Iniciativa é desenvolvida em parceria entre UFJF e Prefeitura de Juiz de Fora (Foto: Pixabay)

O projeto de extensão “Nutrição Positiva”, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), oferece atendimento gratuito a pessoas que vivem com o vírus HIV. A atividade, realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora, disponibiliza atendimento nutricional a pacientes do Centro de Testagem e Aconselhamento do Departamento Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids (DST/Aids)

“Medimos os dados antropométricos, como peso corporal, altura e as dobras cutâneas, para estimarmos o percentual de gordura corporal. Após o diagnóstico nutricional, fazemos a prescrição da dieta e as orientações nutricionais e, quando necessário, fazemos a prescrição de suplementos e a reeducação nutricional, visando corrigir ou modular os aspectos da doença que porventura estejam alterados”, explica o professor do curso de Nutrição da UFJF e coordenador da iniciativa, Renato Moreira Nunes.

O projeto, criado em 2019, tem cerca de 3,3 mil pacientes cadastrados. A equipe do “Nutrição Positiva” conta com dois professores orientadores, dois pós-graduandos nutricionistas de mestrado e doutorado, cinco  alunos de graduação, sendo um bolsista e quatro voluntários, que acompanham os atendimentos. Além disso, o grupo também produz materiais educativos e faz a tabulação dos dados coletados em campo, para dar retorno técnico à Gerência do Departamento de DST/Aids.

Qualidade de vida
A professora da Faculdade de Nutrição, Emília de Jesus Ferreiro, da Universidade Federal Fluminense (UFF), também coordenadora do projeto, Aline Silva Aguiar, esclarece que os pacientes recebem orientações e a prescrição de quanto, como, e o quê comer para ter mais qualidade de vida, melhorar sintomas gastrointestinais, como diarreia, constipação, náuseas, causados tanto pelo vírus quanto pela terapia antirretroviral.

“Mais de 60% das pessoas que vivem com HIV apresentam sinais e sintomas de transtornos gastrointestinais. A Nutrição tem uma ação determinante na melhora desses sintomas, já que esse quadro se relaciona à condição de inflamação de baixa intensidade que surge de forma crônica em pacientes obesos, diabéticos, com HIV ou outras doenças crônicas”, afirma a docente.

Acolhimento 
A atividade também impacta positivamente a formação de pós-graduandos e graduandos bolsistas e voluntários. “Saber das histórias e de como ainda é comum ser infectado pelo vírus HIV mostra o quanto precisamos estar engajados na educação sexual a partir da adolescência. Também é importante o contato dos estudantes com pessoas de diversos níveis de escolaridade e perfis socioeconômicos, o que possibilita versatilidade, empatia e criatividade para adequar uma orientação nutricional em total situação de insegurança alimentar, por exemplo”, ressalta Aline.

A avaliação é compartilhada pelo professor da UFJF, Renato Nunes, que acrescenta os aprendizados provenientes do acolhimento durante as consultas. “Tivemos de encontrar soluções para pessoas de baixa renda, em condição de rua, acreditamos também que houve um grande ganho para os bolsistas que puderam aprender na prática e repensar os modelos de atenção. O preconceito e os estigmas em relação a quem vive com HIV ainda são enormes.”

Atendimento
Para ter acesso aos atendimentos do projeto “Nutrição Positiva” da UFJF, é preciso estar em acompanhamento no Centro de Testagem e Aconselhamento do Departamento Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids. O setor da Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora fica na Rua Antônio José Martins, 92, no bairro Morro da Glória. O telefone do Departamento é (32)  3690-7576.

Outras informações
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