Não há limites de vagas e inscrições podem ser feitas via formulário eletrônico (Imagem: Canva)

Desde o início da pandemia da Covid-19 são diversas as queixas de pacientes que se recuperaram da doença acerca de sequelas cognitivas. Diante deste cenário, a Liga Acadêmica de Neurociências (Lanc) e o projeto “Ensaio Clínico Sobre o Efeito da Reabilitação Cognitiva em Indivíduos com Covid-19”, ambos do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), trabalham com atendimento gratuito para reabilitação neurocognitiva, voltado para moradores da cidade, maiores de 18 anos e que foram infectados nos últimos seis meses. Não há limite de vagas e as inscrições podem ser feitas via formulário eletrônico.

Segundo Nadia Shigaeff, docente no Departamento de Psicologia e coordenadora da Lanc e do projeto, a ideia de fazer uma reabilitação cognitiva surgiu com a observação de que muitos pacientes (de diferentes perfis de idade, escolaridade, renda, entre outros fatores) curados da Covid-19 ainda se queixavam de sintomas, como esquecimentos momentâneos, mudanças comportamentais e emocionais, dificuldade de raciocínio e problemas de compreensão, além de dificuldade na execução de várias tarefas, mesmo sem estarem no processo infeccioso. 

“Sabemos que o programa de reabilitação é muito efetivo com patologias, como AVC ou mesmo outras doenças neurodegenerativas. Então tivemos a ideia de testar essa estratégia terapêutica para ver se ela também é efetiva em pacientes com a Covid-longa (como são conhecidos aqueles que se queixam de sintomas, mesmo sem estarem no processo infeccioso)”.

A coordenadora ainda ressalta que a neurociência pode contribuir para entender como o vírus age no cérebro dos infectados e quais são os tipos de lesão e disfunção, além dos sintomas que a doença causou. “Existem vários pacientes que acabam desenvolvendo outras alterações de humor, como ansiedade e depressão, que podem estar associadas, inclusive, com essa alteração cognitiva. Com nossas estratégias terapêuticas, tentamos recuperar a funcionalidade dessas pessoas e garantir maior qualidade de vida.”  

Apesar das vagas ilimitadas, é feita uma seleção se há de fato no paciente uma alteração cognitiva, seja em memória, em atenção ou em linguagem. Após a constatação, ele é encaminhado para o trabalho de reabilitação, que tem duração de seis meses, com sessões semanais. 

Além de Nadia Shigaeff, fazem parte do projeto os alunos do sétimo ao 11 período de Psicologia, Ana Clara Menezes, Allison Menezes, Franciele Gonzaga, Gabriel Martins, Júlia Rezende,  Larissa Scoralich, Letícia Dutra, Lucas Neves, Mayara Bastos, Pedro Abranches, Poliana Guimarães e Stella Martins. Três docentes de Medicina, entre o quinto e o oitavo período, também integram a Liga: Larissa Florindo, Lucas Dias e Ygor Souza. 

Outras informações
Liga Acadêmica de Neurociências