“Juventudes e HIV” será tema de um encontro virtual, às 19h, no dia 9 de outubro. A atividade será transmitida no canal do YouTube do Centro de Referência e Promoção da Cidadania de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros, Transexuais, Queers, Não-binários e Intersexuais (CeR-LGBTQI+) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O debate será conduzido pelo jornalista e integrante da Rede de Jovens de Minas Gerais, Guilherme Freire Montijo, e pela psicóloga e doutora em Psicologia pela UFJF, Lara Brum de Calais. A mediação será realizada pela professora do Departamento de Psicologia da UFJF, Juliana Perucchi, que orientou Calais na elaboração da tese “Entre ser… Rede, jovem e sujeito político: possibilidades de subjetivação política nos cenários do HIV/Aids no Brasil”, defendida, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFJF, em 2018.
Impacto do HIV na população jovem
“Na live, vamos falar sobre a interseção HIV e Juventudes. Os índices de HIV têm aumentado principalmente entre os mais jovens. Vamos discutir sobre o impacto do HIV na população mais jovem, como esses jovens têm se unido para fazer valer as suas demandas, principalmente através das Redes de Jovens”, explica Guilherme Montijo.
O jornalista ressalta a importância do debate da temática para a divulgação de informações sobre prevenção ao HIV, bem como para fomentar a adesão ao tratamento entre jovens soropositivos. “Eu vou falar um pouco da minha atuação na Rede de Jovens, como é ser um jovem que vive com HIV, os dilemas, dificuldades, os avanços que foram conquistados nessas quatro décadas da epidemia do HIV. Vivo com HIV há quatro anos, mas tenho me engajado nos movimentos de HIV/AIDS há dois anos.”
Além de integrar a Rede de Jovens de Minas Gerais, na qual atua principalmente como colaborador na Secretaria de Comunicação, Montijo também participa da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS (RNAJVHA). “Além da atuação nessas redes, que fazem um trabalho de acolhimento, divulgação de informações e funcionam também como uma rede de assistência para a adesão ao tratamento, também falo sobre HIV/AIDS nas minhas redes sociais.”
Outros modos do fazer político
A psicóloga Lara Calais conta que a sua aproximação com as Redes de Jovens Vivendo com HIV/Aids ocorreu durante o doutoramento, e enfatiza a relevância da articulação coletiva das juventudes. “Pude compreender justamente o potencial de articulação coletiva de jovens para a participação social e política diante de uma temática tão relevante no Brasil, mas ao mesmo tempo, tão envolvida em invisibilidades e discursos moralizantes. Na tese, resumidamente, o objetivo era compreender a formação das Redes enquanto um sujeito político de atuação na sociedade. Nesse sentido, foi possível acessar que a relação com o diagnóstico é uma das formas de subjetivação que viabiliza uma atuação política transformadora”, explica.
A pesquisadora ressalta que as juventudes, em suas práticas coletivas, têm um potencial de construção de outros modos de fazer política. “Muitas vezes, são práticas que não coadunam com um modelo adultocêntrico e que, por isso mesmo, podem operar fissuras em formas hegemônicas e opressoras, criando possibilidades estético-políticas que pautem o questionamento de modelos e a proposição da pluralidade de existências.”
Parcerias
A professora do departamento de Psicologia da UFJF, Juliana Perucchi, acrescenta que a atividade programada para o dia 9 é resultado de parceria entre o núcleo de pesquisas sob sua coordenação, Pesquisas e Práticas em Psicologia Social, Políticas Públicas e Saúde (PPS), e o CeR-LGBTQI+, sob coordenação do professor da Faculdade de Serviço Social da UFJF, Marco José Duarte. “Os trabalhos de pesquisa com interface em extensão do PPS estão sendo feitos via CeR-LGBTQI+. É importante atuar para o fortalecimento desse Centro de Referência. Nessa parceria, estamos alinhando os debates sobre a população LGBTQI+, saúde, assistência, políticas públicas, dentre outros temas”, destaca.
A docente enfatiza que os debates nas redes sociais, realizados pelo convidado jornalista Guilherme Montijo, também motivaram a realização do evento virtual. “Conversei com Guilherme, após uma publicação que ele fez numa comunidade virtual LBGTQI+, que suscitou muitos debates. Lara, por sua vez, pesquisou a rede de jovens vivendo com HIV/Aids. O objetivo do evento é, ao reunir os dois convidados, debater estereótipos e preconceitos entre a população jovem, sobretudo jovem, em relação ao HIV”, concluiu.
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