Desde o retorno das atividades presenciais, cerca de cinco mil pessoas vinculadas à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) já se cadastraram no sistema Busco Saúde – é o que aponta a sétima edição do boletim informativo da plataforma, divulgado no último dia 19. Desenvolvido por pesquisadores da própria Universidade, o sistema é utilizado como uma ferramenta de automonitoramento para todos que frequentam os campi universitários, abarcando estudantes, professores, técnico-administrativos em educação (TAEs) e terceirizados. A colaboração de todos por meio da atualização de dados é necessária para um retorno gradual e seguro das atividades presenciais na UFJF, uma vez que, por meio da análise e do acompanhamento das informações enviadas pelos usuários, as orientações de biossegurança necessárias e a divulgação do cenário epidemiológico serão realizados da forma mais precisa possível. Saiba como utilizar o Busco Saúde.

“Desde o início da pandemia, o rastreio e o monitoramento de possíveis infectados, mesmo que assintomáticos, são ações consideradas como fundamentais no controle da epidemia, procurando evitar os pequenos surtos. Com o Busco Saúde, aliado a todos protocolos de biossegurança desenvolvidos, torna-se possível a identificação da quebra desses protocolos e de possíveis transmissões comunitárias nas atividades nos campi, além de permitir a estimativa de indicadores de monitoramento epidemiológico, como prevalências e incidências, que são essenciais para que se possa tomar ações de maiores flexibilizações ou mesmo de restrições maiores que se façam necessárias”, explica o pesquisador Fernando Colugnati, professor da Faculdade de Medicina.

O cadastro na plataforma é obrigatório para todos que frequentam os espaços relacionados à UFJF, conforme explica Priscila Capriles, coordenadora geral do sistema e professora do Departamento de Ciência da Computação. “O cadastro deve ser de todos da UFJF, mesmo aqueles que estão em atividade remota. Esperamos que os que estão ativos presencialmente, dentro dos ambientes da UFJF, façam o automonitoramento diariamente.” Da mesma maneira, o atendimento às chamadas telefônicas que os usuários monitorados recebem do grupo de monitoradores é de fundamental importância para que o projeto funcione e se sustente. A pesquisadora ressalta que as informações trocadas nessas ligações são importantes tanto para o usuário com sintomas suspeitos quanto para todas as pessoas que frequentam a UFJF, que serão protegidas diretamente pelas ações de quarentena e pelo rastreamento de contatos, mediante a identificação das quebras de protocolo na Universidade.

A atual edição do boletim também denota a necessidade da inclusão do status vacinal dos usuários no sistema. Priscila Capriles ressalta que, ao manter os dados atualizados sobre a vacinação contra a gripe e contra a Covid-19,  os usuários possibilitam que os monitoradores tenham uma melhor avaliação do quadro de sintomas apresentados pelos usuários suspeitos de infecção.

Importância dos usuários ativos no sistema
Dos 4.987 usuários cadastrados no sistema, 3.626 são estudantes (72,7%), 652 são docentes (13,1%), 583 são técnicos-administrativos em educação (11,7%) e 126 são terceirizados (2,5%). Do quantitativo total, 3.950 usuários (79,2%) são classificados como ativos por terem usado, ao menos uma vez, o sistema para registrar notificações. A pesquisadora Sandra Tibiriçá, professora da Faculdade de Medicina, explica que é de suma importância que os usuários da comunidade acadêmica realizem a notificação ao sistema. “O ideal é que o acesso ao sistema seja diário, mesmo para as pessoas que estão sem sintomas. Dessa forma, teremos informações fidedignas da situação de saúde da nossa população acadêmica, bem como da nossa estabilidade epidemiológica.” 

Dados epidemiológicos do boletim
Até o dia 16 de novembro, foram monitorados 463 casos suspeitos, com 55 casos confirmados registrados até então. Portanto, houve um aumento de 26,5% nos casos suspeitos e um acréscimo de 25% no número de casos confirmados em relação aos quatorze dias anteriores. Na 45ª semana epidemiológica, foram realizados 52 monitoramentos com a confirmação de 4 casos – um aumento de 57,6% nos casos suspeitos e uma redução de 20% no registro de casos confirmados em relação à semana epidemiológica anterior. 

Como novidade nesta edição do boletim, foi incorporada uma nova métrica que analisa as incidências semanais de casos de Covid-19 nas diferentes unidades acadêmicas. O cálculo é realizado a partir da razão do número de novos casos confirmados em uma semana epidemiológica e o número de usuários cadastrados e ativos desde o início do monitoramento, multiplicados por 100. Desta forma, na 45ª semana epidemiológica, a incidência foi de 0,147% para o campus Juiz de Fora e de 0 por 100 mil para o Campus de Governador Valadares e o Colégio de Aplicação João XXIII.

Colugnati explica a importância do novo índice: “Até o momento, analisávamos as prevalências, que seria o total acumulado de pessoas infectadas até a data final de acompanhamento do boletim. As incidências tratam de casos novos confirmados dentro de determinado intervalo de tempo, o que nos diz sobre a velocidade de espalhamento da doença. Avaliar dessa maneira permite identificarmos os locais onde essa velocidade pode ser maior. Ainda não é possível, no entanto, comparar estas incidências com aquelas reportadas para municípios e para o país, pois estamos utilizando como denominador ainda os cadastrados na plataforma. Para isso, temos que ter o número total da população, seja dos campi como um todo.”

Média móvel e distribuição de casos nos campi
O boletim aponta que a média móvel dos últimos sete dias para casos novos apresentou um aumento. No dia 2 de novembro, a média era de 0,14 casos. Já no dia 16 de novembro, a média figurava em 0,57 casos. Entretanto, o próprio boletim recomenda cautela na interpretação deste aumento, uma vez que existe a possibilidade dele ser influenciado pelo recesso entre os dias 28 de outubro e 2 de novembro. A mesma recomendação é aplicada ao aumento da média móvel para o número de usuários monitorados, que evoluiu de 1 caso por dia, no dia 2 de novembro, para 5 casos por dia no dia 16 de novembro.

Considerando a distribuição de acordo com o vínculo com a Universidade, até 16 de novembro, em relação ao registro de casos suspeitos, 69,8% foram registrados por discentes, 11,7% por docentes, 15,6% por TAEs e 2,6% por terceirizados. Homens representam, atualmente, 34,3% dos casos suspeitos, enquanto as mulheres somam 65,7%. Os casos suspeitos estão concentrados, principalmente, nas seguintes unidades acadêmicas: 23,3% na Faculdade de Medicina, 17,5% no Instituto de Ciências da Vida do Campus de Governador Valadares, 9,7% na Faculdade de Odontologia e 9,7% na Faculdade de Enfermagem.

Outras informações:
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