Índices baseiam políticas públicas voltadas para Instituições de Ensino Superior (Foto: Iris Faria/UFJF)


A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) obteve conceito 4 no Índice Geral de Cursos (IGC), referente ao último ciclo avaliativo do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), realizado entre 2019 e 2022. Com o resultado, a UFJF se insere no grupo de instituições com os melhores desempenhos na avaliação realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC). A nota máxima que pode ser alcançada é a 5. 

Ao todo, foram avaliadas 1.998 instituições de Ensino Superior. Entre elas, instituições públicas federais, estaduais e municipais/especiais, privadas (com fins lucrativos e sem fins lucrativos) e comunitárias. Do total de instituições avaliadas, 25% receberam o conceito 4, assim como a UFJF. O IGC é calculado com base nos Conceitos Preliminares de Curso (CPCs) e nos conceitos de cursos de mestrado e doutorado obtidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). 

Avaliações dos cursos

A UFJF também conquistou resultados positivos em avaliações realizadas por cursos de graduação. Além do IGC, o Inep também divulgou o resultado dos Conceitos Preliminares de Curso (CPC) obtidos junto aos cursos avaliados por meio do Enade 2022

Para o cálculo do CPC, são combinados os seguintes índices: Conceito Enade (desempenho dos estudantes no Enade), corpo docente (porcentagem de mestres e doutores e regime de trabalho) e percepção dos estudantes sobre seu processo formativo (informações obtidas no Questionário do Estudante preenchido para o Enade) e Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado (IDD). O IDD mensura o valor agregado pelo curso ao desenvolvimento dos estudantes concluintes e é obtido com base no desempenho dos estudantes no Enade, ao fim da graduação, e nas notas dos mesmos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), quando ingressaram no Ensino Superior. 

 Foram divulgados os índices referentes a 11 cursos sediados no campus sede, em Juiz de Fora, e mais quatro cursos do campus avançado em Governador Valadares. Todos os cursos da UFJF avaliados tiveram conceito 4 e 5 – os mais altos: dez cursos obtiveram o conceito 4 e cinco alcançaram o conceito 5. 

Engajamento com estudantes é fundamental para ter bons resultados

Cássia Santiago: Curso de Administração é reconhecido não só pelas notas, mas também pelo currículo (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

Entre os resultados, destacam-se os conceitos obtidos pelos cursos de Administração e Serviço Social sediados no campus sede da UFJF, além da graduação em Ciências Contábeis sediada no campus avançado em Governador Valadares. Os três cursos obtiveram a nota máxima (conceito 5) nos três indicadores de qualidade dos cursos calculados pelo Inep: Conceito Enade (divulgado em 2023), IDD e CPC. 

Para a coordenadora do Bacharelado em Administração, Cássia Santiago, o resultado se deve a uma soma de fatores, como o cuidado com a atualização do currículo e do projeto pedagógico do curso, a qualificação do corpo docente (formado por doutores, em sua maioria) e o apoio ao desenvolvimento acadêmico de docentes e alunos. Segundo a professora, o resultado é “importante”, pois demonstra a qualidade da formação empreendida na Universidade e no curso de Administração. 

“Vamos além do que é requerido na graduação, penso que isso reverbera em nossos alunos. No Enade, grande parte do sucesso obtido, se deve à participação dos estudantes. Como eles gostam tanto do curso, se saem bem. Nossa equipe de técnicos também dá um suporte muito bom aos alunos. É um contexto em que todas as partes apoiam os alunos e eles crescem junto com a gente”, acredita a professora, que destaca o caráter participativo dos diferentes atores existentes no curso, a exemplo do Diretório Acadêmico. 

Cássia Santiago também integra a comissão do Enade, em Brasília. De acordo com a docente, o desempenho da graduação é destacado por integrantes do Inep. “O curso é reconhecido não só pelas notas que obtemos, mas também pelo currículo e pelo zelo em sempre atualizar o plano pedagógico”, relata. 

Luciana de Paula conta que estudantes são ouvidos em relação a questões acadêmicas no curso de Serviço Social (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

A coordenadora do Bacharelado em Serviço Social, Luciana Gonçalves de Paula, também destaca que o resultado positivo do curso se deve a uma conjugação de fatores, como a qualificação do corpo docente (formado exclusivamente por doutores, a maioria também tem pós-doutorado), a articulação da coordenação com os alunos e o suporte dos servidores técnico-administrativos em Educação (TAEs). Segundo a professora, a participação dos estudantes no Enade é acompanhada pela coordenação do curso em todas as etapas. No processo, a unidade acadêmica também precisa reunir informações que baseiam a avaliação do Inep. 

