Com a aproximação do primeiro semestre letivo de 2021, previsto para ser iniciado na segunda-feira, dia 17, uma ferramenta importante para promover maior familiaridade da comunidade acadêmica em relação ao método de ensino virtual, é o site exclusivo do Ensino Remoto Emergencial (ERE). Desenvolvido pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em agosto de 2020, permite que estudantes, professores e servidores encontrem o novo calendário acadêmico, regulamentos e normas, material de apoio, além de ações de suporte à capacitação no Moodle e no Google Sala de Aula.

Michèle Farage: “Existem canais específicos para tirar dúvidas sobre o moodle e para os usuários do Google sala de aula (Foto: Arquivo UFJF)

A página possui uma série de  recursos disponíveis, entre eles, permite o acesso a tutoriais, textos e referências de apoio para a utilização das plataformas Google Sala de Aula, Moodle, assim como informações específicas para pessoas com deficiência. Segundo a diretora de Avaliação Institucional, Michèle Farage, o objetivo do site é prover suporte ao uso das plataformas adotadas pela UFJF.  “Existem canais específicos para tirar dúvidas sobre o moodle e para os usuários do Google sala de aula. Em regime de plantão, os bolsistas atuam de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, respondendo com rapidez e eficácia às perguntas que lhes chegam.”

Além disso, também permite que a comunidade acadêmica tenha acesso a canais de atendimento de dúvidas e/ou solicitação de suporte. Os usuários do Google Sala de Aula contam com uma central de ajuda pelo e-mail suporte.ere@ufjf.edu.br  e, mediante agendamento, em salas virtuais. Já os usuários do Moodle podem tirar dúvidas por meio do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAIT) do Centro de Educação a Distância (Cead). “Havendo necessidade, são empregadas salas virtuais para atendimento remoto. O principal intuito dessas ações é garantir a tranquilidade no emprego desses recursos tecnológicos que são indispensáveis nesse momento tão particular”, esclarece Michèle.

Acessibilidade

No site também pode ser encontrada a cartilha “Orientações para acessibilidade de estudantes com deficiência no Ensino Remoto Emergencial”. Segundo a coordenadora do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI), Katiuscia Antunes, essa área é muito importante para que a comunidade acadêmica compreenda e seja orientada sobre algumas das especificidades dos estudantes com deficiência. “Mesmo com esse espaço para tirar dúvidas, se algum estudante com deficiência tiver algum tipo de dificuldade, deve entrar em contato conosco pelo e-mail nucleo.nai@ufjf.br . A partir do momento em que enviar mensagem, também é fundamental que relate a dificuldade para que possamos tentar ajudar.”

A principal ação realizada pelo NAI, durante o ERE, foi a disponibilização de monitores especializados para auxiliar os estudantes com deficiência durante os últimos dois semestres. “Infelizmente, para o próximo período, diante dos cortes orçamentários, não sabemos se teremos bolsistas para continuar prestando esse atendimento. Torço para que consigamos manter o quantitativo de bolsas para atender as necessidades desses alunos. É difícil esse processo de inclusão no ensino remoto, pois algumas plataformas têm pouca acessibilidade e isso dificulta ainda mais aos alunos com deficiência de fazerem as atividades necessárias.”

“A sala de aula tem se tornado uma biblioteca”

De acordo com o professor da Faculdade de Educação (Faced), Alexandre Cadilhe, a adaptação das disciplinas de forma remota gera um desafio de pensar aulas em que haja outras formas de interação e diálogo entre professores e estudantes. “Uma das potencialidades é que a sala de aula tem se tornado uma biblioteca, por meio do Google Sala de Aula. É possível organizar encontros e compartilhar arquivos, links, vídeos e áudios de modo que não conseguíamos fazer nos estudos presenciais. Isso é muito positivo pois, antes, ficávamos muito restritos à possibilidade de enviar algum material por e-mail ou disponibilizar em xerox.”

