandemia. “Conseguimos chegar até muita gente que, provavelmente, não conseguiria conferir a programação presencialmente”, destaca.