“Ter uma sede da Embrapii na nossa Universidade representa o reconhecimento do grande destaque da UFJF como instituição de ciência e tecnologia, com potencial de levar esse conhecimento ao setor produtivo na forma de inovação”, salientou o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Marcus David.
A declaração foi feita durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 21, para divulgar o resultado do processo de seleção promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) para credenciamento de unidades Embrapii em unidades federais.
Entre os oito novos grupos de instituições contempladas, a UFJF terá disponível recursos financeiros não reembolsáveis para investir em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) em parceria com o setor industrial. O financiamento é proveniente do Ministério da Educação e do Programa Rota 2030.
Como cada universidade podia submeter apenas uma proposta, o reitor esclareceu que foi realizada uma seleção interna para identificar o núcleo de pesquisa mais avançado para participar do processo. A partir da expertise e da inserção nacional e internacional do grupo de pesquisadores, além de experiência prévia na prospecção e execução de projetos de inovação na área de energia elétrica, o projeto aprovado foi do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energia Elétrica (Inerge).
A unidade Embrapii da UFJF, que atuará na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, já deve começar a funcionar no próximo mês. O credenciamento é feito inicialmente por três anos, podendo ser renovado com base nos resultados apresentados. Estima-se que sejam mobilizados em torno de seis milhões de reais nesse período.
Rede Inerge
Desde 2009, a UFJF é a sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Energia Elétrica (Inerge), rede constituída de mais de 50 pesquisadores por meio de consórcio entre seis universidades públicas. Ao todo, são onze laboratórios, dezenove pesquisadores e oito colaboradores que atuam nas seguintes linhas de pesquisa: recursos energéticos distribuídos; equipamentos eletroeletrônicos, ópticos e de telecomunicações; robótica e inteligência computacional.
“Sendo o único INCT sediado na UFJF, o Inerge tem se destacado por meio do apoio dos programas de pós-graduação em Engenharia Elétrica, ações de divulgação da ciência, cooperações internacionais e pelo desenvolvimento contínuo do setor energético, com experiência acumulada na execução de projetos de P,D&I”, apontou o coordenador do Inerge Moises Ribeiro.
Para o pesquisador, a preocupação de médio e longo prazo é quanto ao consumo eficiente de energia. Por isso, uma das principais frentes de trabalho do Inerge está relacionada às fontes renováveis ou limpas, como a solar e a eólica.
Parcerias de alto valor agregado
A contratação da Embrapii parte do reconhecimento das oportunidades de exploração das sinergias entre instituições de pesquisa tecnológica e empresas industriais, em prol do fortalecimento da capacidade de inovação brasileira.
Portanto, podem ser parceiras do Inerge-UFJF empresas industriais e do setor elétrico nacional e internacional que desejam desenvolver projetos de P,D&I necessários para garantir a evolução tecnológica de seus produtos e processos.
Na visão do coordenador do Inerge, o diferencial dessa integração é a possibilidade de tornar os produtos da indústria mais competitivos. “Nós queremos contribuir para que as empresas cresçam, queremos efetivamente escutá-las e, ao atender suas demandas, que elas possam conquistar seu espaço no mercado”, reforça Moises Ribeiro.
Dentre os benefícios oferecidos, o diretor de Inovação da UFJF, Fabrício Campos, mencionou três principais: “a gestão e execução dos projetos de P,D&I de forma ágil, célere e organizada; a utilização de mão de obra e equipe qualificada, bem como disponibilização de infraestrutura da Universidade para executar as ações de pesquisa e desenvolvimento; e apoio econômico”.
Em função do subsídio e aportes financeiros da própria Embrapii, os projetos representam uma redução de até 50% do investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação pelas empresas.
“Isso é interessante porque incentiva e fomenta o setor produtivo, possibilita que as pesquisas das instituições científicas cheguem ao mercado e, mais do que isso, dá oportunidade para o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções”, compartilhou Campos.
O papel da Embrapii
A Embrapii é uma organização social qualificada pelo Poder Público Federal que, desde 2013, apoia instituições de pesquisa tecnológica, fomentando a inovação na indústria brasileira. O credenciamento de novas unidades pretende atrair empresas pelo fomento não reembolsável e pela capacidade de geração de soluções tecnológicas das universidades federais.
A meta das novas unidades é gerar 75 projetos e cerca de R$ 30 milhões de investimentos em inovação em todo o país. Os projetos aprovados serão desenvolvidos nas áreas de bioeconomia; mineração sustentável; geração, transmissão e distribuição de energia elétrica; agricultura, processos agroindustriais, tecnologias de alimentos; e ainda em mobilidade, incluindo eletromobilidade.
Outras informações:
Inerge – UFJF: contato.inerge@engenharia.ufjf.br