Alexandre Cadilhe: “É possível organizar encontros e compartilhar arquivos, links, vídeos e áudios de modo que não conseguíamos fazer nos estudos presenciais. Isso é muito positivo”(Foto: UFJF)

Além disso, o professor aponta a possibilidade do desenvolvimento de atividades por meio de outros gêneros, em que estudantes, não somente produzem trabalhos escritos, mas podem criar vídeos, podcasts e outros recursos que mobilizam conhecimentos e saberes, por meio das tecnologias de informação e comunicação. “Sempre recomendo para os alunos da graduação e da pós-graduação que os encontros síncronos não se resumam àquele momento de encontro via Google Meet. A primeira indicação é que aproveite ao máximo as leituras que são indicadas, os vídeos que são disponibilizados, os podcasts e qualquer outro recurso que o docente estiver disponibilizando. A segunda indicação é que aproveite o encontro para construir um diálogo com o professor e com os colegas de sala. A proposta do encontro síncrono é que ele não seja uma uma longa palestra, mas que seja um espaço de encontro humanizado.”

Cadilhe também explica que para facilitar a interação é fundamental que as câmeras e o áudio estejam disponíveis para que haja uma participação intensa para que o encontro seja mais produtivo, mas sobretudo humanizado. “Nesse sentido, reitero a importância das câmeras disponíveis para que a gente possa se ver e, enfim, trocar ideias de uma forma mais relaxada ou melhor dizendo, mais humanizada.”

Adaptação

O estudante do curso de Jornalismo, Caio Silva, conta que, no início do novo método de ensino, o site exclusivo do ERE foi um bom guia. Ainda aponta que mesmo que o aluno fique perdido em um primeiro momento, são as aulas práticas que orientam a utilização do espaço virtual. “As aulas remotas e as plataformas que os professores optaram são bem fáceis de serem usadas, não tem nenhum segredo, e são plataformas que já usamos até no ensino presencial. Foi um processo muito coletivo porque ao mesmo tempo que era uma experiência nova para os alunos, os professores também estavam se familiarizando.”

Sobre as vivências do ERE, Silva conta que uma das vantagens é a flexibilidade dos horários, considerando a possibilidade de que o aluno não consiga acompanhar as aulas síncronas. “Os professores disponibilizam as aulas gravadas, o material e as atividades assíncronas. Dessa forma, mesmo tendo alguma ocupação, é possível encaixar tudo na agenda.” O estudante ainda indica que as aulas gravadas ajudam muito, pois é possível conferir o conteúdo a qualquer momento. “Tivemos uma facilidade de comunicação com os professores, apesar de eu ter sentido falta daquela conexão mais direta e amigável. O corpo docente tem sido acessível pelo whatsapp ou pelo e-mail e, em caso de algum problema, eles costumam nos atender.”

Já sobre os desafios, o estudante de Jornalismo relata que as atividades coletivas ficam prejudicadas diante da ausência da presença dos colegas e da troca de ajuda mútua. “Um outro desafio é que durante o ensino remoto fica mais fácil se perder, pois estamos sempre com uma aba do Gmail aberta, ou com outra aba qualquer porque tudo é on-line. Além disso, fica mais fácil confundir os prazos e os envios de e-mail. São vários pequenos detalhes que precisamos ficar atentos. Eu mesmo já pensei que havia enviado o trabalho e depois alguma coisa deu errado.”

“Não tenha medo”

Para o primeiro contato com o ERE, Silva acredita que a primeira questão a ser pensada é a organização. “Se organize para criar uma rotina específica que te atenda bem, participe das aulas síncronas, eu sei que nem todo mundo pode, mas se conseguir, tente participar, porque é o momento mais fácil para tirar dúvidas e para ter um contato com o professor.” Já a segunda é não ter medo de conversar com os professores. “Eu imagino que a galera que terá o primeiro contato com ensino remoto, talvez fique receosa achando que os professores universitários são mais rigorosos. Se você tiver algum problema com o sistema, converse com eles. Não tenha medo, eles estão sempre ali pra tirar dúvida. Eles estão aprendendo igual a gente.”

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