O cinema é ferramenta essencial para reinventarmos nossa forma de pensar e de estar no mundo e, por isso, a II Mostra Cinema e Direitos Humanos tem por objetivo aproximar o espectador do cotidiano, como um conflito entre movimentos sociais e polícia militar, ou relatos íntimos de mulheres assediadas. O evento acontece gratuitamente neste sábado, 27, no anfiteatro do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), das 15h às 20h.
A Mostra faz parte das atividades do Cineclube Bordel sem Paredes, que há sete anos apresenta obras cinematográficas. Neste ano serão exibidos sete filmes, sendo quatro longa-metragens e três curtas. Dentre as temáticas que serão abordadas, destacam-se direitos LGBT, assédio contra mulheres, questões da população carcerária no Brasil e conflitos em manifestações.
De acordo com Guilherme Landim, organizador e um dos curadores da Mostra, a escolha dos filmes a serem apresentados levou em conta os temas mais atuais e que estão próximos a Juiz de Fora e à população local. “Falar sobre mulher e assédio é algo geral. E quisemos trazer também a questão das presidiárias travestis e transexuais, porque é um debate que aconteceu recentemente por conta da crise nos presídios e o que temos visto da violência, dos presídios superlotados e a precariedade que eles estão vivenciando”.
O primeiro filme a ser exibido, “Ressurgentes: um filme de ação direta”, transporta os espectadores de volta às manifestações de 2013, em Brasília, através de imagens coletadas de manifestantes durante os protestos. Em seguida, o longa “Precisamos falar sobre assédio” compila vários relatos de mulheres em situações de assédio cotidianas. O filme “Lampião da Esquina” abordará o primeiro jornal LGBT do Brasil, que desenvolvia questões tabus e polêmicas no período da ditadura militar no país. Por fim, será apresentada uma sessão LGBT, com três curtas e um longa, que abordam a temática sob diferentes óticas.
Landim destaca que a ideia é abarcar todos os públicos. “Quando a gente trabalha com a questão dos Direitos Humanos, a gente quer abranger os negros, a população LGBT, as mulheres, as populações marginalizadas. No ano passado, por exemplo, a gente trabalhou a questão da população em situação de rua. Por isso, tentamos sempre colocar a Mostra em lugares centrais e de fácil acesso, para abranger o maior público possível e de todas as idades”.
Outras informações: (32) 3239-7650 (Mamm)