Está no ar a segunda edição do boletim informativo do Busco Saúde, sistema desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) para dar suporte ao registro e ao monitoramento da Covid-19 entre a comunidade universitária. A plataforma ainda possibilita que usuários cadastrados entrem em contato, por meio de canais de teleorientação, com profissionais de saúde habilitados. Divulgado na última quarta-feira, 8, o documento destaca a estabilidade no número de casos confirmados da doença, a queda de casos suspeitos monitorados e o aumento de 4,4% de usuários cadastrados no sistema.

“Essa estabilidade, embora dê uma certa tranquilidade, não tira a importância de continuar com as medidas de biossegurança. Acreditamos que esse cenário está relacionado à adesão aos protocolos sanitários e aos protocolos epidemiológicos que a UFJF instituiu e que a comunidade acadêmica tem seguido rigorosamente. Há, também, o reflexo da vacinação”, avalia a pesquisadora Sandra Tibiriçá, integrante do Busco Saúde relacionada ao monitoramento dos dados.

Dois casos confirmados e 46 monitorados ao longo de duas semanas
O monitoramento do sistema foi iniciado em 5 de julho e, até o feriado mais recente, em 7 de setembro, monitorou 195 casos suspeitos entre os membros da comunidade universitária cadastrados no Busco Saúde. No total, 17 casos confirmados foram registrados, significando um aumento de 13,3% em relação ao dia 24 de agosto.

Já na 35ª semana epidemiológica, contabilizada entre 29 de agosto a 4 de setembro, ocorreram 17 monitoramentos e a confirmação de um caso. Em comparação com a 34ª semana epidemiológica (22 a 28 de agosto), foi constatada uma redução de 41,4% no número de casos suspeitos monitorados, representando uma estabilidade nos registros de novos casos.

Atualmente, cinco membros da comunidade universitária estão em monitoramento. O pesquisador Marcel Vieira, integrante vinculado às análises estatísticas do projeto, informa que, a partir dos tipos de análises realizadas até o momento, não foi possível encontrar evidências de que os casos confirmados de Covid-19 ocorreram por contaminação durante atividades acadêmicas presenciais.

Média móvel maior em casos confirmados e menor em casos monitorados
Os pesquisadores verificaram uma evolução da média móvel de casos registrada nos últimos sete dias, passando de 0 (registrada em 24 de agosto) para 0,14 (assinalada em 7 de setembro). A média móvel relativa ao número de membros da comunidade universitária suspeitos monitorados, por sua vez, reduziu 50%, passando de dois por dia para um por dia (registros também referentes aos dias 24 de agosto e 7 de setembro, respectivamente).

Distribuição do monitoramento entre a comunidade acadêmica
De acordo com os dados sobre casos suspeitos monitorados e registrados até 7 de setembro, 80% são referentes a estudantes, 11% a professores, 6% a técnico-administrativos em educação e 1% a terceirizados. Duas semanas antes, em 24 de agosto, os mesmos percentuais eram, respectivamente, 63%, 10%, 3% e 1%. Até a última terça-feira, a maior parte dos casos suspeitos foi registrada por mulheres: cerca de 65%.

“Os casos suspeitos estão concentrados principalmente nas unidades acadêmicas onde estão sendo ministradas as atividades presenciais do período suplementar, sendo 35,9% na Faculdade de Medicina, 26,2% na Faculdade de Odontologia e 17,9% na Faculdade de Enfermagem. Esses percentuais eram, respectivamente, 34,7%, 35,2% e 17,7%, em 24 de agosto”, aponta o boletim. Considerando o número de usuários do Busco Saúde de cada segmento, os pesquisadores constataram que, desde o início do acompanhamento, 12,9% dos discentes, 15,4% dos docentes, 17,8% dos TAEs e 15% dos terceirizados cadastrados foram monitorados como casos suspeitos em algum momento.

Como se cadastrar no Busco Saúde?
As análises divulgadas a seguir foram realizadas a partir do monitoramento, feito pela equipe de pesquisadores, dos registros de usuários cadastrados no Busco Saúde. Todos os estudantes, professores, técnico-administrativos em educação (TAEs) e terceirizados vinculados à UFJF podem realizar o automonitoramento através do site do sistema. Ao acessá-lo pela primeira vez em um smartphone, também é possível instalar um aplicativo para realizar tanto o cadastro quanto o monitoramento. Os responsáveis pela plataforma incentivam a atualização diária – ou ao menos semanal – do automonitoramento.

A coordenadora geral do Busco Saúde, Priscila Capriles, afirma que a expectativa é que a adesão ao sistema aumente gradualmente. “Também sabemos que estamos chegando ao fim do período e, com isso, há a possibilidade da diminuição desse monitoramento nas próximas semanas. De qualquer forma, esperamos continuar contribuindo para a conscientização da comunidade acadêmica sobre a importância das ações emergenciais de segurança, da seriedade da Covid-19 e da importância do protocolo de monitoramento para que, assim, possamos garantir a saúde de todos e o funcionamento da Universidade.”

Outras informações:
Aplicativo do Busco Saúde
Site do Busco Saúde
2ª edição do Boletim Busco Saúde