“A gente recebe o resultado com alegria, principalmente porque a gente não faz nenhuma preparação a mais para os alunos irem bem na prova. É consequência do processo formativo. Os alunos vão para o Enade com a bagagem que têm, o questionário da unidade, nós respondemos com a máxima honestidade. Nosso corpo docente está sempre buscando se atualizar, e isso se reverbera nas nossas reformas curriculares”, conta a professora. 

A partir da curricularização da Extensão na UFJF, a Faculdade de Serviço Social realizou uma reforma curricular que entrou em vigência no ano passado. Desde então, um monitoramento do projeto tem sido feito. O processo conta com o engajamento discente em instâncias como o Conselho de Representantes de Turma (Coretur). 

Resultado “contribui para a projeção de nosso curso e campus”, afirma coordenador do Bacharelado em Ciências Contábeis-GV, João Paulo Louzano (Foto: Arquivo Pessoal)

“Todo mês nos reunimos em colegiado, a coordenação e representantes de turma. Ouvimos os alunos e a partir das falas deles, podemos verificar o que pode ser melhorado na unidade, o que não está funcionando, tanto em termos das disciplinas, em conteúdo formativo, quanto em termos de logística e infraestrutura”, explica. 

Em consonância, o coordenador do Bacharelado em Ciências Contábeis em GV, João Paulo Louzano, afirma que o resultado reflete a excelência do ensino promovido no curso e o compromisso de TAEs, professores e alunos com a busca pela qualidade educacional. 

“O resultado é fundamental para garantir a valorização e reconhecimento da excelência acadêmica que oferecemos. Isso não apenas atrai novos estudantes, mas também contribui para a projeção de nosso curso e campus, ampliando oportunidades de parcerias e estágios para os estudantes e a inserção no mercado de trabalho para os egressos do curso.”

Índices baseiam definição de políticas públicas 

Para Marcel Vieira e Michèle Farage, pró-reitor e pró-reitora adjunta de Sistemas de Dados e Avaliação, resultados atestam qualidade de ensino da UFJF (Foto: Carolina de Paula/UFJF)

De acordo com o pró-reitor de Sistemas de Dados e Avaliação, Marcel Vieira, o acompanhamento dos indicadores de avaliação oferece uma visão sobre a qualidade do ensino e aprendizado nas instituições. Além de permitir que as instituições identifiquem áreas de excelência e pontos que necessitam de melhorias. 

“Com isso, as universidades podem realizar planejamentos estratégicos e implementar mudanças para melhorar a qualidade do ensino, estruturas de cursos, metodologias pedagógicas e infraestruturas. Esses indicadores não apenas refletem o desempenho acadêmico das universidades, mas também servem como ferramentas essenciais para o desenvolvimento contínuo das instituições e para garantir a qualidade da educação oferecida.”

Ainda segundo o pró-reitor, os resultados indicam o reconhecimento e o prestígio da UFJF no cenário educacional. “Universidades com altos índices se destacam a nível nacional e internacional, atraindo não apenas estudantes, mas também professores e pesquisadores de qualidade.”

Em sintonia, a pró-reitora adjunta de Sistemas de Dados e Avaliação Institucional, Michèle Farage, destaca que o resultado comprova o compromisso da UFJF com a qualidade no ensino. 

“O resultado denota a contribuição de docentes, técnicos, terceirizados, coordenadores de curso e administração superior para a formação cidadã, de qualidade. O resultado, que é também composto pelo desempenho dos estudantes do Enade, mostra, mais uma vez, o compromisso da UFJF com a excelência acadêmica.”

Entre os indicadores, o CPC e o IGC baseiam a definição de políticas públicas – os resultados são utilizados como critérios para seleção ou distinção nos processos de supervisão e regulação da Educação Superior, na definição da matriz orçamentária da rede federal de Ensino Superior e em programas e políticas públicas do Governo Federal, como o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) e o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid). 

Ensino Superior público federal é destaque 

As Instituições de Ensino Superior públicas federais se destacam entre as categorias administrativas, na aferição do IGC. Do total de 111 instituições públicas federais analisadas, 94 obtiveram os conceitos 4 e 5 na avaliação. Nenhuma ficou nas faixas 1 e 2 do índice. 

Confira documento preparado pelo Inep, com detalhes sobre os indicadores de qualidade IDD, CPC e IGC.