Dez anos depois da publicação da Lei de Cotas é o momento de revisitar essa política – fruto de lutas históricas do movimento negro e de iniciativas colocadas em prática pelas universidades anos antes da publicação da lei. A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), uma das pioneiras desse movimento, lança sua série de reportagens em referência à data. Clique nos títulos para ler as matérias já publicadas.

21 de junho de 2022

Cotistas são 47% na UFJF; percentual de negros triplica em 10 anos

A UFJF se tornou, em 2006, a primeira universidade do estado de Minas Gerais a implantar cotas. O objetivo era incluir grupos sistematicamente excluídos do acesso ao ensino superior, ou seja, estudantes oriundos de escolas públicas e negros. “Era algo muito recente, muito novo. Alguns professores incentivavam a gente a fazer uso das cotas para alunos da rede pública. Acreditavam ser uma política temporária, para sanar as desigualdades de ensino e raciais”, lembra Mirian Stela Marques, que entrou na Faculdade de Serviço Social em uma turma com 31 alunos: 27 brancos e quatro negros.

 

29 de junho de 2022

Egressos da UFJF reforçam a importância das cotas em suas trajetórias

“Experimenta nascer preto, pobre na comunidade
Cê vai ver como são diferentes as oportunidades
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Não bota a culpa em mim pra encobrir o seu racismo”
Cota não é esmola (Bia Ferreira, 2018)

 

7 de julho de 2022

Uma década depois, reparação histórica das cotas ainda não é suficiente

Escravizados, excluídos das escolas, impedidos de votar. A reparação por esses e muitos outros erros ou crimes históricos cometidos contra a população negra começaram a ser reparados há pouco tempo. A Lei de Cotas é uma dessas políticas que, há apenas dez anos, foi implementada para corrigir as discrepâncias no ingresso no ensino superior. Já a Lei 12.990, que determina reserva de 20% de vagas nos concursos públicos para negros é ainda mais recente, de 2014.

27 de julho de 2022

Expansão das cotas exige inclusão e equidade para pessoas com deficiência

“Não deixar ninguém para trás” é a premissa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e prevê, entre seus 17 objetivos, a educação inclusiva, equitativa e de qualidade por meio da promoção de oportunidades de aprendizagem para todos e todas. Reunidos em 2015 na sede da Organização das Nações Unidas, líderes mundiais pautaram os caminhos para tentar reduzir desigualdades no mundo, a partir de uma sociedade mais justa e igualitária. A data é mais um dos marcos históricos de luta pelos direitos das pessoas com deficiência, que começa bem antes, em meados do século XX.

25 de agosto de 2022

UFJF reduz fraudes nas cotas através das bancas de heteroidentificação

Apesar de já consolidados os avanços na inclusão de grupos historicamente excluídos do ensino superior por meio das cotas, essa é uma política em constante aprimoramento. Dez anos depois da publicação da Lei 12.711, ainda é preciso garantir legitimidade aos processos seletivos, honrando a luta do movimento negro pelo direito às vagas.

29 de agosto de 2022

Os desafios para o futuro da Lei de Cotas

Encerrando a série especial de reportagens que celebram essas conquistas durante o décimo aniversário da Lei, é preciso compreender os desafios para o futuro e como anda a tramitação que corre no Congresso Nacional para a avaliação da política. “Historicamente, as universidades não foram feitas para nós. É muito incrível que, mesmo longe do ideal, existam políticas que possibilitam que o preto, o pobre, a pessoa com deficiência, todos estes grupos que foram e são excluídos possam ocupar esses espaços”, diz o aluno Samuel da Costa que foi atendido, pela primeira vez, por um médico negro aos 20 anos de idade.

Confira a seguir o vídeo especial sobre o tema produzido pela Diretoria de Imagem Institucional da UFJF: