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Mariana Galvão defendeu a dissertação de mestrado no dia 25 de agosto, na UFJF (foto: arquivo pessoal)

Como é para o soropositivo descobrir que tem HIV e como se convive com o vírus? A mestranda em Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Mariana Galvão Pereira, investigou essas questões e apresentou a dissertação “A gestão cotidiana e a dignidade humana de quem vive com HIV: um estudo à luz da teoria das representações sociais.” A pesquisa foi orientada pela professora Girlene Alves da Silva.

Mariana entrevistou 12 homens e mulheres com HIV, pacientes do Serviço de Assistência Especializada (SAE) da Prefeitura de Juiz de Fora. As fontes tinham faixa-etária diversa, entre 19 e 73 anos e, em comum, o tempo de sorologia positiva: de seis meses a três anos de tratamento.

Na pesquisa qualitativa, a mestranda investigou quais eram os pensamentos da pessoa com HIV quando descobre a doença e como é viver com o vírus. “Descobrimos que o momento da descoberta sempre traz representações sociais ligadas à morte e ao sofrimento; aquela ideia antiga da Aids. Quando falamos sobre viver com HIV, o discurso fica ambíguo, pois os pacientes trazem a normalidade e a boa expectativa de vida, devido ao medicamento anti-retroviral, mas também relatam o preconceito e o estigma como os principais componentes que violam a dignidade humana.”

Por meio da teoria das representações sociais, Mariana estudou a gestão cotidiana do HIV e identificou que a forma como as pessoas vivem com a doença interfere no que é a saúde para esses pacientes. “Embora a tecnologia tenha se desenvolvido muito e o anti-retroviral garanta qualidade de vida, nosso sistema de saúde ainda é muito frágil na questão social da doença, que ainda é alvo de muita discriminação. Esse trabalho é uma provocação para que possamos pensar novas formas de cuidar e no tratamento da pessoa e não só da doença.”

Para a orientadora Girlene Silva, o trabalho é importante para que a discussão sobre o HIV permaneça na agenda do poder público e da sociedade civil. “Embora seja um agravo descoberto há 30 anos, não significa que ele está superado. Temos tratamentos medicamentosos que contribuem para a melhora na qualidade de vida, mas o HIV ainda é ancorado na questão da morte e traz muitas marcas do preconceito e da discriminação. O trabalho da Mariana contribui no campo da saúde, pois serve de orientação de como pensar o cuidado para além da estrutura física do sistema; para a enfermagem, indicando um cuidado planejado, individualizado e articulado com os desafios e as possibilidades do SUS; e por estar inscrito num programa de pós-graduação que aponta para além do cuidado estrito à profissão, mas feito por multiprofissionais.”

Contatos:
Mariana Galvão Pereira
marigalvaop@gmail.com

Girlene Alves da Silva
girleneas@terra.com.br

Banca examinadora:

Profª Drª Girlene Alves da Silva (UFJF – orientadora)
Profª Drª Sabrina Pereira Paiva (UFJF)
Prof. Dr. Júlio César Cruz Collares da Rocha (Universidade Católica de Petrópolis)

Outras informações: (32) 2102-3297 – Programa de Pós-graduação em Enfermagem